Por Emanuel Neri
Têm fatos que só são capazes de acontecer no Rio Grande do Norte. Por acaso dá para imaginar que aquela super ponte estaiada (foto à esquerda), que liga Natal à praia da Redinha, até hoje não tem um acesso decente para a Br-101? E o pior é que se trata de um trecho mínimo, de no máximo quatro quilômetros, mas que nada foi feito até agora. Sem o acesso, quem quiser pegar as praias do litoral Norte pela Br-101 –e isso encurta caminho para quem sai da zona central e sul de Natal - tem que se aventurar em uma estradinha esburacada, cheia de água, sem a menor sinalização e perigosa.
A ponte foi feita na administração da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) e inaugurada em novembro de 2007 –então, já vai fazer quatro anos que a ponte existe, sem o menor sinal de acesso para a Br-101. A ponte, que recebeu o nome de Newton Navarro, um importante pintor potiguar, é belíssima. Tem 1,8 km de extensão, separando o estuário do rio Potengi, de um lado, e o Oceano Atlântico, do outro. Seu vão central, altíssimo, para facilitar a passagem de navios, tem 55,10 metros de altura, o equivalente um prédio de 18 andares. Custou R$ 194 milhões aos cofres públicos.
Além do visual visto de cima da ponte, talvez um dos mais bonitos do Brasil, trata-se de uma grande obra da arquitetura. Mas nada disso pode ser usufruído pelos habitantes e pelos turistas que se destinam ao litoral Norte, em especial São Miguel do Gostoso, um dos maiores destinos da região. Quem se arrisca a ir por ali, corre o risco de cair na buraqueira de uma estradinha péssima, se perder no caminho ou ainda sofrer um acidente. E olhem que Natal (e o Rio Grande do Norte) é um dos principais destinos turísticos do Brasil. Já está passando da hora de o novo governo pensar no acesso da ponte para a Br-101.
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