sexta-feira, 29 de maio de 2015

Feirinha noturna de produtos orgânicos é opção de alimentos sem agrotóxicos em São Miguel do Gostoso



Por Emanuel Neri
Para aqueles que gostam de alimentos saudáveis, São Miguel do Gostoso já tem uma ótima alternativa. Trata-se da Feira Agroecológica que acontece a cada quinze dias, todas as quintas-feiras, sempre à noite, na rua Bagre de Caia Coco, próxima à Pousada Casa de Taipa, no bairro do Maceió. Antes do final do ano, esta feirinha passa a ser semanal.
Na feira, que acontece sempre entre 18 e 22h, você vai encontrar grande variedade de legumes e hortaliças, todos orgânicos – ou seja, produzidos sem  agrotóxico ou defensivos agrícolas. Os participantes da feira são integrantes de assentamentos agrários em São Miguel do Gostoso e municípios vizinhos.
O primeiro dia da feira foi nesta quinta-feira (28/5). A próxima será realizada na quinta-feira, dia 11 de junho. Além de verduras e legumes, você também pode encontrar grande variedade de produtos agrícolas, como frutas, feijão verde, batata doce, cocos, jerimum, macaxeira e milho.
Vejam os assentamentos rurais que já estão participando da feirinha orgânica: Antônio Conselheiro, Santa Fé, Boa Esperança e Canto da Ilha, de São Miguel do Gostoso; São Sebastião, Retiro, Quilombo dos Palmares, Colorados e Chico Mendes, de Touros; e Bom Sucesso, de Pedra Grande.
A feirinha orgânica é perfeita para o abastecimento de final de semana de residências, restaurantes e pousadas. E o melhor é que os produtos têm o mesmo preço da feira tradicional da cidade, que acontece às segundas-feiras. Apesar de estar na sua primeira versão, a feirinha orgânica já é um sucesso.
Muita gente circulava na noite da quinta-feira entre as barracas da feira. Foi tão grande a procura que alguns produtos, como feijão verde e rúcula, acabaram rapidamente. A feirinha também vende doces caseiros e bolachas típicas da região. Um sonzinho animava as pessoas que circulavam pela feira.
Os moradores da região também colaboram com a feira. No alpendre da casa de João e Meridinha, tradicionais vendedores de peixe e camarão da cidade, havia farta distribuição de milho assado na hora. Uma delícia. Outros moradores também colaboravam para o êxito da feira, que contou com 14 feirantes.
A feira é organizada pelo Idec (Instituto Potiguar de Desenvolvimento de Comunidades), que está ligado aos assentamentos da reforma agrária. Raquel Nogueira, agrônoma, que trabalha para o Idec, diz que este órgão cuida de toda a logística da feira, inclusive com o transporte dos participantes.
Mas há uma diferença entre o que se chama produtos orgânicos e produtos agroecológicos. Raquel explicou que os orgânicos são aqueles que não têm agrotóxicos. Já os agroecológicos, além de não terem agrotóxicos, são cultivados sem que haja degradação do meio ambiente e exploração da mão de obra.
Ou seja, além de não usarem agrotóxicos, os produtos agroecológicos são ecologicamente e socialmente responsáveis por não agredirem a natureza em seu cultivo nem explorarem a mão de obra na sua produção. A diferença é que os produtos orgânicos contam com certificado de qualidade.
Segundo Raquel, os produtos agroecológicos, como os que são vendidos na feirinha de São Miguel do Gostoso, tem absoluto controle de qualidade do Idec e dos agricultores de assentamentos rurais em que são produzidos. O fato é que produtos orgânicos – ou agroecológicos – são uma realidade no Brasil e no mundo.
È muito melhor você consumir um produto que não está contaminado por  agrotóxicos, que podem causar seríssimos problemas futuros para a sua saúde, inclusive câncer. Bom para São Miguel do Gostoso contar, a partir de agora, com a oferta de produtos agrícolas limpos, de qualidade, e sem riscos para a saúde.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

São Miguel do Gostoso tem plano sustentável para recuperar Praia de Tourinhos. Comitê Orla aprova



Por Emanuel Neri
Tourinhos é a praia mais linda de São Miguel do Gostoso e é considerada uma das 10 mais bonitas do Brasil.
De uns tempos para cá, Tourinhos tem sofrido sério processo de degradação. Carros e motos desrespeitam as leis do município e trafegam livremente pela praia. Barracas de venda de bebidas e alimentos, algumas delas sem a menor condição de higiene, proliferam na praia. Há lixo e resto de comida por todos os cantos.
Para evitar este rápido processo de deterioração, a Prefeitura de São Miguel do Gostoso apresentou nesta quarta-feira (27/5), durante reunião do Comitê Orla, na Câmara Municipal da cidade, o Projeto de Readequação e de Sustentabilidade da Praia de Tourinhos. Com um ou outro reparo, o projeto agradou.
Estavam presentes pousadeiros e donos de restaurantes, representados pela AEGostoso (Associação de Empreendedores de São Miguel do Gostoso), autoridades locais e representantes de ONGs. Yeda Cunha, superintendente da Secretaria do Patrimônio da União no RN, também compareceu.
Foi a primeira apresentação oficial do projeto. No próximo dia 18 de junho, haverá uma reunião mais ampla com a participação do Ministério Público, Idema (órgão de defesa do meio ambiente do RN) e Secretaria do Patrimônio da União. O objetivo é obter apoio destes órgãos para que o projeto possa ser implantado.
Sem o aval destes órgãos, fica inviável a implantação do projeto.
O Projeto de Readequação e de Sustentabilidade da Praia do Tourinhos é bom e merece ter o apoio também da população de São Miguel do Gostoso.
Muita coisa vai mudar com o projeto. A principal delas é a proibição de acesso de carros à praia. Todos os veículos que forem a Tourinhos serão obrigados a parar em um estacionamento localizado a 500 metros da praia. A partir dali, haverá uma alameda com árvores, calçada e ciclovia para se chegar à praia.
Somente ambulâncias, viaturas policiais e carros com mercadoria e de abastecimento terão acesso à praia. Os demais veículos, incluindo motos, serão bloqueados no estacionamento. Pensa-se na possibilidade de ter charretes puxada a animais para transportar pranchas e equipamentos esportivos mais pesados.
Na beira da praia, no local onde hoje existem quatro barracos de palha para venda de alimentos, a Prefeitura construirá novos quiosques de madeira, caixa d’água e banheiros. Haverá licitação para que comerciantes explorem estes quiosques. Pessoas que hoje exploram as barracas de palha que já existem ali poderão participar deste processo de concorrência e continuar no local.
Para que este projeto possa ser executado, a estrada que passa por aquela praia e que dá acesso às praias dos Morros e do Marco serão desviadas, passando por trás de uma fazenda que existe no Tourinhos. A ideia é que sejam retiradas até mesmo as pedras de piçarra da estrada que passa atualmente na praia.
Com uma ou outra sugestão de mudança para a melhoria do plano apresentado pelos arquitetos da Prefeitura, todas as pessoas presentes à reunião do Comitê Orla elogiaram o projeto. A representante do Patrimônio da União propôs uma moção de apoio do Comitê Orla ao projeto, que foi apoiada por todos.
É obrigação da Prefeitura de São Miguel do Gostoso tomar iniciativas para salvar a praia do Tourinhos – principal cartão postal do município. Mas a população também tem um papel importante nesta tarefa. Primeiro, não jogando lixo na praia e evitando andar de carro ou moto por aquela orla.
Se todos ajudarem, ainda há tempo para salvar a praia do Tourinhos. Sem a aprovação e execução do projeto apresentado pela prefeitura, a tendência é aquela belíssima praia se deteriorar ainda mais. 
E se isso acontecer, será o fim do orgulho que se tem hoje de apresentar Tourinhos como uma das praias mais bonitas do Brasil. E o turismo e a população de São Miguel do Gostoso vão perder muito com isso.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Brasil faz "revolução silenciosa" com produção de energia eólica; RN torna-se maior produtor do país



Por Emanuel Neri
O cenário do Nordeste e de outras regiões do país começa a mudar.
Em São Miguel do Gostoso, por exemplo, já se pode ver, de vários pontos da cidade e ao longo da praia, enormes torres de produção de energia eólica. Este cenário pode até afetar o belíssimo visual da cidade, mas não há dúvidas de que se trata de uma fonte de energia importante e, principalmente, limpa – e que o país precisa dela para continuar crescendo.
Embora a chamada grande imprensa não dê muita importância para a energia eólica – preferindo falar de risco de abastecimento energético no país -, o Brasil vive uma verdadeira revolução silenciosa com a produção deste tipo de energia.
O Brasil ultrapassou,em abril, seis gigawates de produção de energia eólica, o suficiente para abastecer uma população de mais de 12 milhões de pessoas – algo como uma cidade de São Paulo inteira. E até 2018 vai superar 17 gigawats, o que fará do Brasil um dos maiores produtores de energia eólica do mundo.
Neste novo cenário brasileiro, destaque total para o Rio Grande do Norte que, sozinho, produz mais de dois gigawats, ou seja, um terço de toda a produção brasileira. E no RN o destaque especial vai para municípios da região do Mato Grande, em especial os do litoral, como São Miguel do Gostoso.
Além de ser uma energia limpa, que não provoca maiores danos na natureza – como é o caso da energia hidrelétrica -, a Brasil tem capacidade para, a longo prazo, atender três vezes a demanda energética do país. Em 2018, o Brasil vai produzir mais energia eólica do que a hidrelétrica de Itaipu, a maior do país.
Os números sobre energia eólica no Brasil impressionam. O país tem atualmente 266 usinas eólicas em funcionamento, outras 114 em construção e mais 330 que estão para ser iniciadas. Até 2018, o país terá 710 usinas em funcionamento. O Brasil já está entre os 10 maiores produtores eólicos do mundo.
Por sua localização privilegiada, na esquina do continente sul-americano, o Rio Grande do Norte tem enorme potencial de crescimento neste tipo de energia. Além dos dois gigas que já produz – suficientes para abastecer com sobra todo o Estado -, o RN está instalando mais 734,80 megawates, em produção ainda em 2015. Mais: em menos de um ano o Estado dobrou a produção de energia eólica.
O Rio Grande do Norte vai dobrar sua capacidade até 2018, com a produção de 4,7 gigawats. No Estado, São Miguel do Gostoso (foto acima) e municípios próximos, também por sua localização geográfica e favorabilidade dos ventos, são apontados como de grande potencial eólico.
Só no entorno de São Miguel do Gostoso quatro usinas estão em fase final de construção - Santo Cristo, São João, Carnaúbas e Reduto. Novos parques eólicos serão instalados em outras áreas do município. Outros parques já funcionam no município. A energia eólica gera razoável quantidade de emprego e renda.
Outra grande vantagem do potencial de energia eólica do Brasil, em especial no Nordeste, é que vai atrair fábricas para produção de equipamentos como turbinas, hélices e torres. Tudo isso vai gerar mais emprego e renda. Depois do Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul e Bahia são os maiores produtores eólicos do país. O Piauí também tem crescido sua produção.
Além de ser considerada energia limpa, a produção eólica também tem outra vantagem em relação à energia hidrelétrica. Pode faltar chuva que encha os reservatórios de usinas hidrelétricas, mas os ventos que rodam os cata-ventos de parques eólicos são muito mais regulares e constantes, em especial no Nordeste.
É isso. Apesar do silêncio da grande imprensa, que prefere apostar na crise energética, a energia eólica já é uma realidade no Brasil. Segundo especialistas, ela afasta qualquer possibilidade de desabastecimento de energia no país, mesmo que não chova nas regiões onde estão instaladas as grandes hidrelétricas do país.
Abaixo, links para você acompanhar outros dados sobre a produção de energia eólica do Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte. Veja os mapas de produção e previsão de aumento deste tipo de energia par aos próximos anos.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Maus hábitos de parte dos moradores de São Miguel do Gostoso pioram serviço de limpeza e coleta do lixo



Por Emanuel Neri
São Miguel do Gostoso cresceu muito nos últimos anos.
E isso ocorre em várias frentes. Na infra-estrutura turística, no setor de serviços,  na criação de empregos, no nível de organização social e político e em muitos outros aspectos. Mas ainda precisa crescer em outras áreas. Uma delas é o hábito da população de como tratar do seu lixo.
E este é um problema sério. Muitos habitantes da cidade ainda não se disciplinaram para colocarem o lixo diante de suas residências antes da passagem da passagem do caminhão da coleta. Muitas vezes o caminhão – em algumas ruas a coleta é feita por tratores – passa e só depois os moradores põem o lixo na porta.
Como àquela altura o caminhão já passou, o lixo só vai poder ser recolhido no dia seguinte. Aí entram em ação cachorros e outros animais que viram os tambores de lixo, rasgam sacos plásticos e espalham lixo nas ruas da cidade. Em algumas ruas onde isso ocorre, parece até que a cidade não tem coleta de lixo.
Há coleta de lixo em todas as ruas de São Miguel do Gostoso. Em algumas delas há coleta até aos domingos. A partir das 8h, caminhões e tratores começam a fazer a coleta nas ruas. A frota de veículos que recolhe lixo inclui um caminhão, dois tratores, uma caçamba e, em alguns casos, uma retroescavadeira.
Quarenta homens e mulheres trabalham na coleta de lixo da cidade. Três equipes de  mulheres fazem regularmente varrições de ruas. A coleta e limpeza também é feita nas praias.
É importantíssimo que a população se habitue a pôr o lixo em suas portas antes das 8 horas da manhã, quando caminhões e tratores começam a fazer a coleta.
Além do lixo que alguns moradores põem em suas portas depois da passagem do caminhão, há outro problema que afeta este serviço. É que alguns moradores que estão fazendo reforma em suas casas põem metralha (restos de demolição e de construção) nos tambores de coleta.
Isso aumenta muito o peso dos tambores de coleta e os garis não conseguem coloca-los nos caminhões. E muitas vezes esta sobra de demolição está misturada a resíduos orgânicos e outros tipos de lixo doméstico, o que provoca mau cheiro. Para retirar estes tambores, só com a utilização de uma retroescavadeira.
Outro problema na coleta de lixo de São Miguel do Gostoso são galhos de árvores que resultam de podas em ruas e jardins. A Prefeitura pede que as pessoas ponham restos de poda na porta de suas casas apenas nas quartas-feiras, quando a coleta deste material é feita. Mas muita gente não obedece esta orientação.
 “Ainda há muita falta de educação em relação à coleta do lixo na cidade”, diz a vereadora Francisca Pinheiro, a “Nenen de Lala” (na foto, à esquerda, com a prefeita Fátima Dantas), que também é responsável pelo serviço de coleta de lixo na cidade. “Se estes moradores não se conscientizarem é praticamente impossível manter a nossa cidade limpa, como queremos”, afirma.
Nas próximas semanas, a Prefeitura vai começar a substituir tambores de lixo por caixotes, que ficarão em canteiros centrais de ruas. A rua das Ostras será a primeira a fazer esta experiência. Com os caixotes, é mais difícil os cachorros revirarem o lixo. Mas o bom mesmo é a população respeitar a hora da coleta.
A disciplina da população em relação à coleta de lixo é uma mudança de comportamento que a população da cidade – ou pelo menos parte dela – precisa fazer. A limpeza do lixo das ruas e residências é fundamental para a saúde dos moradores. Mas parte da população não tem contribuído para isso.
São Miguel do Gostoso é conhecida por sua limpeza. O turista que vem à cidade comprova este fato, principalmente quando compara com outros municípios do Rio Grande do Norte. Mas ainda tem muito a ser feito. E esta mudança tem que partir da população que não respeita os horários da coleta do lixo.
Ainda há tempo para mudar. Contribua para que o lixo da sua casa seja colocado na sua porta antes da passagem dos caminhões. E se o seu vizinho não faz isso tente convencê-lo a respeitar os horários  da coleta do lixo, contribuindo para que a cidade seja cada vez mais limpa e mais agradável para moradores e turistas.