Por Emanuel Neri
Está aí uma iniciativa do Congresso que deve ter o apoio de pessoas que se preocupam com a brutalidade no trânsito. A Câmara dos Deputados aprovou projeto que permitirá o transporte de bebidas em porta-malas e não no interior de qualquer tipo de veículo automotivo no país. Embora ainda precise passar pelo Senado e ter a sanção da presidente Dilma, há grande possibilidade de a lei –que é severa, mas é justa - ser aprovada. Mesmo embrulhada, a bebida não pode ser transportada dentro do veículo – mesmo que esteja sendo levada por passageiros no banco de trás.
O desrespeito a esta determinação será considerada infração gravíssima, com punição de sete pontos na carteira do motorista e multa de R$ 191. Mesmo o passageiro que esteja viajando em ônibus –ou em qualquer outro veículos coletivo – não poderá transportar bebidas. A nova iniciativa para diminuir abusos no trânsito, principalmente em relação a motoristas que dirigem embriagados, vem na esteira da chamada Lei Seca, que pune severamente condutores de veículos que estejam alcoolizados. A alta velocidade é uma das principais ocorrências de quem dirige embriagado.
A Lei Seca tem contribuído, e muito, para reduzir o número de mortes em acidentes de trânsito, pelo menos nos Estados onde há uma fiscalização mais rigorosa. O Rio de Janeiro é um dos Estados que mais reprimem os abusos à Lei Seca. Foi no Rio de Janeiro que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi surpreendido dirigindo com fortes suspeitas de embriaguês. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas está respondendo a processo e deverá ter sua carteira de habilitação suspensa. São Paulo não adotou o mesmo rigor no combate a este tipo de abuso e, talvez por isso, tenha ocorrido uma série de acidentes, sempre envolvendo mortes, no trânsito da cidade, por motoristas alcoolizados.
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