Por Emanuel Neri
Pode-se dizer que o dia 19 de janeiro foi marcado pela esperança. No Brasil, no Rio Grande do Norte e em São Miguel do Gostoso.
Neste dia, todos os Estados brasileiros iniciaram, ainda que de forma bastante tímida, a vacinação contra a Covid-19, doença que já matou mais de 210 mil brasileiros e já contaminou, no país, cerca de 9 milhões de pessoas.
Mas a esperança no Brasil chegou no domingo, dia 17 de janeiro, em São Paulo. Neste dia, uma enfermeira negra, Monica Calazans, 54 anos, do Hospital Emilio Ribas, especializado em doenças contagiosas, foi a primeira brasileira a ser vacinada. Foi o primeiro fio de esperança.
No dia seguinte, segunda-feira, dia 18 de janeiro, a maioria dos governadores dos Estados brasileiros foi a São Paulo para receber os primeiros lotes da vacina contra a Covid. Entre estes governadores, estava Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte.
Apesar de toda a confusão feita pelo governo federal desde o início da produção das vacinas, todos os Estados receberam, proporcionalmente a cada população local, seus lotes de vacinas. Para o Rio Grande do Norte, vieram 84 mil vacinas.
Nesta mesma terça-feira o RN, como também todos os Estados brasileiros, começaram seus processos de vacinação. Como as vacinas são poucas, obedeceu-se o seguinte critério de recebimento da vacina: pessoal da saúde, idosos que vivem em asilos e indígenas.
No meio da tarde desta terça-feira, as vacinas também chegaram a São Miguel do Gostoso. São 78 doses, o que dá para vacinar apenas 39 trabalhadores da saúde, já que a vacina compreende duas doses. É muito pouco. Mas espera-se que cheguem novos lotes de vacinas nos próximos dias.
A vacina que foi distribuída no Brasil é produzida pela empresa Sinovac, da China, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Antes, o presidente Bolsonaro condenava esta vacina, principalmente por ser da China, produzida em parceria com um Estado governado por João Doria, seu adversário político.
Depois, sem alternativa, pressionado pela opinião pública e quando a maioria dos países do mundo iniciava seus processos de vacinação, Bolsonaro teve que lançar mão da vacina chinesa produzida em parceria com Paulo.
A vacina que o governo brasileiro apostou, da empresa Astrazeneca e da universidade inglesa Oxford, feita em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, do Brasil, ainda não está pronta para ser aplicada no país.
O governo Bolsonaro ainda adesivou um avião para ir à Índia, pegar um lote de 2 milhões de vacinas, também da Oxford, mas o governo indiano recusou. Sem ter para onde correr, Bolsonaro teve mesmo que lançar mão da vacina chinesa produzida em parceria com o governo de São Paulo.
Dezessete casos locais
Mas o bom de
tudo isso é que as vacinas começaram a chegar, embora ainda insuficiente para
toda a população, a todos os cantos do Brasil, inclusive a São Miguel do
Gostoso. No município, há 17 casos atualmente confirmados de Covid, mas nenhum
com gravidade, precisando de internação. Todos estão isolados e sendo monitorados, nas suas casas.
Responsáveis pela saúde de São Miguel do Gostoso acreditam que estes novos casos de Covid fazem parte da nova onda da doença que tomou conta do país, mais recentemente. Para eles, não há indícios de que o aumento destes casos seja consequência exclusiva das festas de réveillon ocorridas na cidade.