Crise sanitária. Para amenizar fome da população carente de São Miguel do Gostoso, Câmara Municipal libera R$ 48 mil para a compra de cestas básicas

 Por Emanuel Neri

Além das mortes que, no Brasil, lamentavelmente, já foram mais de 300 mil vitimas, outra grande consequência da pandemia do  Coronavirus/Covid é a fome, gerada principalmente pelo desemprego e pela crise econômica e política que arrasa o país.

Seguindo iniciativas que estão sendo adotadas em várias partes do Brasil, para amenizar a fome de parte da população, em São Miguel do Gostoso já começam a surgir ações de ajuda à população vulnerável. Uma destas ações partiu da Câmara Municipal local.

Com o apoio de vereadores, o presidente do Legislativo, Azenate Câmara, anunciou a devolução aos cofres da Prefeitura de R$ 48 mil para serem usados na compra de cestas básicas para a população em situação de risco alimentar. Mas há outras ações.

A iniciativa foi aprovada em resolução da mesa diretora da Câmara, que contou com o apoio de todos os vereadores, inclusive os da oposição. Quem vai administrar a compra e distribuição das cestas básicas é a Secretaria de Assistência Social do município.

Segundo Azenate, o dinheiro faz parte de uma sobra de orçamento da Câmara que, na crise atual, vai servir para amenizar a fome de parte da população de São Miguel do Gostoso. Para a distribuição das cestas, será utilizado o cadastro de pessoas em situação de risco alimentar.

Por mês, a Prefeitura destina R$ 162 mil para despesas da Câmara. Como geralmente há sobras, o dinheiro que não foi usado volta para os cofres da Prefeitura, no final de cada ano. Com a fome gerada pela pandemia, a Câmara resolveu antecipar a devolução dos R$ 48 mil.

Além da doação dos R$ 48 mil, a Câmara vai liderar, junto à população, campanha de arrecadação de cestas básicas ,ou quilos de alimentos não perecíveis, para também serem distribuídos à população carente. As igrejas católica e evangélica farão esta distribuição.

É importante que a Caãmra de São Miguel do Gostoso tenha tomado esta iniciativa. Mas deve-se evitar o uso político na distribuição destas cestas, seja por parte da Prefeitura ou da própria Câmara. As cestas devem ser efetivamente distribuídas para quem tem fome.

Com a pandemia do Coronavirus, muita gente perdeu o emprego e renda, principalmente trabalhadores ambulantes, e estão enfrentando dificuldades para se alimentar. Isso ocorre em todo o país. No Nordeste, uma das regiões mais pobres do país, esta situação se agrava ainda mais.

Quem puder, deve se aliar a esta campanha da Câmara ou ajudar diretamente pessoas que estão em situação de risco. Outras Ongs locais, como o Iasnin (Instituto de Ação Social Nilo e Isabel Neri), também distribuía cestas e deve retomar agora esta ajuda a pessoas carentes.

O Brasil jamais viveu uma situação dramática como a que vive atualmente com a crise sanitária. E a situação se agravou pelo negacionismo à crise pelo governo federal, que também falhou  na aquisição de vacinas, além da não tomar iniciativas efetivas para enfrentar a crise social e econômica do país.

Cientistas dizem que o número de mortes, bem como as consequências da crise sanitária, seriam bem menores se o governo brasileiro tivesse agido com eficiência para enfrentar a pandemia. Pelo contrário, muitas ações do presidente Bolsonaro agravaram a crise.

Por todos estes motivos, é importante que ONGs e a sociedade civil, bem como órgãos públicos, como é o caso da Câmara Municipal de São Miguel do Gostoso, se mobilizem para amenizar o problema da população que está em situação de risco alimentar. Todos devem colaborar.

Veja, abaixo, iniciativas que estão sendo adotadas em todo o Brasil para ajudar pessoas e famílias que estão passando fome.

https://virtz.r7.com/confira-campanhas-de-combate-ao-coronavirus-e-saiba-como-ajudar-17042020

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/como-posso-ajudar-quem-mais-precisa-em-meio-a-crise-do-coronavirus.shtml

https://vejario.abril.com.br/coronavirus/doacoes-campanhas-ajuda-covid-pandemia/

https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2020/04/movimentos-sociais-campanha-coronavirus/

Importante atração cultural do Nordeste, Mostra de Cinema de Gostoso deste ano ocorrerá entre 10 e 14 de março, e 36 filmes nacionais em formato virtual

 

Por Emanuel Neri

Por causa da pandemia de Covid-19, este ano a Mostra de Cinema de Gostoso vai ser em formato diferente.

Entre os dias 10 e 14 de março, a Mostra de Gostoso, uma dos maiores eventos culturais do Nordeste, vai ser virtual/online, com acesso pelo celular ou computador. Você poderá assistir os 34 filmes da Mostra, na hora que quiser, pelo site www.mostradecinemadegostoso.com.br.

Todos os anos a Mostra de Cinema de Gostoso é realizada na paradisíaca Praia do Maceió, em São Miguel do Gostoso, em arena feita especialmente para este evento. Este ano será a 7ªMostra. Se a pandemia deixar, em novembro próximo será a 8ª Mostra, ao ar livre, na beira da praia.

A Mostra de Gostoso já faz parte do calendário de festivais de cinema do Brasil. Todos os anos, jornalistas, diretores e produtores de filmes, além de atores e atrizes, vem a São Miguel do Gostoso para este evento. A coordenação do festival é da Heco Produções, de São Paulo, sob a direção de Eugênio Puppo e Matheus Sundfeld.

Dividida em segmentos específiicos, a Mostra de Gostoso tem como maior atração a Mostra Nacional, com seis longas metragens feitos entre 2020 e 2021. Atração que sempre desperta grande interesse do público, este segmento contará com seis longas de diversos diretores nacionais.

Fazem partes da Mostra Nacional os filmes Açucena, de Isaac Donato; Antena da Raça, de Paloma Rocha e Luis Abramo; Até o Fim, de Glenda Nicácio e Ary Rosa: Cavalo, de Rafhael Barbosa e Werner Sales: Cidade Correria, de Juliana Vicente; e Essa Terra é Nossa, assinado por um coletivo de quatro diretores.

Na sessão de curtas-metragens, passarão dez filmes. Um deles, Mestre Marciano, é dirigido por Igor Ribeiro e Rubens dos Anjos, que fazem parte do grupo Nós do Audiovisual, formado por jovens cineastas de São Miguel do Gostoso. Também haverá uma sessão específica com quatro filmes anteriores feitos por este grupo.

 

Uma das maiores atrações do evento deste ano será a Mostra Acervo, com filmes clássicos do cinema brasileiro. Um destes filmes será o imperdível Vidas Secas, de 1963, dirigido por Nelson Pereira dos Santos. Outro filme que deve ser visto é Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky. Outros cinco filmes clássicos e imperdíveis passarão nesta mostra (ver programação).

Atenção para uma joia rara que passará na mostra deste ano. Trata-se do filme Boi de Prata, de Carlos Augusto Ribeiro Júnior, dos anos 70, filmado em Caicó, no Rio Grande do Norte. Embora tenha passado em poucas sessões, este filme é praticamente inédito do grande público. Vale a pena ver.

Como vocês podem ver, a Mostra de Cinema de Gostoso será exibida este ano em formato diferente, virtual/online, mas está recheada de bons filmes. Ai é torcer para que a pandemia de Covid acabe, ou que sejá controlada pela vacina, para que, em novembro próximo, possamos voltar à Praia do Maceió.

Veja, abaixo, programação da Mostra de Cinema de Gostoso deste ano.

https://dicadeteatro.com.br/7a-mostra-de-cinema-de-gostoso-divulga-programacao-completa/

https://www.papodecinema.com.br/noticias/7a-mostra-de-cinema-de-gostoso-acontecera-online-em-fevereiro-de-2021/

https://expresso84.com.br/mostra-de-cinema-de-gostoso-vai-exibir-mais-de-30-filmes-online-confira-a-programacao/

São Miguel do Gostoso determina fechamento de bares e restaurantes nos finais de semana, gerando reclamação de turistas e de empresários do turismo

 Por Emanuel Neri

Confusão com o decreto da Prefeitura de São Miguel do Gotoso sobre as novas restrições para tentar controlar a nova onda da Covid-19.

O decreto municipal, de um modo geral, acompanhou as determinações do decreto estadual, baixado pela governadora Fátima Bezerra, que determinou, entre outras medidas, o toque de recolher, entre 22h e 5h, para evitar aglomeração de pessoas nas ruas.

Mas, no caso de São Miguel do Gostoso, que é uma cidade turística, o que pegou mal foi um dos artigos do decreto, o de número 6, que obriga os restaurantes e bares a fecharem nos finais de semana. Atendimento ao público só no esquema delivery, com entrega a domicílio.

Com isso, o último final de semana, principalmente no domingo,  foi de muita reclamação de turistas que estavam na cidade e não tinham onde comer, bem como de proprietários de restaurantes e bares que não puderam abrir suas portas para atendimento dos clientes. Até a praia do Tourinhos ficou fechada.

Realmente é estranho que, numa cidade turística, o turista não tenha onde almoçar ou jantar porque os restaurantes estão todos fechados. Em outras cidades, como Touros e Natal, restaurantes não foram obrigados a fechar suas portas. Mas cumpriram outras determinações do toque de recolher.

Empresários do turismo local  temem que, com o fechamento de restaurantes, o turista comece a cancelar reservas em pousadas enquanto durar esta proibição. De fato, isso já está acontecendo. Algumas pousadas já estão recebendo pedidos de cancelamento. Com os restaurantes fechados, e as pousadas vazias, há riscos de desemprego na cidade.

São Miguel do Gostoso, aparentemente, foi mais rigoroso na elaboração de seu último decreto sobre a Covid, o que levou muita gente, principalmente donos de restaurantes, a reclamar do prefeito nas redes sociais. Na manhã desta segunda (1/3), houve protesto de empresários em frente à Prefeitura local.

Não tinha ninguém para receber os empresários que foram à bater à porta da Prefeitura. Mas um documento do setor foi encaminhado a autoridades municipais. O presidente da Câmara, Azenate Câmara, reconhece que há excessos no decreto e está intermediando um entendimento para flexibilizar o decreto.

E há lógica na reclamação dos empresários. Há uma diferença básica entre toque de recolher o lockdown, quando funcionam apenas os serviços essenciais (farmácias, supermercados, entre outros). No toque de recolher, tudo fica fechado a partir do horário estabelecido (22h).

Os prefeitos têm autonomia para estabelecer as regras do que funciona e do que não funciona. No caso de Natal, a Prefeitura local manteve restaurantes abertos, especialmente os que estão fora da orla. Colado a São Miguel do Gostoso, a praia de Monte Alegre, no município de Touros, seus restaurantes funcionaram normalmente.

Algo então está errado. O que a Prefeitura de São Miguel do Gostoso tem que fazer é exigir distanciamento de mesas em restaurantes e adotar outras medidas sanitárias, mas fechar os estabelecimentos nos finais de semana parece mesmo um excesso que tende a prejudicar o turismo local.

Pelo decreto local, restaurantes podem funcionar de segunda a sexta, até 22h, quando devem fechar suas portas, por causa do toque de recolher. O fato é que não há grandes diferenças entre o funcionamento destes estabelecimentos durante a semana e nos finais de semana. Talvez só o aumento de clientes.

Toque de recolher é toque de recolher e, portanto, deve ser respeitado.

São Miguel do Gostoso está preocupado sim com a nova onda da Covid e quer contribuir com medidas que diminuam sua propagação. Mas sem excessos. O bom senso deve prevalecer e, adotando-se medidas sanitárias mais rígidas, talvez não haja necessidade de fechar restaurantes nos finais de semana.