Chegou a hora de resgatar as casas coloridas de Gostoso

Por Emanuel Neri, em São Paulo.

Está aí uma boa idéia para se resgatar a memória cultural de São Miguel do Gostoso. O Gostoso em Cores, que um grupo de artistas e moradores de São Miguel do Gostoso iniciou, no último sábado (13/8), nas ruas da cidade, com o objetivo de colorir muros e fachadas, tem tudo a ver com um outro projeto, iniciado em 1995, chamado Caso Caiada. Este projeto tinha como objetivo resgatar as casas coloridas que sempre foram característica da cidade.

Além da pintura nas casas, o Casa Caiada também ensinava a fazer pequenos e simpáticos jardins diante delas. A memória cultural – e estética - de São Miguel do Gostoso tem esta cara. Casas simples pintadas de cores diferentes e com tons fortíssimos. Assim era a cidade na sua origem e que permaneceu desta forma por muitos anos. Na frente das casas, sempre havia um jardinzinho, mínimo, e um banco de madeira –ou cadeiras-, onde as pessoas costumavam sentar, principalmente à noite, para conversar. O Casa Caiada acabou parando por falta de apoio.

Esta beleza tipicamente de São Miguel do Gostoso acabou, de alguma forma, sendo superada pelos “puxadinhos” e sobradinhos, sem nenhum charme, que começaram a surgir, nos últimos anos, quando a cidade começou a crescer. Ainda há algumas casas, especialmente no bairro do Maceió, com estas características. Pois agora o Gostoso em Cores tem tudo para resgatar esta memória cultural. Além de colorir muros e fachadas, pode muito bem manter seu bloco nas ruas para convencer e ajudar a população no resgate de sua memória afetiva – que é também uma das marcas mais bonitas da cidade.