Por Emanuel Neri
Uma das manifestações culturais mais interessantes trazidas pela migração japonesa para o Brasil foi o ikebana. Originário da Índia, mas que se consolidou no Japão no ano 607 DC (depois de Cristo), o Ikebana é mais do que um arranjo floral. Quem já trabalhou –ou trabalha - com ikebana sabe da sutileza da colocação daquelas flores em relação à vida e ao universo. Praticar esta arte oriental é quase um processo terapêutico. Sua elaboração, cheia de símbolos e significados, é baseada em três pontos: céu, terra e humanidade. Tudo está harmonizado com estes três significados.
Você pode demorar horas fazendo um único arranjo de ikebana. É que a harmonia na colocação das flores é um dos seus princípios básicos. Esta arte se desenvolveu no Japão durante as cerimônias do chá, bastante comum na cultura nipônica. Apesar de sua delicadeza, os samurais –temíveis guerreiros japoneses que vieram quase 8 séculos, entre 1100 e 1867- usavam o ikebana para desenvolver habilidade de observação, concentração e sensibilidade com as armas. No início, como costume budista, era considerada arte mística. Depois, tornou-se também decorativa.
Os japoneses trouxeram o ikebana para o Brasil, onde existem hoje 16 escolas, a maioria em São Paulo, maior concentração da comunidade nipônica no país. Em todo o mundo, existem 3 mil escolas que ensinam esta arte, com 15 milhões de praticantes. O ikebana é bem diferente dos arranjos de flores ocidental, caracterizado pelo volume das flores e folhas e pela grande variedade de espécies. O ikebana é harmônico, tem poucas flores, folhas, e um único centro de equilíbrio –que pode ser um galho ou o próprio caule da flor. O resultado é belíssimo. Todos os anos há inúmeras exposições de ikebanas em São Paulo.
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