quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Barraqueiros de Tourinhos podem alugar terenos para evitar fechamento de suas barracas. Mas há reclamações contra ausência da Prefeitura

 

Por Emanuel Neri

Três meses após a ordem da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) para que os barraqueiros de Tourinhos, em São Miguel do Gostoso, fechem e abandonem suas barracas, ainda não há uma solução definitiva para este sério problema destes profissionais.

Na última terça-feira (2/8), barraqueiros organizaram reunião, tipo manifestação, diante de suas barracas, para tentar encontrar solução para o problema. O advogado do italiano que é dono das terras do Tourinhos apresentou proposta para os barraqueiros.

Segundo a proposta, cada barraqueiro (são 16 ao todo, mas só 10 trabalham com regularidade) deve pagar aluguel de R$ 1.250,00 mensal para que cada barraqueiro construa estrutura de serviços, onde suas cozinhas possam funcionar, dentro do terreno do italiano.

A novidade desta reunião é que, apesar de ser um problema de interesse da comunidade, a Prefeitura não esteve presente. Seis vereadores que apóiam o movimento participaram do evento, além de pessoas de São Miguel do Gostoso, solidárias aos barraqueiros.

“Cade o prefeito que não aparece para discutir este sério problema com a gente?”, reclamou Luis Pescador, um dos líderes do movimento. Na manhã desta quarta (3/8), houve nova reunião na Câmara Municipal. A Prefeitura participou com seu advogado.

Já se pensou em outras alternativas para solucionar o problema das barracas do Tourinhos, que empregam em torno de 200 pessoas. Uma delas foi a compra de uma estrutura móvel (tipo trailer) para servir como cozinha para cada uma das barracas.

Mas esta idéia não foi pra frente por causa de vários problemas. Um deles é o preço do trailer (em torno de R$ 30 mil), além da dificuldade de locomover, todos os dias, os trailers para o local. A SPU não permite que estes veículos fiquem à noite naquela praia.

O problema com as barracas de Tourinhos é sério. Além de ser uma questão social, por envolver a subsistência de barraqueiros e trabalhadores, também causa impacto turístico. Tourinhos é uma das atrações do turismo local e, sem as barracas, a cidade perde esta atração.

Caberia então à Prefeitura buscar soluções para que as barracas do Tourinhos continuem funcionando, de forma ordenada, naquela praia. Mas líderes dos barraqueiros tem reclamado muito da omissão do perfeito Rebato de Doquinha e de seus assessores.

Ajuda da Prefeitura

As barracas de Tourinhos funcionam de forma precária. Sua estrutura de cozinhas tem problemas e as barracas causam impactos ambientais no local. Os barraqueiros querem melhorar esta situação, mas entendem que a Prefeitura tem que ajuda-los.

Os barraqueiros de Tourinhos concordam com a proposta para alugar os terrenos para instalar suas cozinhas. Mas entendem que a Prefeitura tem que orientá-los com um projeto padrão para estes espaços, além da infra-estrutura local, como banheiros e estacionamento.

Outra ação que cabe à Prefeitura, segundo os barraqueiros, é a mudança da estrada que liga Tourinhos às praias dos Morros e Marcos, que passa atualmente por trás das barracas. Neste caso, a estrada seria desviada para passar por dentro do terreno do italiano.

São muitos os problemas gerados com a ordem da SPU para que os barraqueiros fechem suas barracas nos locais em que funcionam atualmente. Mas é claro que, além dos barraqueiros, a Prefeitura tem que assumir um papel mais importante para enfrentar esta séria situação.