quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Chegou a hora de ver a estréia do filme "São Miguel do Gostoso"



Por Emanuel Neri

Está aí uma ótima notícia que muita gente vinha esperando há algum tempo. O filme São Miguel do Gostoso, do cineasta paulista Eugênio Puppo, vai finalmente estrear em São Miguel do Gostoso. Será dia 10 de setembro, um sábado, na praia da Xepa, às 19h30. Será, sem dúvida, um dos maiores acontecimentos culturais já realizados na cidade. A população gostosense vai ver um filme marcante, bonito e realista, elogiado pela crítica e que tem participado de vários festivais de cinema no país. Mais de mil pessoas devem comparecer à estréia do filme.
São Miguel do Gostoso, o filme, que tem patrocínio do Banco do Nordeste, tem 80 minutos de duração. As imagens são belíssimas –algumas tomadas aéreas –  e tem depoimentos emocionantes de moradores da cidade. Apesar da abundância de cenas bonitas, o filme não tem uma visão oba-oba de São Miguel do Gostoso. Está ali um “outro olhar” que, em alguns momentos, pode parecer ácido para a população local. Mas é um filme realista, que faz pensar, e questiona sobre o que a cidade quer para o seu futuro.
O filme vai ser exibido numa telona de 10 X 8 metros e com projetor com qualidade de cinema. A Prefeitura de São Miguel do Gostoso está colaborando com o filme e vai cuidar de toda a logística da noite de estréia. Vai disponibilizar ônibus para que a população dos distritos também possa estar presente. A produtora do filme –a Heco Produções, de São Paulo – convidou jornalistas para de São Paulo, de Natal e de outras capitais do Nordestes para assistirem esta estréia, que também contará com o apoio de pousadas da cidade.
 Para saber mais sobre o filme São Miguel do Gostoso, clique no link da Heco Produções, responsável pela produção do filme, e veja trailler do filme no Youtube:

Você é sedentário?


Arão de Oliveira(*)

            No post anterior abordei o tema do sedentarismo no Brasil retratado pela pesquisa VIGITEL. Mas o que é ser sedentário? Utilizando critérios da medicina baseada em evidências, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) - uma das mais importantes entidades no campo de ciências do esporte e atividade física - recomenda uma frequência mínima de exercícios de 5 vezes por semana, se possível todos os dias. Isso para a população adulta saudável.
            Para ser ainda mais específico, o ACSM sugere que se faça ao menos 5 vezes por semana de exercícios do tipo aeróbico (caminhar, correr, nadar etc.) e 2 vezes de exercícios do tipo neuromuscular (musculação). No último tipo, cabem modalidades de exercício que priorizem a força/controle muscular como yoga, Pilates, Tai chi chuan etc., isto é, exercícios que utilizem como sobrecarga o próprio peso corporal.
            Outras formas que o ACSM propôs para limites mínimos de atividade física são por tempo ou calorias gastas, a saber, 150 minutos/semana ou 2.000Kcal/semana, respectivamente. Como calcular calorias é mais complicado e menos acessível, a melhor alternativa é optar pelo monitoramento do tempo semanal gasto com atividade física.
            A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 30 minutos por dia de atividade física, podendo fracionar esses 30 minutos em cada período do dia (15/15 ou 10/10/10). Esta é uma boa notícia, pois falta de tempo é quase unanimidade nas desculpas para o relapso com a atividade física. Agora não vale dizer que o trabalho já é “puxado” e, por isso, não dá pra treinar, porque os benefícios do exercício físico são obtidos pelo princípio da sobrecarga. Esse princípio refere-se à necessidade de que o exercício físico seja um esforço maior do que às atividades do dia a dia.
Portanto, mexa-se! Ainda mais...

Saiba mais em: www.acsm.org

  
(*) Arão de Oliveira é professor de educação física especialista em reabilitação cardiovascular e fisiologia do exercício pelo InCor –HC/FMUSP e doutorando em neurociências pela UNIFESP. Possui certificação do American College of Sports Medicine em exercício clínico e também é personal trainer.

Pais e comércio ignoram a proibição do menor beber e fumar



Por Emanuel Neri

Tem coisas no Brasil, aparentemente tão normais, que até causam espanto quando são divulgadas por algum veículo de comunicação.  Nos últimos dias, TVs têm tratado de uma série de casos envolvendo adolescentes que são encontrados embriagados em Araçatuba, uma cidade do interior do Estado de São Paulo. O Estatuto da Criança e do Adolescente, além de outras leis do país, proíbem terminantemente que crianças e adolescentes consumam bebida alcoólica - é até prevê punição para os pais que não adotem medidas para evitar este tipo de abuso.
Quando este tipo de notícia sai, todos ficam espantados. “Mas é tão normal ver jovens bebendo por aí!” – é a primeira reação que se ouve. Jovens bebem no Brasil não só em Araçatuba, mas em todas as cidades do país. No exterior, o controle do álcool é feito com muito mais rigor. Até adultos têm limitações de consumo –menores, então, nem pensar! Outro dia uma outra TV fez reportagem sobre jovens que compram e consomem cigarros sem nenhum controle dos estabelecimentos comerciais. Outro espanto! As leis brasileiras prevêem, sim,  severas punições para quem vende álcool e cigarros para menores.
 Agora vamos trazer este caso para o universo de São Miguel do Gostoso. Quem não já viu menores bebendo e fumando à vontade nos mais diversos pontos da cidade? No início deste ano, numa rave (festa com música eletrônica) realizada na Praia do Maceió, havia inúmeros adolescentes embriagados. Verdadeira cena de horror. Esta festa, soube-se depois, não tinha nem alvará da Prefeitura para funcionar. O que o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente da cidade tem feito para evitar este tipo de abuso? Isso é tão comum na cidade, que nem mesmo espanto causa mais entre nós.
Para mais informações sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e da proibição do consumo de álcool e cigarros por menores, bem como a respeito da punição de pais e estabelecimentos comerciais, clique nos links abaixo:



terça-feira, 30 de agosto de 2011

A ponte foi feita, mas esqueceram do acesso à Br-101




Por Emanuel Neri

Têm fatos que só são capazes de acontecer no Rio Grande do Norte. Por acaso dá para imaginar que aquela super ponte estaiada (foto à esquerda), que liga Natal à praia da Redinha, até hoje não tem um  acesso decente para a Br-101? E o pior é que se trata de um trecho mínimo, de no máximo quatro quilômetros, mas que nada foi feito até agora. Sem o acesso, quem quiser pegar as praias do litoral Norte pela Br-101 –e isso encurta caminho para quem sai da zona central e sul de Natal - tem que se aventurar em uma estradinha esburacada, cheia de água, sem a menor sinalização e perigosa.
A ponte foi feita na administração da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) e inaugurada em novembro de 2007 –então, já vai fazer quatro anos que a ponte existe, sem o menor sinal de acesso para a Br-101. A ponte, que recebeu o nome de Newton Navarro, um importante pintor potiguar, é belíssima. Tem 1,8 km de extensão, separando o estuário do rio Potengi, de um lado, e o Oceano Atlântico, do outro. Seu vão central, altíssimo, para facilitar a passagem de navios, tem 55,10 metros de altura, o equivalente um prédio de 18 andares. Custou R$ 194 milhões aos cofres públicos.
Além do visual visto de cima da ponte, talvez um dos mais bonitos do Brasil, trata-se de uma grande obra da arquitetura. Mas nada disso pode ser usufruído pelos habitantes e pelos turistas que se destinam ao litoral Norte, em especial São Miguel do Gostoso, um dos maiores destinos da região. Quem se arrisca a ir por ali, corre o risco de cair na buraqueira de uma estradinha péssima, se perder no caminho ou ainda sofrer um acidente. E olhem que Natal (e o Rio Grande do Norte) é um dos principais destinos turísticos do Brasil. Já está passando da hora de o novo governo pensar no acesso da ponte para a Br-101.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Tupy or not Tupy" no caldeirão antropofágico do Teatro Oficina

Por Ylton Amaral (*)

Setentoso para alguns, ousado, libertário e revolucionário para outros, os espetáculos de Zé Celso Martinez Correa levam discussões acaloradas até pra festa de aniversário. No último dia 22/08, inventei de puxar o papo sobre a última carnavalização do Zé, a peça Macumba Antropófaga, em cartaz  até 02/10, no Teatro Oficina, em São Paulo. Não deu outra: fiquei na defesa do quase octogenário teatrólogo, enquanto outros, educadamente - para não fazer feio na festa - baixavam o pau, engrossando o coro dos que consideram aquilo um tipo de teatro ultrapassado, repetitivo e até grosseiro.

Tupy or not Tupy?, provoco, como provoca o povo da Uzyna Uzona, como também é conhecido o grupo de Zé Celso, canibalizando  Hamlet (To Be or Not To Be), de Shakespeare.

Para mim, todos os espetáculos dirigidos pelo Zé Celso têm o sabor dos shows de mágicas, que adoro. Ali, exercito meu prazer de ser iludido sem jamais querer descobrir o truque do coelho. Nas peças do Teatro Oficina, o que sai da cartola são evocações de infância, o lúdico, o grito, o choro, o riso, o escancaramento da nudez, a genitália desnuda na cara do espectador, num despudor herege que fascina e agride.

O que me deslumbra é a forma, é o visual, são as soluções cênicas criativas que formam um subtexto escrito com a ajuda do público. Como quem observa um quadro abstrato, esqueço a linearidade do roteiro e me deixo surpreender a cada cena. E o Zé Celso transborda de prazer oferecendo Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Pagu, João Ramalho, índios Tupinambás e Amy Winehouse para a degustação da platéia de Macumba Antropófaga. Mais uma provocação imperdível para as tardes de sábado ou domingo no terreiro que a famosa arquiteta Lina Bo Bardi fez especialmente para o Oficina (Rua Jaceguai, 520, Bixiga, São Paulo) ou, ao vivo, pelo site do teatro.

No final, um convite antropofágico: vamos para o Troca-Troca (**) na oca indígena ?
(**)Nome de restaurante montado no local que faz referência explícita à intenção de se permutar uma gleba pública pelo terreno de Silvio Santos, pleiteado, há anos, pelo Teatro Oficina (http://teatroficina.uol.com.br/)

(*)Ylton Amaral é jornalista

                                 

Responsabilidade social traz benefícios para empresa e comunidade



 
Por Emanuel Neri

Toda a empresa que se preza tem que ter responsabilidade com o seu meio. É isso o que é chamado de Responsabilidade Social. Isso significa que as empresas responsáveis, comprometidas com seu futuro, têm que adotar princípios e compromissos éticos para que haja uma perfeita sintonia entre a atividade empresarial e os diversos setores envolvidos no seu negócio. Também é conhecida por Responsabilidade Social  Corporativa. Não se deve confundir esta ação com filantropia, sentimento de caridade que leva os homens a ajudar os outros. 
Uma empresa socialmente responsável adota regras básicas para tratar bem seus clientes, respeitar seus empregados e a legislação trabalhista, ter compromissos com a preservação do meio-ambiente, combater preconceitos e discriminações, assumir compromissos sociais e obedecer as leis do país (do Estado e do município em que atua) –enfim, são medidas éticas e de respeito a todos os setores com quem esteja envolvida. A responsabilidade social é ferramenta importante para o êxito das empresas. Empresas socialmente irresponsáveis fracassarão, mais cedo ou mais tarde.
É importante que São Miguel do Gostoso comece a discutir esta questão, de fundamental importância para seu desenvolvimento ordenado e sustentável. Isto significa que princípios de Responsabilidade Social devem ser adotados por empresas locais, em especial as do setor turístico –pousadas, restaurantes, bares, serviços – e outras atividades empresariais, como comércio e energia eólica, que está chegando ao município. Uma empresa socialmente responsável é aliada do poder público para que haja bem-estar para todos.
Além das regras básicas (já citadas acima) da Responsabilidade Social, empresas podem também assumir outros compromissos e metas para que seus consumidores as percebam e as valorizem por seu comportamento. Por exemplo: cuidar de um jardim ou de um canteiro público, se envolver com replantio de árvores que melhorem o meio-ambiente, participar de campanhas educativas e de projetos sociais, colaborar com projetos de embelezamento da cidade –enfim, há uma infinidade de iniciativas que valorizam a “alma” das empresas e das cidades onde elas atuam.
O Turismo Melhor, do Sebrae, que qualifica pousadas e restaurantes da cidade, adota princípios socialmente responsáveis. Uma sugestão: Entidades que cuidam de ações culturais e sociais –como a Amjus,  junto com a AEGostoso, Sebrae e Prefeitura – deveriam realizar seminários com empreendedores para difundir melhor o princípio da Responsabilidade Social em São Miguel do Gostoso. Para entender melhor sobre o que é uma empresa socialmente responsável, clique no link abaixo: http://www.habitatbrasil.org.br/biblioteca/artigos-e-pesquisas/mas-o-que-e-responsabilidade-social/