Por Emanuel Neri
O Brasil, que até pouco tempo atrás detinha o título de um dos países com maior desigualdade entre pobres e ricos do mundo, está mudando. Nos últimos anos, 40 milhões de pessoas – corresponde à população da Argentina inteira - saíram das classes sociais D e E e chegaram a chamada “nova classe média” do país.
Por causa deste avanço em sua distribuição de renda, o Brasil já é considerado um país predominantemente de classe média. Seis em cada dez brasileiros com 16 anos ou mais já integram este segmento social, segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo. São 90 milhões de brasileiros, se considerados os que já eram classe média.
Estes números são impressionantes. Noventa milhões de pessoas significa que só a classe média brasileira é maior do que a população inteira da Alemanha. O levantamento da Folha chegou a estas conclusões ao analisar três indicadores, como renda, educação e posse de bens de consumo da população brasileira.
A classe média não é homogênea. Muitos têm maior nível de educação, outros de renda e inúmeros de bens de consumo ou de conforto. Há um acesso crescente a bens como eletrônicos, computadores, eletrodomésticos e automóveis. E isso ocorre graças à melhoria na distribuição de renda da população ocorrida nos últimos anos no Brasil, principalmente duante o govenro Lula (2003/2010).
Apesar destes avanços, ainda há enormes bolsões de miséria no país. O Bolsa Família, um dos maiores programas sociais do mundo, tem ajudado a reduzir este contingente. Agora, a presidenta Dilma Rousseff promete combate direto à miséria. Até criou slogan de governo com foco nesta questão: “País rico é país sem miséria”. Promete chegar ao final do seu governo com índices bem reduzidos de miséria.
A "nova classe média" é responsável pelo aquecimento do consumo interno e, consequentemente,, pelo crescimento do país. Graças a este consumo interno, o Brasil conseguiu superar rapidamente a crise econômica mundial de 2008/2009 e está também superando uma nova fase desta crise, iniciada no ano passado. Sinal de que, se diminui a pobreza, aumenta a renda e o crescimento do país - e o Brasil fica menos vulnerável a crises externas.
O economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, é um dos maiores estudiosos da nova classe média no Brasil. Ele vem pesquisando este tema há quase 10 anos. Hoje (29/1) ele publica artigo na Folha de S. Paulo sobre este tema. Foi Marcelo Neri quem criou o termo “nova classe média” do Brasil.
Segundo Marcelo Neri, o termo classe C é pejorativo. Por este motivo, ele prefere chamar as pessoas que estão chegando a este novo segmento social de “nova classe média”. Veja, abaixo, links para este estudo do Marcelo Neri, bem como outras reportagens sobre a “nova classe média” e os programas sociais do governo.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/22760-a-nova-classe-media.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1037375-seis-em-cada-dez-brasileiros-pertencem-a-classe-media-diz-datafolha.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1036261-quiz-faca-o-teste-e-descubra-a-que-classe-social-voce-pertence.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolsa_Fam%C3%ADlia
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