sábado, 22 de outubro de 2011

Veja as reações de Obama e Dilma às comemorações pela morte de Gaddafi. Isso faz muita diferença

Por Emanuel Neri

A morte do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, na última quinta (20/11), mostra a forma diferente como líderes mundiais encaram as conseqüências da morte de alguém, mesmo que se trate de um tirano. Há suspeitas de que Gaddafi, depois de ter sido ferido e preso em combate, foi sumariamente executado, junto com um dos seus filhos.
A morte de Gaddafi foi recebida com euforia na Líbia e em outras partes do mundo. Mas a própria Organização das Nações Unidas (ONU) já está questionando a forma como ele foi morto. Vídeos mostram Gaddaffi inicialmente preso e ferido; na sequência, ele aparece morto. Sua morte fere normas do direito internacional e, em especial, dos direitos humanos.
Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e Dilma Roussef, presidenta do Brasil, reagiram de forma diferente às comemorações pela morte do ditador. Obama celebrou a suposta execução. Seu discurso lembrou a oratória sanguinária de seu antecessor, George Bush. Falou de “punhos de aço” e de “libertação da tirania”.
Muito mais cautelosa, Dilma afirmou que “não se pode comemorar a morte de qualquer líder”. São duas visões distintas de ver o mundo. Gaddafi era um tirano, todo mundo sabe. O noBalacobaco (http://nobalacobaco.blogspot.com/2011/08/gaddafi-e-mais-um-ditador-que-e.html ) já havia tratado deste tema aqui.
Mas o princípio básico do direito é de que ele deveria ser preso para, em seguida, ser julgado e condenado por tribunais internacionais. Poderia até ter morrido em combate, o que as versões sobre sua morte parecem desmentir. Direitos humanos cabem para qualquer pessoa – até mesmo para os mais cruéis déspotas, como foi Gaddafi.
Está aí a diferença na avaliação de sua morte feita por Obama e Dilma. Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos com uma carga enorme de esperanças dos americanos e de cidadãos em todo o mundo. Negro, fez sua campanha baseada em contestação a iniciativas truculentas dos conservadores (Partido Republicano) que o antecederam. Mas mudou muito de lá para cá.
Aos poucos, Obama vai assumindo um discurso conservador, muito distante daquele usado por ele na campanha –“yes, we can” (sim, nós podemos)- para se eleger, três  anos atrás. Obama incorporou o pensamento do chamado “Establishment”, a ordem ideológica, econômica e política que constitui a sociedade americana. Cedeu à conservadora elite social, que sempre o desprezou.


5 comentários:

  1. Meu caro Emanuel Neri.
    Antes de tudo agradeço-lhe pelo apoio manifestado à nossa proposta de um Governo Municipal fundamentado na Democracia Participativa que desejamos ver acontecer em São Miguel do Gostoso. Com referência ao Barack Obama sou do entendimento de que este cidadão é apenas um fantoche a serviço das elites não só americanas como de todo o mundo. Na retaguarda de seu governo, bem como entre seus auxiliares mais próximos exitem pessoas(os falcões da guerra, petrolíferas, banqueiros, financista entre outros facínoras) que ditam as normas, cabendo a ele tão somente cumprir, pois do contrário lhe será dado o triste fim que teve o J. Kennedy. Pode ser que na condição pessoal ele tenha boas intenções, só que, colocá-las em prática irá de encontro aos escusos interesses daqueles verdadeiros dono do poder, a quem o "homem mais forte do mundo" bate continência e deve explicações. O resto é pura hipocrisia. Isto é o que penso, digo,escrevo e assino. OTONIEL BARACHO

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  2. Muito bom, Otoniel. Seu comentário é bastante pertinente.

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  3. A postura da presidenta Dilma em relação à questões de repercussão e interesses internacionais tem sido fator de fortalecimento de sua imagem perante a comunidade internacional. Dilma, ao contrário do que a oposição pregava na última campanha presidencial, não é uma sombra sem vida de Lula. Ela tem tido a coerência e coragem de manter os feitos de seu antecessor a exemplo da vitoriosa política social, porém não exita em alterar coisas que não concorda, como por exemplo a política externa brasileira, onde os direitos humanos precedem qualquer outro eventual interesse do governo. A exemplo disso temos a mudança de "tom" que o Itamaraty tem tido com o Irã.
    Outro notório exemplo da forte personalidade da presidenta Dilma, foi seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), quem esperava um discurso higiênico e encima do muro "made in Itamaraty" se enganou redondamente. Dilma não abriu mão do seu estilo de não fazer rodeios e foi direto ao ponto: chamou os países desenvolvidos à sua responsabilidade perante a crise mundial, criticou e evidenciou que o fato gerador da crise não foi a falta de recursos financeiros mas sim de recursos políticos, reinvindicou o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança criticando a legitimidade da representatividade do conselho (que desde o pós segunda guerra tem como membros permanentes os mesmos países com poder de veto: EUA, FRANÇA, REINO UNIDO, RUSSIA E CHINA), foi contundente na defesa da criação do Estado Palestino e por fim reiterou sua disposição e empenho em fortalecer a democracia no mundo lembrando a todos e visivelmente emocionada, sua história de luta, ousadia e perseverança no combate à tirania da ditadura militar e do alto preço que pagou por isso. Ao terminar o discurso Dilma foi amplamente aplaudida e exaltada pelos chefes de estado e diplomatas presentes. Tenho a impressão que temos uma estadista em construção.

    DALE DILMA..

    Rafael

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  4. O comentário da Presidente Dilma expressa a sensibilidade de quem sabe que não se paga o mal com o mal.
    Arão Oliveira

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  5. No primeiro turno das eleições presidenciais, votei na Marina, mesmo sabendo de suas dificuldades em lograr exito. No segundo turno votei na Presidenta Dilma e até aqui nutro por ela um grande respeito e profunda admiração. Sei que com toda certeza ela está sendo pressionada por alguns dos cardeais de seu Partido e outros tantos da base aliada, a ser tolerante com as diabruras e malfeitos de seus prepostos Ministros dos quais 06 já "pegaram o beco". A Presidenta Dilma merece um crédito de confiança de todos os brasileiros que como eu, sonham um dia nos vermos livres desta chaga chamada CORRUPÇÃO. Repito com o Rafael DALE DILMA e acrescento: VASSOURA NESSA CAMBADA DE SAFADOS,VERDADEIROS SANGUESSUGAS DO POVO BRASILEIRO. Como sempre, é o que penso, digo, escrevo e assino! OTONIEL BARACHO

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