Por Emanuel Neri
Você consegue dizer em quem o brasileiro mais confia e menos confia? Pois bem, pesquisa realizada pelo Ibope, sobre Índice de Confiança Social, revelou – o que não é surpresa para muita gente – que os políticos (e seus partidos políticos) conseguem ser os mais mal avaliados, com 28 de confiança do brasileiro – em escala de zero a 100 (na ilustração, foto do Congresso Nacional).
Também com péssima avaliação, mas um pouquinho melhor que os políticos, está o Congresso Nacional, com 35. O melhor avaliado, com 90, é a família, mas isso não é muita novidade – a maioria das pessoas gosta e admira suas famílias. Entre órgãos públicos, os melhores avaliados são os Bombeiros, com 86, pelo terceiro ano consecutivo.
Outras instituições bem avaliados são as igrejas e Forças Armadas, com 72, os meios de comunicação, 65, a presidente da República, com 60, os bancos, com 57, e o governo federal, com 52. Embora integrem setores políticos, vejam que o brasileiro separa e confia muito mais na presidente e no governo federal do que nos políticos e no Congresso.
O que explica tanto desgaste dos políticos e do Congresso? Além de denúncias de corrupção e do fisiologismo (a prática do toma-lá-dá-cá) envolvendo políticos, tem outro fato grave, que é o corporativismo –a prática de proteção e impunidade a colegas de uma mesma corporação.
No mês passado, o Congresso absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), filha do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, flagrada recebendo dinheiro de um esquema de corrupção que envolveu o DEM de Brasília. O brasileiro ficou indignado com este gesto – e isso deve explicar o enorme desgaste dos políticos e do Congresso.
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