Expectativa de vida do brasileiro chega a 73,5 anos; para se aposentar cedo, agora tem que trabalhar mais

Por Emanuel Neri

Em apenas cinco décadas, entre 1960 e 1910, a expectativa de vida do brasileiro deu um salto de mais de 25 anos. Há 50 anos, o brasileiro vivia, em média, 48 anos, um dos índices mais baixos do mundo. Em 2010, esta média chegou a 73,5 anos. Trata-se de uma melhoria significativa na esperança de vida do brasileiro.

Estes dados, divulgados pelo IBGE (Empresa Brasileira de Geografia e Estatística), atribui este avanço a melhorias sanitárias do país e à queda da mortalidade infantil. Em 2010, por exemplo, o número de bebês de até um ano que morreram foi de 21,64 para cada mil crianças nascidas vivas. A queda foi de 28% em relação ao ano 2000.

O homem continua tendo uma expectativa de vida menor do que o da mulher, que tem 77,3 anos em média, contra 69,7 dos homens. Há ainda grandes diferenças em relação à média de vida do brasileiro. Enquanto em Brasília e Santa Catarina esta média chega a 76 anos, em Alagoas a expectativa de vida é de 68 anos. Outros Estados do Nordeste estão melhores do que Alagoas, mas ainda distante das regiões Sul e Sudeste.

O aumento da média de vida do brasileiro influi no chamado Fator Previdenciário – cálculos para definir o valor das aposentadorias. Quanto maior a expectativa de vida da pessoa ao se aposentar, menor é o Fator Previdenciário –ou seja, também é menor o valor da aposentadoria. O cálculo é simples: à medida que a população fica mais envelhecida, aumenta os gastos com previdência e saúde no país.

Pelas leis do país, o brasileiro se aposenta com 65 anos (homem) e 60 anos (mulher). Com a nova tabela de média de vida do IBGE, o trabalhador que pretende se aposentar com idade inferior a estes limites – mesmo tendo 35 anos (homem) e 30 anos (mulher) de contribuição ao INSS, o que daria direito a uma aposentadoria proporcional – se aposentará com salário mais baixo ou terá que contribuir por mais algum tempo para ter o mesmo ganho dos que se aposentaram antes da divulgação destes novos dados do IBGE.