Por Emanuel Neri
O tema é delicado e preocupante, mas é fato. E precisa ser discutido por todos aqueles envolvidos nesta história.
Lamentavelmente, o réveillon de São Miguel do Gostoso corre o risco de ser cancelado. E isso se deve ao aumento dos casos de Covid-19 não só no Nordeste, mas principalmente em São Paulo e Rio, principais centros de origem de jovens para esta festa na cidade.
São Miguel do Gostoso não quer que a festa seja cancelada. O Réveillon do Gostoso gera renda para pousadas e restaurantes, além de empregar muita gente na sua infraestrutura. Mas a questão não é só econômica, é também sanitária – é, enfim, de saúde pública.
A decisão deve sair nos primeiros dias desta próxima semana. Na segunda-feira (7/12), às 8h30, a coordenação do evento se reúne com secretários do governo estadual. Além dos setores econômicos, também estarão presentes autoridades das áreas de saúde e turismo.
Na terça-feira (8/12), a governadora Fátima Bezerra receberá resultado de estudo solicitado ao Comitê Científico do Rio Grande do Norte, que orienta o governo sobre ações a serem adotadas na pandemia da Covid. A Prefeitura de São Miguel do Gostoso também discute a questão.
Embora todos nós torçamos pela realização da festa, o fato é que muitas outros evento semelhantes já foram cancelados. É o caso de Trancoso e Santo André, na Bahia, São Miguel dos Milagres, em Alagoas, e Jericoacoara, no Ceará. No RN, Pipa também realiza sua festa de reveillón.
Neste sábado (5/12), o assunto ganhou forte espaço de mídia nacional e regional. Vários veículos de comunicação divulgaram a possibilidade de São Miguel do Gostoso e Pipa também cancelarem suas festas de final de ano. O tema também dominou todas as redes sociais de empresários locais.
Se o réveillon for canelado, o que fazer, por exemplo, com as milhares de reservas em pousadas e residênciasde São Miguel do Gostoso para esta festa? Haverá devolução do dinheiro que ja foi pago? E os restaurantes e comércio locais que já se abasteceram para atenderem à demanda deste grande evento na cidade?
Muitas idéias têm surgido para que o Réveillon do Gostoso seja realizado com segurança sanitária. Uma delas é convencer a coordenação do evento a exigir testes da Covid para os participantes da festa. Só entrariam na cidade e na festa quem tivesse teste negativo ou quem já tenha tido Covid, estando imune ao vírus.
A Prefeitura local também se encarregaria de aplicar testes em todos os empregados que vão trabalhar na infraestrutura do réveillon. Mais: a direção da festa tomaria iniciativas para evitar aglomerações. Um fator positivo é o forte vento que sopra na cidade, inclusive à noite, horário das festas.
Enfim, todos os esforços serão positivos para manter o Reveillón do Gostoso.
Mas é claro que esta decisão vai sair das autoridades. Mesmo que o governo estadual ou a prefeitura local decidam por realizar a festa, há o risco de o Ministério Público entrar com ação na Justiça para proibi-la. Todos querem a festa, mas há muitas partes envolvidas na questão.
“A ciência é que vai decidir se podemos ou não fazer a festa”, disse ontem um secretário de Estado a este blog.
Resta a nós torcer para que a ciência, além de todas as partes envolvidas na decisão, se sintam seguras para que o Réveillon do Gostoso seja realizado. E haja a adoção de medidas sanitárias para que a festa não agrave a pandemia de Covid entre participantes e trabalhadores do réveillon.
Chegou a hora de todos cruzarem os dedos para que o Réveillon do Gostoso possa mesmo ser realizado, ajudando a economia da cidade, mas sem riscos de saúde para ninguém
Na minha opinião não deve ter essa festa por que fui educada a entender que vidas importam. Todos sabem que a covid mata e deixa sequelas essa festa vai trazer muitos casos pra Gostoso e a secretaria de saúde não tem suporte para atender a demanda. Sei que minha opinião não vai mudar a decisão das autoridades do turismo mas tenho certeza que a governadora e o ministério público vão se arrepender em autorizar um evento desses. Muitos vão ficar doentes e vão levar para seus parentes em outras cidades
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