Por Emanuel
Neri
Não é todo dia que uma
celebridade do teatro braisleiro passa por São Miguel do Gostoso. Esta
semana um dos maiores autores e diretores de teatro do Brasil, José Celso
Martinez Corrêa, esteve na cidade. E achou tudo “um paraíso”.
Embora tenha adorado
São Miguel do Gostoso, Zé Celso (foto), como é mais conhecido no meio teatral, passou
poucos dias na cidade. Aos 75 anos, ele tem problemas cardíacos e teve
dificuldades de caminhar nas praias, de areia fofa e fina.
O noBalacobaco conversou com
Zé Celso na pousada Enseada do Gostoso, onde ele estava hospedado – já voltou
para São Paulo, passando antes por Recife. “É uma pena que não possa ficar mais
tempo aqui. Mas eu adorei estas praias”, afirmou.
Apesar da idade
avançada, Zé Celso é considerado a vanguarda do teatro brasileiro. Seu trabalho,
polêmico, é classificado orgiástico e antropofágico. Faz um teatro inquietante
e irreverente, um trabalho que choca os olhos mais conservadores.
Tudo no teatro do
Zé Celso é ousado. Suas peças mais recentes – como “As Bacantes”, “Os Sertões”,
“Macumba Antropófoga” – são de uma ousadia impressionante. Na grande parte das
peças, atores e atrizes atuam nus.
Zé Celso faz um tipo
de teatro transgressor. Suas peças marcaram vários momentos da história do
Brasil. “O Rei da Vela”, de 1967, é considerado um manifesto do Movimento
Tropicalista, criado por nomes como Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Os grandes atores e
atrizes do Brasil já trabalharam com Zé Celso. Nomes como Fernanda Montenegro,
Raul Cortez, Bete Coelho e Augusto Boal já passaram pelos tablados do Teatro
Oficina, o grupo de teatro que ele fundou nos anos sessenta. O nome do Oficina
é bem mais amplo. Chama-se Teatro Oficina Uzyna Uzona.
Além de diretor e
autor de teatro, Zé Celso também atua como ator. Em suas peças, é o primeiro a
tirar a roupa. Tem importante atividade política. Sempre apoiou o PT. Na última
eleição em São Paulo, apoiou o prefeito eleito Fernando Haddad (PT).
Zé Celso enfrenta no momento
briga com o apresentador Sílvio Santos para incorporar ao Teatro Oficina um grande
terreno do grupo de TV que fica ao lado do teatro, no bairro da Bela Vista, em
São Paulo. Já teve várias vitórias nesta luta.
No momento, Zé Celso
mantém entendimentos com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e com o
secretário de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, para que o terreno de Sílvio
Santos seja desapropriado e incorporado ao Teatro Oficina.
Este polêmico diretor de
teatro esteve no ano passado em Natal, para fazer uma oficina com atores
locais, no Teatro Alberto Maranhão. Metade do teatro ficou perplexa com a nudez
dos seus atores. Mas Zé Celso é mesmo ousadia total.
Vela a pena conhecer o
trabalho de Zé Celso. Nos links abaixo, você pode conhecer o site do Teatro
Oficina e a história deste magnífico homem do teatro brasileiro.
Sorte de São Miguel
do Gostoso que teve a felicidade de receber Zé Celso.
que lixo
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