Por Emanuel
Neri
As eleições municipais foram o fato político mais
importante ocorrido este ano no Brasil. Desde o último domingo, quando foi
concluída a eleição, com a realização do segundo turno, analistas têm
escrito artigos com interpretações sobre o tema.
O jornalista Bob Fernandes, que já passou por
vários veículos de comunicação do país e hoje trabalha no Portal Terra,
escreveu uma interessante análise sobre a eleição de 2012. Veja abaixo:
Por Bob Fernandes
Outra vez a opinião
pública derrotou a opinião publicada
Cada um irá ler e
analisar o resultado da eleição com suas razões. Ou, com o fígado. Mais com o
fígado do que com razões, muitos apostaram que Lula seria derrotado em São
Paulo. Lula bancou sua maior aposta. E ganhou com Fernando Haddad na maior e
mais poderosa cidade do Brasil.
Toneladas de papel,
centenas de horas e horas nas rádios e TVs, bits e mais bits foram gastos para
explicar como e porque Lula seria inexoravelmente derrotado. Se tivesse
perdido, choveriam manchetes sobre a "estrondosa derrota", análises
infindas brotariam com erros que teriam levado à "derrota
monumental".
Já os números são
inequívocos: o PT e o PSB saem da eleição com mais prefeituras e mais
eleitores. Juntos, conquistaram 31% dos eleitores e 1.076 das prefeituras do
Brasil. O PMDB, que encolheu, mesmo assim venceu em 1.026 cidades. Somente
estes três partidos da base da presidente Dilma, PT, PMDB e PSB, governarão
2.102 das 5.556 cidades. E governarão 48% dos eleitores do Brasil.
Eduardo Campos
(PSB) sai forte, fortíssimo das urnas. Pode seguir com mais espaço no governo
Dilma, e pode começar a ensaiar seu voo solo. Não faltará quem queira o
governador de Pernambuco em duetos, tercetos...
Aécio Neves (PSDB),
no primeiro turno, também venceu. É paradoxal, como costuma ser a política, mas
Aécio ganha espaço com a derrota de José Serra. Não há quem não saiba que os
dois tucanos não se bicam.
José Serra perdeu
para um conjunto de fatores: fadiga de material, má avaliação do prefeito
Kassab, erros na campanha... mas Serra perdeu também para si mesmo.
Serra perdeu porque
costuma subestimar os demais. Porque imagina, quase sempre, que "o
outro" é um inimigo, seja o "outro" quem for. E essa é uma
equação que não fecha. Menos ainda na política, onde a conta sempre chega.
Lula, Dilma e o PT
perderam batalhas. Em Salvador, Campinas, Fortaleza, Porto Alegre, Recife... e
outros tantos cantos. Como também perderam Eduardo Campos e Aécio Neves. Mas, é
fato, eles venceram suas batalhas simbólicas.
Kassab e seu PSD
ganharam 497 prefeituras... mas perderam a poderosa São Paulo, um símbolo com
6% do eleitorado do país.
Perderam os que
superestimaram e apostaram em efeitos imediatos do julgamento no Supremo
Tribunal Federal.
O chamado
"mensalão" é um conjunto de fatos objetivos. De fatos graves, ou
gravíssimos.
Mas não funcionou
magnificar o "mensalão" ainda mais. Não funcionou fazer de conta que
o "mensalão" é caso único e isolado na vida político-partidária
brasileira.
O Brasil tem hoje
80 milhões de usuários na internet e 50 milhões usam redes sociais no
cotidiano. Portanto, milhões e milhões de pessoas ouvem falar de outros
escândalos, alguns monumentais. Esses escândalos não chegam às manchetes.
Muitas vezes mal são noticiados, ou, nem são noticiados na chamada grande
mídia. É como se tais escândalos não existissem.
Talvez por isso,
mesmo com a gravidade do caso "mensalão", 20% dos eleitores do Brasil
se abstiveram; em São Paulo, incluídos os nulos, o número bate nos 30%.
É muito, pode ser
mesmo significativo de algo, mas quem é do ramo, como José Roberto de Toledo,
de O Estado de S.Paulo, recomenda cautela: tais números precisam ser revistos à
luz de uma atualização de cadastros; entre mortos e etc., a conta pode não ser
exatamente esta.
Mas, fato objetivo,
o "mensalão" não deu a vitória para quem se valeu do julgamento como
arma e discurso principal na campanha.
O porque desse
descompasso entre uma causa, "o mensalão", e o que tantos buscaram,
os efeitos imediatos, para esta eleição, é coisa para pesquisadores, sociólogos
e demais "ólogos". Mas cabem alguns raciocínios mais simples.
Por exemplo: das
5.556 cidades do Brasil, 70% têm menos de 20 mil habitantes (com 17% do
eleitorado). Seus moradores, portanto, conhecem, sabem "quem leva" e
"quem não leva". E sabem que o "levar" é, infelizmente,
multipartidário.
O mesmo sabem
moradores de milhares de cidades com dimensões que ainda permitem saber quem é
quem. Ou, "quem leva" e "quem não leva". Talvez por isso o
ex-governador de São Paulo Claudio Lembo (PSD) – que não é um perigoso
esquerdista – tenha feito uma importante, intrigante pergunta depois da
eleição:
- Os brasileiros
estão afastados dos valores éticos, ou os eleitores se consideraram manipulados
pelos mecanismos (os meios) de informação?
Diante do que se
viu, se leu e se ouviu antes e durante as eleições, cabe uma constatação: em
muitas porções do Brasil, e mais uma vez, a opinião pública derrotou a opinião
publicada.
Ainda sobre o partido PT, Fala sério!!!!!!
ResponderExcluireles do psd tão comemorando oq pelo amor de deus rento pare de enganar seus eleitores assim vc vai matar eles do coração dia 7 de dezembro ta chegando vamos ver quem vai ser diplomado bando de besta dia primeiro vai receber a faixa
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