Por Emanuel
Neri
O Brasil está fazendo uma
verdadeira revolução na inclusão de negros e pardos nas universidades do país. Entre
1997 e 2011, o número de afrodescendentes nas universidades pulou de 4% para 19,8% da
população.
Isso significa que
quintuplicou a presença de negros e pardos que cursam ou já concluíram curso
superior nas nossas universidades. O total destes jovens nas universidades brasileiras é de 12,8 milhões, com idade entre 18 e 24 anos.
No último domingo, o jornalista
Élio Gaspari tratou deste tema em artigo na Folha de S. Paulo. Para se ter uma ideia deste avanço brasileiro, o
Brasil já tem mais estudantes negros nas universidades do que os Estados
Unidos.
Nos Estados
Unidos,
13,8% de estudantes negros estão matriculados nas universidades daquele país. A
população negra e parda do Brasil representa de 50,6% da nossa população, enquanto nos
Estados Unidos é de 13%.
Esta ascensão da população
negra é atribuída às políticas de ação afirmativa adotadas nos últimos anos
pelo governo Lula, como as cotas para negros e pardos nas unversidades. O
Prouni também foi importante nesta inclusão.
Criado há seis anos, o
Prouni – que dá bolsas de estudos a estudantes pobres em universidades
particulares – já levou para os cursos superiores mais de 1 milhão de jovens
brasileiros – 265 mil deles já concluíram seus estudos.
Se não fosse o Prouni,
estes estudantes jamais teriam condições de entrar em universidades. O Prouni
foi criado durante a gestão de Fernando Haddad – que disputa a Prefeitura de
São Paulo pelo PT – no Ministério da Educação.
Com o Prouni, qualquer jovem de baixa renda
pode concorrer a bolsas de estudo em universidades particulares. Basta fazer as
provas do Enem –ou os vestibulares destas universidades – e requerer a bolsa ao
Ministério da Educação.
As bolsas nestas universidades são para qualquer tipo de curso. Mas tem que haver disponibilidade de vagas nos cursos. Um curso de Medicina, por exemplo, custa mais de R$ 2 mil mensais - e tudo pode ser custeado pela bolsa do Prouni.
As bolsas nestas universidades são para qualquer tipo de curso. Mas tem que haver disponibilidade de vagas nos cursos. Um curso de Medicina, por exemplo, custa mais de R$ 2 mil mensais - e tudo pode ser custeado pela bolsa do Prouni.
Além das cotas em
universidades para negros e pardos, como também o Prouni, também pesou nesta
inserção dos negros o restabelecimento do valor da moeda brasileira, ocorrida
no governo Fernando Henrique (1995-2001).
Durante
séculos,
a população negra brasileira, com raras exceções, não teve oportunidades de
chegar às universidades. Agora a história está mudando. As políticas de cotas e
o Prouni são formas de reparar esta injustiça histórica no Brasil.
A política de cotas para negros é um tremendo absurdo. É triste saber que o Brasil ainda adere programas ridículos que contribui para o preconceito com os negros. É como se o negro não tivesse capacidade de entrar em uma universidade por seu conhecimento. Os tempos mudaram.
ResponderExcluirMas não. O Brasil não valoriza sua gente. Põe na cara de todos (e da forma mais absurda possível) que o negro só entra em uma universidade por causa de cotas e não da sua capacidade.
O negro, assim como um branco, possui a mesma capacidade de ingressar em uma universidade. A única diferença é o grau de conhecimento que ambos adquiriram; a educação que tiveram e etc.
Acho justo cotas para pessoas de baixa renda (sendo elas negras ou brancas) uma vez que, não tiveram oportunidades de estudar em boas escolas. No entanto, não existe somente "ricos" brancos. Há também "ricos" negros, que sempre estudaram em boas escolas e não precisam de cotas para entrar em uma universidade.
Temos que enxergar o povo brasileiro por igual porque há muitos estudantes "brancos" com condição social razoável, que estudam para passar num vestibular mas que acabam perdendo a vaga para um negro, sendo ele com a mesma condição social que a sua.
Em suma, cotas para pessoas de baixa renda sim, mas cotas para negros?
...Brasil aprende a valorizar sua gente. Todos nós brasileiros somos produto de uma miscigenação. Miscigenação essa que teve excelentes resultados: brancos com sangue negro; negro com sangue branco; brancos com cabelos pretos e lisos (mistura de índios); negros de olhos claros, e assim vai. É um brasileiro mais bonito que o outro!! :)
Jane
Gostaria de saber do bloguista, já que ele é um petista fanático, qual é a sua opinião sobre o escândalo do mensalão, o maior do país de todos os tempos, que teve como principais envolvidos os petistas Palloci, Zé Dirceu, Denúbio Soares e outros.
ResponderExcluirAntigamente víamos vários exemplos de pessoas que saíam do "nada" e conseguiam vencer na vida. Isso se devia ao ensino de qualidade que era prestado na escola pública, o que permitia que mesmo um estudante pobre pudesse disputar vagas em universidades de qualidade (a maioria federais). No entanto, hoje os Governos não investem de forma adequada na escola de base e agora querem tapar o sol com a peneira através da política de cotas. É preciso lembrar que o discurso lulista de que "o Brasil tem dívida com os negros" é um absurdo sem tamanho! Quem tem dívida com a população negra, mais precisamente com os países africanos, são as nações que durante décadas exploraram a escravidão, ou seja, boa parte da Europa. Desses países é que se deve cobrar a dívida, não de nós brasileiros, de todas as cores e descendências, que somos tão vítimas do estilo de colonização outrora adotado quanto os negros trazidos como escravos. Se for para assumirmos alguma dívida, que seja com todo o povo brasileiro, povo esse que sofre com a falta de políticas públicas minimamente capazes de possibilitar uma ascensão de vida por meio de méritos próprios. Ah! Enquanto discutimos cotas, novelas, mensalão e por aí vai, 15% do território brasileiro sofre com a pior seca dos últimos 30 anos, sem que haja qualquer mobilização nacional pedindo que o Governo ajude uma infinidade de miseráveis.
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