Por Emanuel Neri
O pastoril é uma dança tradicional do Nordeste e muito
apreciada em São Miguel do Gostoso. A dança, formada por onze pastoras (bailarinas), consiste
em dois lados, chamados de cordões – o da cor azul e o da cor vermelha (cinco integrantes de cada cor). Quem é
do azul, vai sempre querer a derrota do vermelho- e vice-versa. No centro, tem
a diana, dançarina que usa as duas cores.
Admiradores de uma cor pagam para que dancem
apenas as pastoras de sua cor preferida – que pode ser o azul ou o vermelho. Aí
os adversários, que defendem a outra cor, oferecem mais dinheiro para que as
dançarinas da cor adversária parem de dançar, para que se apresente apenas a ala de sua cor preferida. A disputa,
alegre e colorida, faz a festa rolar a noite inteira. Ganha quem fica mais tempo dançando.
O pastoril (foto) tem muito a ver
com a política partidária de São Miguel do Gostoso – já chamado neste blog de Fla
X Flu ou de ABC X América, com sabor mais regional. O pastoril não tem nenhuma
outra motivação, a não ser a cor de sua preferência. Cores e simpatia também eram as
únicas motivações da política partidária local. Era tudo muito oba-oba.
Em São Miguel do Gostoso, sempre teve o lado dos verdes – cujos
partidários eram ligados ao PMDB, que hoje trocaram de lado e estão no DEM. Do
outro lado estavam os da cor vermelha – que eram os que se agrupavam no PSB,
PT, PPS, PC do B e outros partidos menores. Além destas cores, sobrava apenas a
simpatia por um ou outro grupo político.
Isso significava que a política partidária de São
Miguel do Gostoso, a exemplo do pastoril, era só festa - e não tinha nenhum
conteúdo ideológico. Quem acompanhava um candidato, votava nele porque gostava da
cara dele ou da cor do partido dele, e acabava por aí.
Isso fazia também com que os candidatos, para prefeito
ou vereador, não se preocupassem com nenhum conteúdo político em suas campanhas.
Da mesma forma, também não estavam nada preocupados em apresentar propostas para
administrar a cidade. A escolha era sempre assim: gostei da cara daquele candidato
e vou votar nele.
Este sempre foi um problema sério na política de
São Miguel do Gostoso. O que pensava cada um dos candidatos, qual a plataforma
com que cada um pretendia governar a cidade, o que queriam para saúde, educação
e emprego, como enfrentariam a questão do meio ambiente e da cidadania? Nada
disso constava das plataformas eleitorais dos candidatos.
É uma pena que esta despolitização –podem
chamar isso também de alienação – ocorresse em São Miguel do Gostoso. Agora, na
eleição municipal de 2012, talvez isso comece a mudar. É chegada a hora de os
candidatos pensarem mais em projetos administrativos para governar a cidade. É
importante que os eleitores cobrem isso.
O que Fátima Dantas (PMDB) e Paulo Roberto (DEM) propõem
para o futuro da cidade? O que os vereadores atuais e os novos, que estão
querendo chegar à Câmara Municipal, defendem
para que São Miguel do Gostoso se transforme em uma cidade melhor para se
viver? O eleitor tem que comparar estas propostas para poder fazer suas escolhas.
O Brasil tem crescido politicamente nos últimos
anos. A democracia no país está consolidada. É preciso que cada candidato
acompanhe estas mudanças e anuncie previamente para a população como pretende administrar
a cidade. E é fundamental que o eleitor esteja atento para isso. Candidato só
com blá-blá-blá, não deve mais ter vez.
E São Miguel do Gostoso tem que acompanhar estas mudanças. A
paixão do verde e vermelho – dos antigos embates políticos – está ultrapassada.
O debate a partir de agora tem que ter recheio político, ideológico, com
propostas objetivas de governo. Se a população cobrar isso, com certeza o
futuro da cidade vai ser muito melhor.
com esses candidatos a vereador que estão divulgando , não tem condição de melhorar de jeito algum. gostoso precisa de pessoas que além de ter alguma liderança tenham condições de trazer projetos consistentes para o progresso de gostoso e ainda tenham o comprometimento com a população e não com grupos políticos interessados em lotear os serviços públicos e ganhar dinheiro sem fazer nada de concreto e de utilidade.
ResponderExcluirPolíticos do nosso Município, tenta iludir certas pessoas para serem candidatos a vereadores, só para tirar proveitos, tem pessoas que não tem as mínimas condições de se elegerem, falta experiência e condições financeira e mesmo assim, essas pessoas ainda não caíram na real, pois estão sendo simplesmente usadas, por políticos que, não teem mais a aceitação do povo desse Município, e que querem forma seu grupo de qualquer maneira.
ResponderExcluirLucas