segunda-feira, 19 de março de 2012

Brasil não aceita grosseria da Fifa e exige retratação; Gol de Dilma ao rechaçar arrogância desta entidade


Por Emanuel Neri
A Fifa está acostumada a botar pressão em países que sediarão a Copa do Mundo de Futebol. Tais pressões, é bom dizer, são feitas mais sobre países que não tem ainda uma grande peso no cenário mundial. Foi assim com a África do Sul, na Copa de 2010. Com a Alemanha, na Copa anterior, a pressão foi menor – por ser um país de maior peso.
Com o Brasil, que sediará a Copa de 2014, a Fifa também ensaiou seu jogo duro. Mas aparentemente o tiro saiu pela culatra. Primeiro, foram várias advertências e exigências feitas ao governo brasileiro. Há duas semanas, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, partiu, quase literalmente, para o jogo baixo com o Brasil.
Valcke disse que o Brasil merecia levar um “chute no traseiro” para ter mais responsabilidade com o calendário da Copa. Foi o suficiente para que a presidenta Dilma Rousseff, que é daquelas que não levam desaforo para casa, o rechaçasse duramente e ameaçasse riscar o dirigente da Fifa da interlocução com o Brasil.
Isso significava que, se não houvesse um pedido formal de desculpas, o governo não mais receberia Valcke para falar de qualquer tema relacionado à Copa. Pressionado, Valcke pediu mais que desculpas – pediu perdão ao Brasil pela declaração. Como sempre, culpou a imprensa pela má interpretação de entrevista dada por ele.
O presidente da Fifa, Joseph Blater, também se desculpou com o governo brasileiro. Mais que isso, pediu imediatamente audiência com Dilma, que ocorreu na última sexta-feira (foto acima). Blater conversou amigavelmente com a presidenta e saiu do Palácio do Planalto afirmando que está tudo muito bem com o governo brasileiro e com a Copa.
A posição de Dilma, de exigir retratação da Fifa, foi elogiada por jornalistas de esporte, como Juca Kfouri, da Folha de S. Paulo. “Gol de Dilma”, diz artigo de Juca (abaixo). Erraram feio jornalistas que apostavam num possível rompimento entre a Fifa e o governo, com a possibilidade de a Copa ser transferida para outro país.
A vitória de Dilma foi marcada também pela demissão, também na semana passada, de Ricado Teixeira, até então poderoso presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Sob suspeita de várias irregularidades, Teixeira teve seus passos podados principalmente por Dilma, que se recusava a qualquer contato com ele.
Quem acompanhou mais de perto a Copa de 2010, lembra o nível de pressão da Fifa sobre a África do Sul. Pressionava contra atrasos de estádios, contra obras de mobilidade urbana, contra a rede hoteleira e até contra os índices de criminalidade do país. Com o Brasil, a Fifa também tentou fazer o mesmo, mas felizmente recuou.
O Brasil de Dilma não aceita a histeria da Fifa por causa do calendário da Copa. Com um ou outro atraso, o Brasil está cumprindo seu calendário de obras – e não admite, sob nenhum hipótese, ser ridicularizado pela Fifa, como tentou fazer a Fifa por meio de Valcke. Agora falta a aprovação da Lei da Copa, no Congresso Nacional.
Por enquanto o Brasil e Dilma estão ganhando, com uma boa diferença de gols, da arrogância da Fifa. Pontos para o Brasil e para Dilma.
Veja, abaixo, artigo do jornalista Juca Kfouri sobre a crise entre a Fifa e Dilma.  

3 comentários:

  1. Sou completamente otimista ao governo DILMA pois acredito que ela é capaz e primeiramente está realmente disposta a melhorar o nosso país. Nós precisamos de mais pessoas igual a ela.

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  2. Emanuel, tudo bem, não sei como entrar no blog direto, mas o assunto é que dia 27 de março iremos realizar a audiencia pública referente ao transito na praia, gostaria muito do seu apoio neste sentido de divulgar ok, não i lembro do seu email, mas devo ter mandado, abraços Rubens

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  3. Já não era sem tempo o Brasil se livrar da síndrome de vira lata que o acometia no relacionamento com países e intituições estrangeiras mais poderoras. Esse novo momento do Brasil, de se impor exigindo igualdade de tratamento e respeito, já pode ser visto em outras esferas também. Vimos recentemente uma senhora de quase 80 anos ser destratada no aeroporto de Barajas, em Madrid. Imediatamente, o governo brasileiro anunciou agir da mesma maneira em relação aos espanhóis que venham ao País.

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