Por Emanuel Neri
Foi necessária apenas uma
semana para que a farsa do governo Michel Temer caísse por terra. A máscara caiu muito rápido.
Na última segunda-feira (23/5), o
jornal Folha de S. Paulo publicou
gravação de conversa bomba entre o ministro do Planejamento, senador licenciado
Romero Jucá (PMDB-RR), e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Trata-se
de uma conversa explosiva que abalou o governo Temer (foto).
Importante dizer que Romero Jucá é uma espécie de braço direito de Temer. Foi ele o principal articulador para que deputados e senadores votassem favoráveis ao afastamento de Dilma Rousseff (PT) da Presidência. Jucá também teve papel importantíssimo na escolha do atual ministério de Temer.
Importante dizer que Romero Jucá é uma espécie de braço direito de Temer. Foi ele o principal articulador para que deputados e senadores votassem favoráveis ao afastamento de Dilma Rousseff (PT) da Presidência. Jucá também teve papel importantíssimo na escolha do atual ministério de Temer.
Na conversa entre Jucá, que
também preside o PMDB, e Machado, que era o homem forte do PMDB no esquema da
Petrobrás, os dois justificam ser necessária a derrubada de Dilma para que
Michel Temer monte um “grande pacto nacional” para barrar investigações da Operação
Lava Jato.
A Operação Lava Jato apura
corrupção na Petrobrás. Grande número de parlamentares de vários partidos foi
citado como tendo se beneficiado com recebimento de propinas de contratos da
Petrobras. Na gravação, Jucá e Machado falam em “estancar a sangria” para
livrar a cara de políticos amigos.
Por políticos amigos, entenda-se
deputados e senadores que ajudaram a dar o golpe para derrubar a presidenta
Dilma Rousseff (PT) e instalar em seu lugar o vice Michel Temer (PMDB). Só no
ministério de Temer há pelo menos sete ministros, entre eles Jucá, citados como
beneficiados do esquema Petrobrás.
O problema é que a derrubada
de Dilma se deu com a justificativa de estancar a corrupção de políticos do PT
no mesmo esquema da Petrobrás. Temer assumiu prometendo combater a corrupção e
não criar obstáculos para o prosseguimento da Operação lava Jato. Era tudo
mentira. A máscara caiu.
O diálogo gravado entre Jucá,
que se afastou do ministério no mesmo dia em que as gravações vieram à tona, e
Machado é estarrecedor e pode ferir de morte o governo Temer. Ex-PSDB, Machado foi
indicado pelo PMDB para comandar a Transpetro, onde permaneceu por dez anos,
entre 2003 e 2014.
Machado também é citado como um dos beneficiados do esquema de
corrupção da Petrobrás. A Transpetro é a empresa, ligada à Petrobrás, responsável pelo transporte de petróleo. No
diálogo com Jucá, fica clara sua preocupação de cair nas mãos do juiz Sergio Moro, que investiga o
escândalo.
Há muitas outras revelações bombásticas
na conversa entre Jucá e Machado. Uma delas compromete o próprio Michel Temer. “A
solução mais fácil é botar o Michel”, diz Machado. “Só o Renan (Calheiros) está
contra esta porra porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha”,
responde Jucá.
Eduardo Cunha (PMDB) é o
ex-presidente da Câmara acusado de ter contas na Suiça abastecidas com propinas
do esquema Petrobrás. Responsável pelo impeachment de Dilma na Câmara, Cunha
foi depois afastado da Presidência da Câmara e do cargo de deputado pelo
Supremo Tribunal Federal.
E o PSDB não sai impune das
gravações entre Jucá e Machado. “O primeiro a ser comido vai ser o Aécio
(Neves)”, diz Machado. “Quem não conhece
o esquema do Aécio?”, pergunta. Ao justificar suspeitas sobre Aécio e o PSDB, Jucá
responde: “É, a gente viu tudo”. Outros políticos tucanos são citados.
O grave de tudo isso é que a
gravação da conversa entre Jucá e Machado ocorreu antes da votação do
impeachment na Câmara, que ocorreu dia 17 de março. As gravações eram do conhecimento da
Procuradoria Geral da República e do Supremo. E nada foi feito para evitar a
consumação da farsa.
O conteúdo da gravação da conversa
entre Jucá e Machado são gravíssimas. No diálogo, fica claro que havia uma
trama – com apoio do PMDB e de partidos da oposição – para derrubar Dilma e, a
partir daí, impedir as investigações da Lava Jato contra políticos que apoiam
ou estão no governo de Michel Temer.
Nos links abaixo, leia
conteúdo da conversa entre Jucá e Machado, além de repercussões sobre o abalo
que este episódio provocou no governo Temer. Leia também pressões sobre Temer
para que ele afastasse Jucá com o objetivo de salvar o impeachment. Veja ainda
posts anteriores deste blog.
Essa cambada é igualzinho a do PT, pois antes eram todos juntos fazendo parte do Governo que até foi o que mais surgiu casos de escândalos Públicos, tem que ser feito assim mesmo, todos que estiverem envolvimentos que sejam punidos.
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