Por Emanuel Neri
OK, a direita venceu. Mas foi
grotesco o espetáculo que se viu domingo passado na Câmara dos Deputados, na
aprovação da admissibilidade do afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Além de grotesco, foi um espetáculo circense – ou um verdadeiro festival de
horrores.
O pedido de impeachment de Dilma
foi aprovado por 367 deputados – para aprovar bastariam 342 votos. Agora, o
processo vai para o Senado, que também julgará o pedido de afastamento da
presidenta. Se passar no Senado, Dilma se afasta do governo por 180 dias, para
que haja o julgamento final.
Mas o que sobrou da votação que deu o primeiro passo para o golpe que pode acabar no afastamento de Dilma, eleita em 2014 com mais de 54 milhões de votos?
Para início de conversa, o que de pior aconteceu foi o golpe contra a democracia. Não se
afasta uma presidenta sem uma acusação forma de crime de responsabilidade. E não
há nenhum crime praticado por Dilma. Então o que houve foi mesmo um golpe. Contra
Dilma e, mais grave ainda, contra a democracia brasileira.
A votação que terminou na aprovação do afastamento de Dilma vai
ficar marcado na história como um dos piores espetáculos políticos do Brasil. Durante
quase cinco horas de votação, ocorreu de tudo no plenário da Câmara dos
Deputados.
“Pela minha família, pela minha
mulher, pelos meus filhos, pelos meus netos, por Deus, pela nação evangélica, pela Bíblia, pelos corretores de seguro, pela minha Igreja... voto sim”,
foi o que mais se ouviu durante a votação.
Um dos momentos mais
horripilantes foi o do voto do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que prestou
homenagem ao coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Este
torturador, que o Brasil devia riscar de sua memória, foi um dos militares que,
durante a ditadura, torturou barbaramente Dilma.
Até hoje Dilma, que ao ser presa tinha apenas 19 anos, sofre
sequelas das torturas que sofreu deste torturador. Além das torturas, Dilma levou soco de Ustra que quebrou seus dentes e mandíbula.
Por isso mesmo Bolsonaro fez questão de homenagear Ustra. Muita
gente no Brasil foi vítima daquele torturador. Ustra era cruel com os presos
políticos da ditadura militar (1964-1985). Torturava mulheres na frente dos filhos.
Introduzia ratos em vaginas de mulheres grávidas. Matou inúmeras pessoas.
O mesmo Bolsonaro referiu-se
ao deputado Jean Willys (PSOL-RJ), que é gay, com xingamentos homofóbicos. Em
troca, Willys cuspiu na cara de Bolsonaro. Willys recebeu milhares de apoio,
inclusive da torcida do Corinthians, quarta-feira à noite, em São Paulo,
durante jogo pela Taça Libertadores da América.
“Cuspa por nós”, respondeu a
torcida corintiana, em um enorme painel humano, formado por milhares de
pessoas.
Mas o circo de horrores não parou aí. A deputada Raquel Muniz (foto acima), do PSD de MInas, fez questão de citar seu marido, prefeito de Montes Claros (MG), como exemplo
de homem honesto, ao votar “sim”. No dia
seguinte, seu marido foi preso pela Polícia Federal por desviar verba pública
para um hospital da família.
É fato que muito mais da
metade dos deputados que votaram pelo impeachment respondem a processos na
Justiça por corrupção. O próprio relator do impeachment, Jovair Arantes
(PTB-GO), foi condenado no dia seguinte à votação por usar funcionários
públicos em sua campanha eleitoral.
Junto com o festival de
horrores, o impeachment fortaleceu corruptos de todas as espécies. Já há um
movimento na Câmara dos Deputados para “anistiar” Eduardo Cunha, presidente da Casa,
das inúmeras acusações de recebimento de propinas. Cunha tem contas milionárias
em bancos da Suiça.
Brasília também viveu um
festival de hipocrisia na votação do impeachment. Uma repórter flagrou deputados
que votavam “sim”, em nome das suas mulheres e filhos, enquanto, em seguida ao
voto, mandavam afagos, via whattsapp, para suas amantes. Havia até garotos de
programa na lista da “festa” do golpe.
A votação do impeachment descambou
também para a galhofa. Para “puxar o saco” de Michel Temer, que quer ser o
substituto de Temer, a revista Veja divulgou foto de sua mulher, Marcela, e a
chamou de “bela, recatada e do lar”. Isso acabou virando piada nas redes
sociais, ridicularizando a revista.
No Rio Grande do Norte, sete dos
oito deputados – exceção de Zenaide Maia – votaram pelo impeachment. O voto de
Fábio Farias (PSD) levou o PT local a romper com seu pai, o governador Robinson
Faria. O deputado Walter Alves (PMDB), cuja família sempre se locupletou do
governo, também votou a favor do golpe.
Já dizem até que há uma
maldição rondando os políticos que apoiaram o golpe. E esta maldição pegou até
mesmo o ex-deputado e ministro Henrique Alves (PMDB-RN), que pulou do barco do
governo de última hora para abrir os braços para o impeachment.
Na madrugada desta quinta (21/4),
Henrique Alves foi flagrado dirigindo, com suspeita de embriaguês, em Natal, e se recusou a fazer o teste
do bafômetro. Por isso, teve sua carteira de habilitação apreendida.
Veja, nos links abaixo, uma
série de informes sobre desdobramentos do golpe, inclusive reportagens de
jornais e TVs no exterior (não deixe de ver informe da TV americana CNN). Veja também
quem foi o coronel Ustra, homenageado por Bolsonaro e a cusparada que ele levou
de Jean Willys.
Mudando um pouco de assunto. Gente que absurdo é esse aqui em Gostoso!! Cada dia que passa aumenta o tráfico de drogas nas principais ruas da cidade, e não se ver nenhuma atitude do ppoliciamento local. Vi outro dia no Facebook, algo sobre o novo comandante local, alguém sabe me falar se essa pessoa existe? ?
ResponderExcluirO que me deixa mais indignado, e que não se ver nenhuma natividade da gestão para uma ação que trabalhe com esse público jovem de Gostoso. O que não falta é propaganda enganosa nas redes sociais.
"Na quarta-feira à noite, Henrique Alves foi flagrado dirigindo bêbado em Natal e se recursou a fazer o teste do bafômetro. Por isso, teve sua carteira de habilitação apreendida."
ResponderExcluirQuem é você pra dizer que ele estava bêbado? Por acaso você estava na blitz? Por acaso você o viu bebendo antes de dirigir?
Recursar-se a soprar o bafômetro é direito de qualquer cidadão, ninguém pode ser obrigado a isso. É claro que o senso comum, formado por pessoas leigas no assunto e outros tantos sensacionalistas como você, entende que se a pessoa se nega, é porque bebeu. No entanto, cada um de nós tem o direito fundamental de negar-se a realizar o teste, tenha bebido ou não, e o exercício desse direito jamais pode ser entendido como uma confissão de culpa, sob pena de estarmos diante de um GOLPE!
Falando em golpe, condenar a atitude de Bolsonaro e omitir as diversas outras "homenagens" feitas por deputados do PT, PSOL e PCdoB a criminosos da estirpe de Marighella, irmãos Castro, Maduro e companhia, isso sim é GOLPE!
Um esclarecimento ao leitor acima. Se alguém não ingeriu bebida alcóolica, não tem o menor sentido de se recusar a fazer o teste do bafômetro que mede o teor de álcool ingerido. Qual a lógica? Se a pessoa não bebeu vai se recusar a fazer o teste do bafômetro, ter sua carteira de habilitação apreendida, pagar multa alta e ainda correr o risco de ter sua carteira suspensa por causa da pontuação? Não tem o menor sentido, concordam os leitores? Henrique Alves foi sim surpreendido em uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste de bafômetro, tendo sua carteira de habilitação apreendida. Pergunto: será que o ex-deputado e ex-ministro havia ingerido leite?
ExcluirO blogueiro e imparcial de mais não é em seus. Comentários? Kkkkk
ExcluirSe o tráfico de drogas está aumentando por aqui, é sinal que o país está piorando. Se estivesse melhorando , a Dilma não tomava impeachment.
ResponderExcluirEsqueceram de falar também que Dilma fazia parte do grupo Colina, que pregava abertamente o terrorismo.
ResponderExcluirEsse blog divide esquerda e direita... Mas não existe esquerda verdadeira no Brasil. São apenas falsos esquerdistas comedores de caviar, comprando roupas caras em shoppings, degustado vinhos, curtindo o luxo que só o capitalismo pode oferecer
ResponderExcluirEngano Seu. Grande parte (90%) da esquerda no Brasil é formada por estudantes, professores, trabalhadores urbanos e rurais que vivem com recursos limitados; que tem em sua hora e "nome" seu maior patrimônio. Desses lutadores é formada a esquerda, que apenas lutam por melhores condições de vida e dignidade para todos. Por uma melhor distribuição da riqueza do país. A direita, por sua vez, a real. Usa todo seu poder econômico e mídiatico para manter tudo como sempre foi. O povo servindo a poucas familias privilegiadas, mendigando por favores e atenção, feito vassalos a senhores feudais.
ExcluirPerfeito, Fabiano!!!
ResponderExcluirVejam o que diz o Fabiano: professores , estudantes, trabalhadores urbanos e rurais que vivem com recursos limitados. Assim tiramos a conclusão que o PT não melhorou nada para essas classes, que continuam vivendo mal. Por isso o PT já era. Estava ruim e pioraram
ResponderExcluirO certo é que estamos vivendo a maior crise, e isso tudo no governo dos salvadores da Pátria o PT.
ResponderExcluirComo comentou o anônimo no primeiro comentário: O que realmente estar sendo feito para combater o tráfico em nossa cidade? Onde estar a Polícia Civil para fazer um trabalho investigativo e solicitar mandados de busca e apreensão nesses locais que vendem drogas? o "negócio" tá tão bom que estão vendendo as portas abertas e o poder público fecha os olhos diante dessa realidade que estar acabando com a vida dos nossos jovens. Administrar também é olhar para esse problema e cobrar providências a quem de direito (polícia).
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