Por Emanuel Neri
Nas duas últimas semanas, o Brasil
mergulhou ainda mais na crise política que vem destroçando o país há quase dois
anos.
Para início de conversa, uma
explicação. O autor deste blog estava em viagem ao exterior e, por este motivo,
não conseguiu alimentar este espaço com novos posts sobre os gravíssimos acontecimentos ocorridos no país nos últimos dias.
Vamos então a estes fatos.
O último post deste blog dizia que o ex-presidente Lula havia
recusado assumir um cargo de ministro oferecido a ele pela presidenta Dilma
Rousseff (http://nobalacobaco.blogspot.com.br/2016/03/lula-recusa-convite-de-dilma-para-ser.html)
.
Mas de lá para cá, muita
coisa mudou – ou, como se diz no linguajar popular, muita água passou por
debaixo da ponte.
O fato é que Lula, depois de
ter recusado o cargo de ministro, acabou por aceitar ser chefe da Casa Civil
do governo. Pesaram para sua mudança de opinião apelos de amigos e
correligionários e sua preocupação com a crise do governo Dilma. Alguém tinha
que ajudar a salvar o barco do naufrágio.
E este nome, ao que tudo indica, é mesmo o do Lula. O
ex-presidente tem experiência e cacife político suficiente para tentar evitar
que o barco afunde de vez. E se isso ocorrer muita gente vai perder. Aumentará
o desemprego, haverá riscos para as conquistas sociais dos últimos anos –
enfim, a crise não terá fim.
Com Lula, haverá a possibilidade de salvamento do governo
Dilma e do próprio PT, evitando seu naufrágio nas próximas eleições. Se Lula
chegar ao governo e conseguir deter a crise, aplicando medidas dos oito anos
que esteve à frente da Presidência, há grande chance de ele voltar ao governo
em 2018.
Mas até agora Lula não assumiu
o ministério devido a ações da Justiça que impedem que ele ocupe o cargo. Uma
dessas ações foi julgada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), contumaz adversário do PT e do governo.
Por causa disso, Lula já cogita
não assumir ministério algum, sendo apenas um assessor informal do governo –
prova de que ele não está querendo o cargo para se proteger de riscos de prisão
pelo juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Lato, que apura casos de
corrupção na Petrobrás.
Importante dizer que a indicação de Lula para o Ministério não o livra de ser investigado e até punido, caso haja mesmo provas de ilegalidades praticadas por ele - o que até agora não foi provado. A diferença é que, como ministro, Lula será julgado pelo STF e não por um juiz de primeira instância, como é o caso de Moro.
Importante dizer que a indicação de Lula para o Ministério não o livra de ser investigado e até punido, caso haja mesmo provas de ilegalidades praticadas por ele - o que até agora não foi provado. A diferença é que, como ministro, Lula será julgado pelo STF e não por um juiz de primeira instância, como é o caso de Moro.
Mas, junto com a indicação de Lula, surgiram fatos que
fizeram com que a crise no Brasil se agravasse muitíssimo – ou seja, o barco
está ameaçando, sim, afundar de vez.
Uma delas foi a gravação de
conversas telefônicas de Lula com políticos e com a presidenta Dilma, por ordem
do juiz Sérgio Moro. O fato, quanto ao respeito às leis e regras constitucionais, foi considerado
gravíssimo.
Foi aí que o juiz Sérgio Moro pisou feio na bola e não fez o
gol de placa que ele imaginava marcar. Sua atitude, ao contrário, foi considerada
jogo sujo, por afrontar a Constituição, maior lei do país.
Para que alguém possa gravar
uma conversa de um presidente da República, tem que haver autorização do STF.
Mais que isso, o fato se agravou porque, além da gravação ilegal, o juiz
entregou cópia das conversas para que a TV Globo, que faz de tudo para derrubar
o governo, as divulgasse com grande estardalhaço.
As gravações foram suficientes para incendiar o país. De um
lado, pessoas que apoiam Dilma – além de juristas e os próprios ministros do
STF (veja abaixo) – condenaram o episódio.
A oposição e o juiz Moro viam nas gravações motivos para incriminar
Lula, conseguindo motivos para prendê-lo, e abrir caminho para o impeachment de
Dilma, o que já vêm tentando fazer há muito tempo.
As gravações, de fato, não revelavam nenhuma conversa grave. Apenas
a presidenta dizia que enviaria a São Paulo, onde Lula mora, os termos da posse,
para que ele pudesse assinar. Ocorre que na esteira destas gravações vieram
muitas outras, inclusive conversas privadas de familiares de Lula. Tudo muito
grave.
No caso da gravação envolvendo conversa entre Dilma e Lula, a Presidência da República entrou com recurso no STF alegando que o a iniciativa de Moro, sem nenhuma base legal, pôs em risco a soberania nacional e classificou de "ilação" a tese de que a Dilma nomeou Lula para livrá-lo da investigação que vem sendo feita por aquele juiz.
No caso da gravação envolvendo conversa entre Dilma e Lula, a Presidência da República entrou com recurso no STF alegando que o a iniciativa de Moro, sem nenhuma base legal, pôs em risco a soberania nacional e classificou de "ilação" a tese de que a Dilma nomeou Lula para livrá-lo da investigação que vem sendo feita por aquele juiz.
Tudo isso fez com que a fogueira da crise política ficasse ainda
mais acesa.
A oposição e manifestantes contra o governo, como tem feito nos
últimos tempos, aumentaram seu grau de ódio e intolerância a quem aparentemente
não concordava com seu posicionamento político.
Na avenida Paulista, em São
Paulo, palco principal da crise, pessoas foram agredias apenas porque portavam
algum tipo de vestimenta vermelha, cor do PT- ou simplesmente porque eram
identificadas como “cara de petistas”.
Até uma inocente ciclovia da
avenida Paulista, feita pela administração do prefeito Fernando Haddad (PT),
foi pichada e teve parte dela destruída.
O passo seguinte foram as
grandes manifestações políticas em São Paulo e em todos os Estados brasileiros.
Os atos dos que apoiam o governo foram realizados na sexta, 18 de julho, e
levou milhares de pessoas (foto acima) às ruas do Brasil. O mesmo ocorreu antes destes
episódios, no dia 13, quando gigantescas manifestações contra o governo também
ocorreram por todo o país.
O grito mais ouvido nas manifestações
pró-governo era “Não vai ter golpe” – referência ao impeachment de Dilma que a
oposição defende, mas que não há fundamentos legais para o afastamento da
presidenta. Do outro lado, a palavra de ordem era “Fora Dilma” e “Lula na
cadeia”. Contra Lula também não há fato, pelo menos até agora, que o incriminem
e justifiquem sua prisão.
O fato é que o Brasil está
dividido e radicalizado.
E tudo isso por causa de uma oposição que sempre apostou no
quanto pior melhor, e por atitudes radicais, como a do juiz Moro, como as
escutas telefônicas de Lula e Dilma e da própria condução coercitiva do
ex-presidente, uma semana antes, também condenada por meio mundo, inclusive o STF
(veja post deste blog).
O Brasil só resolverá esta crise
se houver entendimento entre líderes da oposição e da situação, que apoiam o
governo. E também com atitudes sensatas de autoridades, como o juiz Moro, do
Ministério Público, da Polícia Federal que contribuam para que o país supere
esta terrível crise que vive atualmente.
O momento, portanto, é de muita sensatez para que seja
apagada a fogueira desta crise. Se não surgirem bombeiros para apagar o fogo, o
país entrará em convulsão social e enfrentará uma crise sem precedentes em sua
história.
Sem bom senso e muito juízo de políticos e das autoridades, aí incluindo o
STF, não haverá salvação para o Brasil.
Abaixo, links para que você possa entender melhor o que está por
trás desta crise no Brasil. Leia apelos, como o do religioso Leonardo Boff,
para que Lula aceitasse ser ministro. Veja também análise de ministros do STF e
da imprensa sobre a ilegalidade dos atos do juiz Sérgio Moro.
Emanuel, sugiro você dividir o seu blog em dois públicos, um para os leitores do PT que recebem os auxílios do governo e outro para discutirmos seriamente o que está acontecendo no Brasil. Minha inteligência fica ofendida com as suas colocações, eu não sei se eu moro em outro país ou você.
ResponderExcluiro problema é que Emanuel é petista e não sabe ser democrático só publica quem elogia esse partido falido que é o Pt
ResponderExcluirAprova os comentários, raça de víbora!
ResponderExcluirClaro que não aprova. Quando alguém não lê pela mesma cartilha dele, bloqueia!
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