Por Emanuel Neri
Para quem acompanhou a
abusiva ação da Operação Lava Jato, no último dia 4 de março, em São Paulo, com
o uso de uma arbitrária condução coercitiva – ou seja, com auxílio de força
policial (200 policiais da PF) – para ouvir um depoimento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva,
prepare-se: é provável que sejam anunciadas, nos próximos dias, medidas muito mais graves e radicais contra Lula.
A Operação Lava Jato,
comandada pelo juiz Sérgio Moro, pode, a qualquer momento, prender o
ex-presidente, embora não haja nenhuma prova fundamentada (veja post acima deste blog) que justifique, pelo
menos até o presente momento, este tipo de ação. A Lava Jato quer prender Lula
por um objetivo puramente político: evitar que Lula volte à Presidência na
eleição de 2018.
Para evitar a prisão do ex-presidente,
na última quarta-feira (9/3) houve uma verdadeira peregrinação em torno de
Lula, com a participação de ministros e da própria presidenta Dilma Rousseff, para
convencê-lo a ser ministro do atual governo. Se isso ocorresse, qualquer ação
contra o ex-presidente teria que passar pelo crivo do STF.
Mas Lula, pelo menos até agora, não cedeu aos apelos de ter
uma espécie de salvo-conduto preventivo a qualquer tipo de ação contra ele. Sua atitude demonstra que ele prefere
ser preso, mesmo injustamente, do que criar uma salvaguarda legal respaldada em foro privilegiado – o cargo de ministro. Com isso, Lula demonstrou coragem e
dignidade, marcas de grande líder político e de presidente mais popular da história do país.
(Fato muito Importante: no final da tarde desta quinta-feira, 10/3, quando o post acima já tinha sido publicado, um promotor do Ministério Público de São Paulo tentou se antecipar ao lava Jato e pediu a prisão preventiva de Lula pela compra do tal triplex na praia do Guarujá, compra esta que nunca existiu. A argumentação do promotor é cheia de falhas, mas nunca se sabe qual a decisão do juiz/a que vai julgar a ação. Seja qual for a decisão, é mais uma ação injusta e sem provas fundamentadas contra o ex-presidente. Veja, nos links abaixo, reportagem do jornalista Paulo Nogueira sobre este pedido de prisão. Já o jornalista Kennedy Alencar diz que Dilma, provavelmente por pressão do PT, chegou a pensar na ida do ex-presidente para a Casa Civil. Mas que havia desistido. Leia coluna do Kennedy Alencar nos links que estão abaixo do post).
(Fato muito Importante: no final da tarde desta quinta-feira, 10/3, quando o post acima já tinha sido publicado, um promotor do Ministério Público de São Paulo tentou se antecipar ao lava Jato e pediu a prisão preventiva de Lula pela compra do tal triplex na praia do Guarujá, compra esta que nunca existiu. A argumentação do promotor é cheia de falhas, mas nunca se sabe qual a decisão do juiz/a que vai julgar a ação. Seja qual for a decisão, é mais uma ação injusta e sem provas fundamentadas contra o ex-presidente. Veja, nos links abaixo, reportagem do jornalista Paulo Nogueira sobre este pedido de prisão. Já o jornalista Kennedy Alencar diz que Dilma, provavelmente por pressão do PT, chegou a pensar na ida do ex-presidente para a Casa Civil. Mas que havia desistido. Leia coluna do Kennedy Alencar nos links que estão abaixo do post).
Sobre a decisão do ex-presidente de não aceitar o convite para ser ministro,
o conceituado jornalista Ricardo Amaral escreveu texto explicando os motivos da recusa do
Lula. Neste momento de grande conturbação política no Brasil, o noBalacobaco resolveu reproduzir o
artigo de Amaral por entender que ele ajuda a entender o que ainda pode acontecer com o país, inclusive o agravamento da atual crise. Veja a seguir:
Por que Lula não aceitou ser ministro
Por Ricardo Amaral
“Ao recusar um posto no ministério da
presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula produziu um raro momento de
grandeza na cena política brasileira. Lula considera indigno de sua história
buscar, no foro privilegiado, o salvo-conduto contra as arbitrariedades da
hora. Virar ministro seria criar um constrangimento para o governo e para a presidenta.
E isso Lula não fará jamais. É assim que se comporta um líder, que não precisa
de cargos para exercer a política e dispensa refúgio para a dignidade
afrontada.
Na plena vigência do estado de
direito, Lula não teria nada a temer. Não cometeu nenhum crime, antes, durante
ou depois de governar o País. Sua atividade como palestrante é o resultado da
projeção internacional que conquistou. Recolhe impostos pelo que ganha
licitamente. Não faz lobby, consultoria nem intermediação de negócios. O
Instituto Lula não recebe dinheiro público, nem direta nem indiretamente. Mas,
e daí?
No ambiente de terror policial
insuflado pela oposição e pela mídia, Lula tornou-se alvo de toda sorte de
violência. Agentes do terror lançaram uma bomba na sede do Instituto Lula.
Agentes do Estado, que deveriam estar submetidos à Lei e à hierarquia,
quebraram ilegalmente o sigilo bancário do ex-presidente e de um de seus
filhos. As pegadas sujas do crime estão nas páginas de uma revista sórdida esta
semana. Quebraram o sigilo de suas comunicações e, ao invés de denunciá-la,
parte da imprensa associou-se à meganha bandida.
Há fortes motivos para crer que o
próximo passo seja submeter Lula aos métodos parajudiciais da República de
Curitiba: o mandado cego de busca; a condução coercitiva para mero depoimento;
a prisão “preventiva” pela simples razão de que o sujeito está solto. Os
vazamentos seletivos dos últimos dias desmoralizaram as negativas formais do
juiz e dos promotores da Lava Jato: Lula é, sim, o alvo cobiçado da operação.
Não para ser processado, pois não há acusação contra ele, mas para ser
humilhado diante das câmeras.
No estado de exceção a que se
encontra sujeita uma parte do País, ninguém poderia negar razão a Lula caso
aceitasse a oferta solidária e leal da presidenta Dilma. Ministro, ele estaria
a salvo das arbitrariedades da primeira instância e do terror
policial-midiático. Mas Lula não é um ex-presidente qualquer – e nisso é
preciso concordar, por razões opostas, com o autor original da frase: Merval
Pereira.
O imortal do Globo sustenta que Lula
não pode ser tratado como um cidadão de pleno direito, porque continua sendo um
líder muito influente cinco anos depois de ter deixado o Planalto. Trapaça da
história: o promotor que denunciou Lula na LSN (Lei de Segurança Nacional) por
um discurso contra a ditadura, em 1980, também sustentou que a ameaça à
segurança nacional não estava exatamente nas palavras do metalúrgico, mas na
influência que ele exercia sobre as plateias.
De volta ao imortal: Lula não pode
fazer palestras para empresas contratadas pelo governo (Merval talvez ignore
que seu patrão, o Infoglobo, que tem contratos milionários com o governo, já
contratou palestra de Lula). O Instituto Lula não pode receber doações
empresariais (só o Instituto FHC pode, e pode até receber doação da estatal
tucana Sabesp). Lula não pode encontrar governantes estrangeiros (embora seja o
brasileiro mais respeitado ao redor do mundo). E, se isso fosse possível, Lula
não poderia fazer política.
Este raciocínio autoritário, parcial
e preconceituoso sustenta as torpezas cometidas contra Lula (e contra a
verdade) pelos veículos e colunistas amestrados sob influência do sublacerdismo
tosco e tardio que emana da rua Irineu Marinho. É o que explica as manchetes
mentirosas atribuindo a Lula a propriedade de um apartamento que ele não tem,
os “voos sigilosos” (em aviões invisíveis?), as “reuniões secretas” (em
auditórios públicos, com cobertura da imprensa), os telegramas oficiais
grosseiramente manipulados para virar notícia.
Lula é atacado justamente por ser o
mais influente líder popular que o Brasil já conheceu. E por ser o maior
obstáculo ao projeto regressista e conservador que, frustrada a aventura
golpista, por suas contradições políticas e econômicas, precisa eliminar a
liderança de Lula antes das eleições de 2018. A Pax Marinho, que ninguém se
engane, é um movimento das elites econômicas para garantir a estabilidade
necessária ao ambiente de negócios. Não é um pacto para preservar Dilma. E
muito menos, para preservar Lula.
O que preserva Lula é sua liderança,
sua coerência e seu caráter. Ao recusar o ministério, Lula promoveu um
magnífico contraste com personagens políticos, institucionais e midiáticos
nesta que é a mais rebaixada quadra da disputa política desde a
redemocratização. Enquanto alguns ousam sequestrar instituições, para salvar a
pele ou perseguir adversários, e outros se omitem de suas responsabilidades
republicanas, por covardia ou conveniência, Lula decidiu simplesmente portar-se
com dignidade.
A recusa de Lula é um gesto
fundamentalmente moral. É corajoso, porque arrosta a arbitrariedade, e
desprendido, porque preserva a presidenta. É mais uma lição do ex-retirante,
ex-engraxate, ex-metalúrgico, ex-sindicalista para a educação política desta e
de outras gerações. Isso é incompreensível para os abutres que tentam medi-lo
pela régua de seu próprio e mesquinho caráter. Lula não é mesmo um
ex-presidente qualquer. Lula é um líder”.
Abaixo, links
para você entender o que está por trás da Operação Lava Jato. O insuspeito
jornalista Jânio de Freitas, da Folha, compara, ironicamente, a ação contra Lula
à Operação Bandeirantes, a terrível Oban, da época da Ditadura Militar. Veja
outros textos, como artigo do cineasta João Moreira Salles, entrevista na TV do ministro Marco Aurélio, do
STF, e noticias sobre “grampos” na casa de Lula.
Os militares são uns incompetentes! Tiveram a oportunidade de livrar o país de uma vez por todas de toda espécie de parasita esquerdista e não o fizeram. Agora está ai o resultado
ResponderExcluirLeiam o comentário aí de cima e vejam o nível das pessoas que hoje se levantam contra o governo Dilma e defendem a prisão do ex-presidente Lula.Trata-se do fascismo mais descarado que este país já tomou conhecimento. Percebam que o sujeito aí de cima defende, de forma implícita, que os militares, que durante 21 anos lideraram a Ditadura Militar no nosso país, deveriam ter se "livrado" (leia-se, assassinado) os que, na opinião deste fascistinha aí de cima, são "parasitas esquerdistas" (leia-se Lula, Dilma e muitos outros que este tipo de extrema direita considera "esquerdista"). Este é o tipo de gente que prega o ódio e a intolerância no Brasil - e que é aliada do movimento que tem como objetivo dar um golpe no país. Este é o tipo de gente responsável por pichações e atos de vandalismo contra sedes de partidos, como foi, na última sexta-feira, o caso do PT de Belo Horizonte (muitas outras sedes do PT, em várias cidade do país, já foram vítimas desta sanha fascista)e do PCdoB, em São Paulo. É ainda este tipinho ordinário de gente que pichou e vandalizou, também na última sexta-feira, a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), no Rio. Em 1964, isso também aconteceu, com a mesma UNE, pouco antes do golpe militar que fez o Brasil mergulhar, por tristes 21 anos, nas trevas da ditadura militar - na época, muita gente foi presa, torturada e assassinada neste período. É isso que esta gente quer ver de volta - a crueldade do "prendo e arrebento" da ditadura militar. E muita gente, sim, foi arrebentada (leia-se, assassinadas) e estas vítimas eram sempre pessoas que faziam oposição ao golpe militar. É isso que esta gente quer de volta? Eu não quero. Prefiro a democracia, com todos os erros que ela pode ter, do que um governo dirigido sobre botas de militares. Ainda bem que as Forças Armadas brasileiras hoje estão renovadas, com militares responsáveis em seu comando,e que já afirmaram que jamais apoiariam qualquer ruptura institucional (leia-se, golpe) via forças militares.
ExcluirConcordo, com o Adalberto, claro. É muito cedo para dizer que o sábado não vai aceitar o ministério. Até porque quem deve, teme, e ele deve muito.
ExcluirE ainda tem pessoas que procuram defender o atual governo, será que com tudo isso que está acontecendo nós devemos ficar calados, e se fosse o contrário será que os PTistas não estariam nas ruas como fizeram no governo Collor?.
ResponderExcluirO PT está falido a máscara caiu não tem mais jeito acabou só quem é idiota para continuar sendo petista
ResponderExcluirmudando de assunto .Eu gostaria de saber se já tem um novo delegado aqui no nosso municipio e se já prenderam o ladrao perigoso da tabúa
ResponderExcluirAceitou .E como fica agora a "prova de dignidade".
ResponderExcluirE agora?? Continua defendendo??
ResponderExcluirEstou aguardando a atualização da notícia. " Lula não aguenta a pressão e aceita ser ministro". Foi um modo sutil de confissão.
ResponderExcluirE agora, o que os petistas vão dizer....Comédia
ResponderExcluirPor que as manifestações do PT só acontecem em dias de semana? Será que é porque não trabalham? Ah sim, ganham bolsa... Não precisam trabalhar
ResponderExcluirProva de dignidade essa de Lula kkkkkkkkkkk.
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