Por Emanuel
Neri
Por mais
importante que seja a fiscalização de órgãos ambientais no
Brasil, como Ibama (nível federal) e Idema (estadual, no caso do Rio Grande do
Norte), muitas vezes cometem-se excessos que travam investimentos e o
desenvolvimento do país, inclusive com a criação de grande número de empregos.
Este excesso
de zelo foi o que aparentemente ocorreu com o veto do
Idema à construção do Pure Resort, de um grupo canadense, em São Miguel do
Gostoso. Para proibir a execução do projeto, um técnico do órgão de controle
ambiental do RN alegou que havia presença de restinga na área em que o resort
ia ser construído.
Restinga é
uma espécie de terreno arenoso com formação de pequenas dunas
e coberto por vegetação rasteira (foto). Não se trata de nenhum ecossistema de maior
complexidade e importância para a preservação do meio ambiente. Só para lembrar.
Todo o litoral de São Miguel do Gostoso, inclusive a área urbana, está em área
de restinga.
Isso significa
que a decisão de um único técnico do Idema pode inviabilizar toda a expansão
do turismo de São Miguel do Gostoso. Se em todo o litoral há presença de
restinga, está claro que o turismo local só pode se desenvolver no interior do
município, longe do mar. Se isso vingar, trava-se o futuro do turismo local.
Vejam o
impacto econômico que uma decisão deste tipo provoca. O total a ser
gasto no resort era de 60 milhões de reais e, tão importante quanto este investimento,
o projeto ia gerar 200 empregos. O resort, entre a cidade São Miguel do Gostoso
e o distrito do Reduto, ia contar com 113 lotes para construção de residências
e mais 75 apartamentos.
O Pure Resort é um misto de condomínio e hotel. Se fosse construído, a economia do município seria beneficiada pelas milhares de pessoas que teriam residências ou que se hospedariam no resort. O benefício seria principalmente para o comércio e setores de bares e restaurantes da cidade.
O Pure Resort é um misto de condomínio e hotel. Se fosse construído, a economia do município seria beneficiada pelas milhares de pessoas que teriam residências ou que se hospedariam no resort. O benefício seria principalmente para o comércio e setores de bares e restaurantes da cidade.
A proibição
da construção do Pure Resort, que tem outra unidade já
construída no Delta do Parnaíba (PI), choca-se frontalmente com a intenção do
governador do RN, Robinson Faria (PSD), de atrair capital nacional e
internacional para projetos turísticos no Estado. Mas ocorre que, o contrário do que vem pregando, o governador ficou mudo
em relação ao Pure Resort.
E isso é curioso
porque, não faz muito tempo, Faria apoiou – e anunciou
com muita festa – a construção de um resort da rede portuguesa Vila Galé em
Touros. Pergunta: se o governador defende investimentos no RN por que seu
governo não apresentou recurso ao Idema para que a decisão do técnico do órgão fosse
reconsiderada?
Só coincidência? O prefeito de Touros, onde será construído o resort Vila Galé, com o apoio festivo do governador, é do mesmo partido do atual chefe do executivo potiguar, o PSD.
Só coincidência? O prefeito de Touros, onde será construído o resort Vila Galé, com o apoio festivo do governador, é do mesmo partido do atual chefe do executivo potiguar, o PSD.
São Miguel
do Gostoso está em pé de guerra com esta decisão do Idema – e
o consequente descaso do governo do RN. Por este motivo, a AEGostoso, que reúne
empresários locais, vai entregar hoje carta ao governador durante sua visita à
cidade. O governador vai assinar parceria entre municípios da região para
tratar lixo.
Não há
dúvidas de que a decisão do técnico (leia-se foi apenas a
opinião de um único técnico) do Idema emite sinais de radicalismo ambiental.
Nesta quinta (15/11), o jornalista Cassiano Arruda Câmara escreveu, em sua
coluna do Novo Jornal, de Natal, contundente
crítica contra o Idema e à incoerência do governo do RN.
“O caso do
grupo canadense Land Corp (nome do controlador do Pure
Resort) é exemplar e mostra enorme desconexão entre o que o governo diz e o que
acontece com o investidor”, afirma Cassiano, um dos jornalistas mais lidos e
respeitados da imprensa local.
Cassiano
fala ainda em alternativas que poderiam compensar a construção
do resort em área de restinga. Uma delas seria uma “ação compensatória”, como “existe
em todo o mundo a partir da tese do desenvolvimento sustentável”. Nada disso
foi feito pelo governo para que o Pure Resort pudesse ser construído em São
Miguel do Gostoso.
Hoje, com a
presença do governador – ele ou alguém do seu secretariado vai
estar presente na cidade – chegou a hora
de a população de São Miguel do Gostoso e a Prefeitura cobrarem alternativas do governo estadual,
encaminhadas ao Idema, para que este importante investimento hoteleiro possa
ser feito no município.
Abaixo,
links com notícias sobre o veto do técnico do Idema à construção
do resort, bem como outros textos deste blog sobre o projeto do Pure Resort. Veja
também informações sobre o grupo canadense que quer investir no município e
também explicações técnicas sobre o que é uma restinga.
É simples resolver: Procurem outro local em São Miguel do Gostoso ou levem o investimento para Touros. Simples assim!
ResponderExcluirNegativo. vai da certo aqui em São Miguel SIM, pois, a população precisa de emprego.Tio Anônimo! Se deu certo pra um, tem que dar para o outro, não tem diferencia alguma do terreno de TOUROS/RN para o de SMG/RN.
ExcluirTio anônimo 2,
ExcluirNão estou torcendo contra São Miguel do Gostoso, pelo contrário... Espero que dê tudo certo! + a empresa canadense quer levar o investimento agora para o Ceará. Entendeu?
Importante é o investimento fique no Rio Grande do Norte. Agora uma coisa é fato, a legislação ambiental precisa ser respeitada.
A praia so Ceará? não é melhor que a de SMG(nunca será). Acredito que eles consigam outra área por SMG, de acordo com as normas do idema(dentro dos padrões). Tio Anônimo! Abraço.
ExcluirQuem tacou fogo na torre? Ou era podre mesmo?
ResponderExcluirTerá o governador bloqueado ou os canadenses desistiram? Terá turismo ou morrerá -a cidade- como um livro de Jorge Amado? Tem governo ou não? O governor ou desgoverno? Perguntas que os folhetins não respondem, mas está óbvio.
Se não houve a aprovação do IDEMA era porque realmente algo não estava certo. Todos sabem que o idema do nosso estado foi "assaltado" recentemente, por isso não acredito de maneira nenhuma que esta reprovação foi algo sem fundamento, até porque oque mais este órgão está precisando é de apoio financeiro... Mas, oque me deixa em dúvida é esse interesse de alguns privilegiados diante desta promissor investimento, se há tão pouco tempo quase ninguém sabia deste processo. Ai fica a dúvida será mesmo que o benefício que está sendo revindicado é para aqueles que iam está entre os 200 empregados, ou há algum tipo de "combinadão" desconhecido para estes interessados excessivos?? Sem falar na maneira direta como está sendo direcionada a responsabilidade de culpa de algo que ninguém sabe ao certo oque é para o GOVERNADOR do Estado...
ResponderExcluirÉ impressionante que quando os interesses são mais particulares os órgãos públicos não devem funcionar!!! Mais quando existe uma obra pelo bem comum da sociedade aí o órgão público tem que funcionar... Fico chocado pelo fato que quando foi discutido sobre a Obra do Complexo Eólico São Miguel algumas pessoas falaram dos impactos para cidade... E essa obra não vai gerar um mesmo impacto?? E pior só vai beneficiar há um grupo e não ao todo... Há muitos podem questionar a geração de emprego, os 200 só pela duração da obra e depois só uns 10 para manter... E não vejo desmérito para um técnico apresentar um laudo sobre o que é certo ou errado... Respeito à opinião de todos, mais não vamos se contradizer nas próprias palavras quando pensamos no bem próprio... ✌️#FicaADica
ResponderExcluirO leitor acima está equivocado. Os 200 empregos que seriam gerados pelo resort em São Miguel do Gostoso não são na fase de obras do complexo hoteleiro, mas sim durante seu funcionamento. São recepcionistas, camareiras, garçons, vigias, jardineiros que seriam contratados para o funcionamento do Pure Resort. Na fase de construção provavelmente o número de operários será muito maior.
ExcluirBoa, Emanuel Neri. Tio Anônimo.
ExcluirO fato é que realmente deve-se olhar com olhos críticos para tal questão. O que realmente está por trás desses "200" empregos? PQ agora as restingas não são tão importantes? Onde está a preservação dos ecossistemas locais? Será que não vão fazer o mesmo absurdo que fizeram ao construírem a estrada do tourinho? Não podemos nos entregar a esse capitalismo selvagem onde o lucro é a única coisa que importa. Talvez a licença não tenha sido autorizada por que provavelmente o técnico não faça parte de determinado grupo que recentemente foi descoberto dentro do IDEMA.
ResponderExcluirMudando um pouco de assunto se falacom quem pra as maquinas da prefeitura saur da garagem e passar nas estradas do município? Pq a estrada que vai pra pedra grande via reduto estar esquecida a bastante dias e a população que se vire com seus carros ou se não volte a andar de burro
ResponderExcluirO IDEMA ESTAR CERTO EM NEGAR A LICENÇA POIS O PROJETO É DESTRUIDOR. SÃO MIGUEL TEM UMA NATUREZA LINDA QUE MERECE SER PROTEGIDA E A CIDADE CRESCERÁ COM TURISMO ECOLÓGICO.
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