Festas em Sao Miguel do Gostoso têm que continuar, mas já é hora de se pensar melhor na sua organização

Por Emanuel Neri

O conteúdo deste post tem como objetivo sugerir que a população de São Miguel do Gostoso – ou pelo menos parte dela – faça uma reflexão sobre acontecimentos que dizem respeito ao presente e ao futuro da nossa cidade.
E um destes acontecimentos é a festa que foi realizada no último sábado (4/10), na praia da Xepa, e que só terminou depois das 6h da manhã. Durante toda a noite, o som da festa foi altíssimo, causando problemas para quem estava em casa.
Mais uma vez este blog vem a público para dizer que não é contra as festas da cidade, em especial a do padroeiro São Miguel Arcanjo, como a realizada no último sábado. Este blog é a favor das festas e das tradições populares da cidade. Entende que elas têm que existir – a população gosta, se diverte, e tem todo direito de ter e de frequentar estas festas.
O problema é quando estas festas extrapolam o horário permitido para acabar. Por exemplo: qual o motivo de festas como a do último sábado não terminar em um horário que prejudique menos a população que não vai à festa e que prefere ficar em casa, tentando dormir? Por que esta festa não termina, por exemplo, às 3h da manhã?
O responsável por este blog recebeu inúmeras reclamações de pessoas que não conseguiram dormir por causa da festa de sábado. Algumas pessoas contaram que só conseguiram dormir depois das 8h da manhã, quando a festa acabou e diminuiu a intensidade do barulho provocado por pessoas embriagadas, que faziam algazarra e falavam alto, e por paredões de som, com som altíssimo.
A parte mais atingida pelo barulho da festa são as residências e pousadas que ficam à esquerda da praia da Xepa, especialmente as que estão mais próximas à orla, no bairro do Maceió. Quem mora ali não consegue pregar o olho durante toda à noite, especialmente se o som estiver em volume muito alto e se a festa se prolongar noite à dentro, estendendo-se por muito tempo.
E foi isso o que aconteceu – volume nas alturas e festa terminando depois das 6h da manhã – na noite do último sábado e madrugada do domingo.
Pode-se até chamar a festa do padroeiro de popular, mas é fato que ela é realizada em regime privado. É o presidente da Câmara Municipal, Beto de Agostinho, quem organiza a festa. Para que cada pessoa tenha acesso à festa, cobra-se 25 reais pela entrada (este valor, que não é pouco, foi confirmado ao blog por pessoas que estavam na festa).
Então, como já foi dito, este blog não é contra festas. Mas entende que, em respeito a quem quer descansar e dormir à noite, estas festas realizadas na Xepa devem terminar mais cedo. E nisso a Prefeitura tem grande culpa. Caberia a ela estabelecer horários para que festas deste tipo possam começar e terminar cedo, sem prejudicar parte da população. Parece que desta vez nada foi feito.
Neste sentido, a impressão que se tem é que a gestão anterior, por mais problema que tenha tido na administração da cidade, tinha mais preocupação com o direito ao repouso  dos moradores que ficam em casa, sem ir para à festa. Miguel Teixeira fazia questão de que todas as festas na Xepa (foto) terminassem entre 2 e 3h da manhã. Pontos para ele.
Há muitos outros problemas quando as festas se prolongam até o dia seguinte. Um deles é com o policiamento da cidade. Este blog falou com policiais que estavam na segurança da festa e todos disseram que a extensão do horário foi exaustivo para eles. E o pior: no dia seguinte, a polícia foi dormir – e a cidade ficou sem nenhuma segurança.
Então é esta reflexão que a cidade tem que fazer. As festas têm sim que existir. Mas têm que ser realizadas com horário para começar e terminar, sem que deixe parte da cidade sem poder dormir. Isso faz parte da organização de qualquer cidade. Sem ordem, a cidade vira uma desordem. E não é isso que se quer para São Miguel do Gostoso.
Ainda há tempo para que a população e especialmente Prefeitura e Câmara Municipal pensem melhor nesta questão, que vai determinar o presente e o futuro da nossa cidade.
Festa, sim, o povo gosta de festa – e este blog apóia -, mas a municipalidade tem que se preocupar também com aqueles moradores que estão em casa, em especial crianças e idosos, que têm direito ao repouso. Este é um direito de todos que não vão à festa - é o mesmo direito de quem quer participar da festa.  E é assim que tem que ser feito por uma cidade civilizada.