Por Emanuel
Neri
Começa neste
mês de novembro uma das maiores atrações da natureza de São Miguel do
Gostoso.
Trata-se do
período de desova das tartarugas marinhas ao longo do litoral do município, que tem 25 km de extensão. Na temporada de desova,
que vai de novembro a maio, mais de cem tartarugas depositam seus ovos no
litoral de São Miguel do Gostoso – cada ninho gera em média 92 tartaruguinhas
novas.
A desova de
tartarugas em São Miguel do Gostoso (foto) é monitorada em trabalho
de voluntários da Amjus (Associação de Meio Ambiente,
Cultura e Justiça Social). A atuação desta Ong local é feita por oito jovens.
Os demais são voluntários convocados no
período do nascimento das tartaruguinhas.
Depois que a
tartaruga deposita seus ovos, sempre nas dunas do litoral de
São Miguel do Gostoso, são necessários de 55 a 60 dias para que nasçam os
filhotes. Com o acompanhamento dos voluntários, as novas tartarugas são ajudadas
a chegarem ao mar. Mas apenas uma mínima quantidade delas consegue sobreviver.
A desova de
tartarugas é mais um motivo para que a população local tenha consciência
de que não pode trafegar com veículos na orla de São Miguel do Gostoso. Já houve
vários casos de ninhos que foram destroçados por veículos que trafegam nas
praias, mesmo com as placas de proibição de trânsito nestas áreas.
E este
alerta vale para qualquer tipo de veículo. Tanto o veículo tracionado
como motos são grandes ofensores para os ninhos de tartarugas. Quando há a
desova, o pessoal da Amjus sinaliza os ninhos com fita amarela e preta. Mas
mesmo assim motoristas irresponsáveis passam com veículos por cima destes
ninhos.
É um belo
espetáculo da natureza o nascimento dos filhotes de
tartarugas. Geralmente a Amjus divulga o local dos ninhos em que haverá
nascimento de filhotes. Com a ajuda da população, principalmente crianças, as
tartaruguinhas chegam ao mar. Mas a maioria delas é devorada por peixes ou por
aves marinhas.
A Amjus
chama este momento em que crianças e adolescentes acompanham
o nascimento dos filhotes de tartarugas
de “educação e sensibilização ambiental”. Este momento também está integrado ao
calendário turístico da cidade. Turistas que estão em pousadas acabam sendo
atraídos para verem este belo momento.
Basicamente
dois tipos de tartarugas desovam ou se alimentam nas praias
de São Miguel do Gostoso. Um deles é a tartaruga de pente e a outra é a verde.
Geralmente a tartaruga escolhe sempre o mesmo lugar para desovar. Muitas delas
conseguem depositar seus ovos precisamente no mesmo local dos anos anteriores.
Esta é a terceira temporada
de desovas de tartarugas acompanhada pela Amjus em São Miguel do Gostoso.
O pessoal da Amjus é treinado pelo projeto Tamar, entidade que cuida
de tartarugas no Brasil. Um dos voluntários deste monitoramento é o
sargento Anchieta, que mora na cidade. O projeto é coordenado pela bióloga Maria Lucivânia.
A Amjus é
dirigida pelo pedagogo Heldene Santos, que também é especialista
em meio ambiente e sustentabilidade. Muitos jovens de São Miguel do Gostoso
participam desta Ong, que também tem o apoio de artistas de outras partes do
país e de ambientalistas ligados ao movimento de preservação da natureza.
É muito
importante este trabalho feito pela Amjus no monitoramento da
desova de tartarugas em São Miguel do Gostoso. A comunidade local tem a
obrigação de apoiar este trabalho, pois a tartaruga é uma espécie em extinção e
este tipo e trabalho ajuda na sua preservação. Apoie, portanto, a inciativa da
Amjus.
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