segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Renato se reelege com maioria de 381 votos sobre Miguel Teixeira, mas maioria foi menor do que a esperada. Tiquinho tirou votos dos dois candidatos

 

Por Emanuel Neri

Embora com uma maioria de votos menor do que estava prevista, o atual prefeito de São Miguel do Gostoso, Renato de Doquinha (PSD), foi reeleito para mais um mandato à frente do município. João Eudes, o vice da chapa eleita, é do PT.

A maioria de Renato sobre Miguel Teixeira (PL) foi de 381 votos. Renato obteve 3.396 votos (47,45% dos votos) contra 3.015 (42,13%) de votos de Miguel. A diferença foi 5,32%% do total de votos, bem abaixo dos 15% previstos pelas pesquisas eleitorais.

O terceiro mais votado foi Tiquinho (MDB), com 682 votos (9,67% dos votos), enquanto Jubenick (Solidariedade) foi o último colocado, com apenas 54 votos (0,75%). De acordo com o resultado, foi a sede do município que deu a vitória a Renato.

Renato ganhou de Miguel na sede do município com 536 votos de maioria. No interior do município, Miguel foi mais votado, ganhando na maioria dos distritos. Como a maioria na sede foi maior do que no interior, Renato conseguiu ganhar a eleição no município por uma diferença de 381 votos.

Houve problemas na totalização de votos, na maioria dos municípios brasileiros, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por este motivo, os números da eleição em São Miguel do Gostoso demoraram a aparecer. No final da noite, ainda havia dúvidas sobre os vereadores eleitos.

Eleição de vereadores

O vereador mais votado para a Câmara Municipal foi Azenate Câmara, atual vice-prefeito, com 609 votos. Em seguida apareciam Jean dos Morros, com 511 votos, Evandro Menezes (474), Adalpe (406), Neto da Saúde (387), Zé de Luzenário (376),  Nenen dos Morros (311), Beto de Agostinho (284) e Ednaldo Coutinho (275).

Isso significa que, na nova legislatura na Câmara Municipal, não foi eleita nenhuma mulher. Na atual formação da Câmara existem três mulheres - Micarla, Dona Letinha e Clésia. Nesta eleição, Micarla teve uma boa votação, com 372 votos, mas não se elegeu, o mesmo acontecendo com Nenê de Lala, que teve 230 votos. É lamentável que apenas homens componham a nova Câmara Municipal.

Peso eleitoral de Tiquinho

A vitória de Renato já era esperada. Mas ela saiu bem menor do que a própria estrutura da campanha previa. Se comparado a 2016, quando se elegeu prefeito pela primeira vez, Renato saiu menor das urnas deste domingo, com bem menos votos sobre Miguel, com quem também concorreu naquele ano. Se Renato perdeu votos é porque sua administração não foi muito bem avaliada pela população.

E quem fez a diferença entre uma e outra eleição foi a candidatura de Tiquinho, que obteve 682 votos. Tiquinho tirou bem mais votos de Renato do que de Miguel Teixeira, de quem também “robou” votos quando comparado a 2016. Sem praticamente nenhuma estrutura de campanha, Tiquinho saiu fortalecido da atual eleição.

Tiquinho foi bem votado e pode se transformar num candidato competitivo na próxima eleição para a Prefeitura de São Miguel do Gostoso. Até seu partido, o MDB, o abandonou durante a campanha. Na reta final da campanha, ele perdeu parte de seu eleitorado para o chamado “voto útil”.

A campanha estava polarizada, com dois candidatos principais. E parte do eleitorado de Tiquinho migrou para Renato e Miguel. O “voto útil” é dado quando parte do eleitorado tenta evitar que um candidato ou outro ganhe a eleição.  No início da campanha, acreditava-se que o potencial de votos de Tiquinho seria bem maior. O “voto útil” reduziu seus votos.

Numa conta mais simples, significa dizer que os votos de Tiquinho poderiam ter feito a diferença na escolha do novo prefeito de São Miguel do Gostoso. Em tese, se Tiquinho tivesse apoiado Miguel, e conseguisse transferir grande parte de seus votos, o candidato do PL seria o novo prefeito do  município. A leitura que se faz é que Tiquinho já é uma nova liderança política local, com potencial de votos para definir uma eleição.

Agora é esperar pelo segundo mandato de Renato. E torcer para que ele atenda às expectativas do eleitorado que votou nele para um segundo mandato em São Miguel do Gostoso.

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