domingo, 28 de fevereiro de 2016

Eólicas produzem energia limpa, mas restam dúvidas sobre sua interferência no visual estético das cidades



Por Emanuel Neri
A resposta principal está no seu olhar. E tudo se resume à forma como você  percebe determinados impactos ambientais causados pelo emprego da tecnologia no processo de desenvolvimento.
As enormes torres de energia eólica que estão instaladas em muitas cidades do Brasil, muitas delas litorâneas, como é o caso de São Miguel do Gostoso, causam sim um impacto estético na paisagem (ou cenário) natural que se tinha antes. A pergunta que se faz é a seguinte: isso é bom ou ruim para estas cidades e para o país?  
Vamos por partes. A energia eólica é uma realidade no Brasil. E chegou para ficar.
Ela já é responsável por quase 10% da matriz energética brasileira. E o Rio Grande do Norte lidera a produção deste tipo de energia em todo o país. O RN, por exemplo, tem capacidade instalada para produzir 2,59 gigawatts de energia. Isso representa mais que o dobro da demanda energética do Estado.
Agora vamos falar do Mato Grande, região em que São Miguel do Gostoso está localizada. Pois nesta região a capacidade instalada de energia eólica é de 1,441 gigawatts, o que representa 56% de toda a produção do RN. Dos 94 parques eólicos instalados no Estado, 56% estão na região do Mato Grande.
Isso significa que só a energia eólica produzida no Mato Grande – João Câmara, Parazinho,  São Miguel do Gostoso e Pedra Grande são os principais produtores - já seria suficiente para atender, com sobra, toda a necessidade energética do RN, que hoje gira em torno de 800 megawatts, ou seja, abaixo de 1 gigawatt.
Mais números sobre energia eólica no RN. Até 2019, os parques para produzir este tipo de energia vão gerar 35 mil empregos. Só estes parques vão produzir mais 2,3 gigawatts de energia, o que praticamente vai dobrar a produção eólica do RN em três anos. Neste período, os Investimentos nestes novos parques são de R$ 3 bilhões.
Voltamos à pergunta do início deste texto. Esta produção de energia, geração de empregos e investimento é bom para o Brasil? E para cidades, como São Miguel do Gostoso que, em função dos parques e de seus gigantescos aerogeradores (cata-ventos), sofre interferência em sua paisagem natural?
A energia eólica, como todos sabem, é uma energia limpa e renovável - ou seja, não polui o meio ambiente e sua fonte de produção é permanente, pois nunca vai faltar vento. O mundo hoje está muito ligado à preservação da natureza e do meio ambiente. Então, assimila-se bem melhor esta interferência, pois há sintonia com a natureza.
Vale à pena conviver com a produção deste tipo de energia, mesmo considerando que ela interfere nas nossas paisagens e cenários naturais, inclusive nas dunas e matas, devido ao impacto visual de seus enormes aerogeradores?
Este é um debate que, em maior ou menor escala, existe em todas as cidades que produzem energia eólica. O ideal é que os parques eólicos se instalem sem que provoquem grande impacto na paisagem natural. No caso de São Miguel do Gostoso, o limite para a implantação de parques é de 2 mil metros da linha da praia.
É pouco. Os enormes cata-ventos, com mais de 100 metros de altura, são vistos de qualquer parte que se esteja na cidade – e principalmente da praia.
Quando houve este debate na Câmara Municipal, muita gente queria o limite em 3 mil metros. Mas ocorre que, na administração anterior (Miguel Teixeira), havia-se estabelecido limite de mil metros. As empresas alegaram “quebra de contratos”  e houve acordo estabelecendo dois mil metros de distância da praia.
Tem muita gente que não se incomoda com as torres eólicas. Veem elas como sinal de desenvolvimento e de produção de energia limpa – estando, assim, sintonizadas com o meio ambiente. Outros odeiam. Acham que elas interferem duramente no visual, prejudicando principalmente as cidades turísticas.
O fato é que o Brasil, como qualquer outro país, necessita produzir energia para mover seu desenvolvimento. E a opção pela energia eólica é cada vez mais uma realidade, mesmo que não agrade a todos. Mas seguramente ela causa menos impacto na natureza do que a energia hidrelétrica.
Este blog está aberto ao debate em torno da necessidade – ou não – da produção de energia eólica, limpa, mesmo sob o risco de impactar paisagens, principalmente no litoral do Nordeste do Brasil – São Miguel do Gostoso incluído-  que antes não conviviam com este tipo de “agressão” estética.
Abaixo, links de alguns artigos e textos em que você pode acompanhar melhor fatores positivos e negativos da produção de energia eólica.

16 comentários:

  1. Emanuel parabéns por levantar está debate, na minha opinião de imediato os parques causam um impacto visual mas não ambiental. Temos o privilegio de rodar entre os parques e o que notamos é a preservação da fauna e flora nos parques eólicos e não a degradação. E a médio e longo prazo acredito que os parques servirão como grandes expoentes da defesa ambiental já que a especulação imobiliária ( hotéis, resorts e condomínios ) não terão a possibilidade de instalação nestas localidades, como exemplo a região da Rio - Santos hoje totalmente descaracterizada e com toda a beleza natural destruída em benefício da especulação imobiliária e a favor do " progresso ".

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  2. Não existe isso de "energia limpa". Toda produção energética tem seu preço, gera poluição em maior ou menor escala, mas gera. No caso das eólicas, há forte impacto ambiental na produção dos equipamentos que gera poluição. Após isso, a própria instalação gera degradação ambiental. Vejamos o exemplo de Galinhos. Lá houve a terraplenagem de diversas dunas que, por lei, não deveriam sofrer qualquer tipo de intervenção. Mas é claro que o interesse público na geração de energia fala mais alto, isso sem falar no poder de barganha das empresas envolvidas. O impacto visual também é uma forma de poluição. Temos ainda que atentar para onde está indo o dinheiro dos impostos recolhidos, pois se nada for feito seremos uma pobre cidade rica.

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  3. Duas perguntas.
    A primeira é se me sabem dizer qual o prazo de validade das torres? Inicialmente o prazo era entre 10/12 anos, e o problema que se colocou nos países pioneiros foi que acabando o prazo de validade as empresas abandonavam o terreno e as torres e iam para outro lugar. Verdade?
    A segunda questão é saber qual a consequência, em termos de saúde para as pessoas que moram muito perto das torres, e que já lá moravam.

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    1. depende se ela for de concreto ou de fibra, a questão da validade, mais mesmo assim é entre 25 a 30 anos a validade

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    2. obrigado pela sua resposta, mas consultando vários estudos sobre o assunto obtive:UFRJ Trabalho do Prof Stefan Krauter , aproximadamente 20 anos
      PUCRS , aproximadamente 15 anos
      Anuncio da Skystream , vida útil superior a 20 anos.
      FEUP- Universidade do Porto em 2010, vida útil de 120.000 horas de funcionamento = a aproximadamente 20 anos.
      Da mesma Universidade vantagens e desvantagens.
      Vantagens....
      Energia renovável e limpa.
      Redução da utilização de combustíveis fósseis.
      Custos fixos e
      rentabilidade de investimento.
      Desvantagens
      Impacto paisagístico
      Alteração da rota migratória das aves e
      Poluição sonora.
      Este foi, para mim a questão principal. Qual a consequência para a saúde de quem vive perto das torres? Não me foi respondido.Nem qual a solução a dar quando as torres não tiverem mais utilidade?
      Quero dizer que sou completamente a favor da utilização desta energia, mas não aceito que se instalem como estão na entrada da cidade e na 1ª existente na estrada para Reduto.Nem o que foi feito no Marco, e isto não entrando no crime ambiental de destruição de dunas.

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  4. É possível o homem contemporâneo viver sem a energia ?

    Esse questionamento temos que fazer toda hora p a sociedade moderna, podemos conviver sem a necessidade da energia , se sim, temos que retroagir p idade do homem das cavernas , se não temos que a cada dia depender Maia e mais de várias fontes de energia p o nosso progresso e nosso conforto, já imaginários em uma cidade faltar energia por mais de 3 horas, geraria o caos , nas grandes cidade o apagão significa o nó no trânsito e desorganização no sistema viário das metrópoles , nas cidades pequenas como SMG tb traria desorganização em todos os setores , a começar pela saúde, como seria atender um caso de emergência sem os equipamentos dos primeiros socorros fora de operação por falta de energia ! E o comércio, e a indústria do turismo como seria , com certeza provocaria um grande impacto negativo , e nas nossas casas , como seria enfrentar um dia sem energia , os alimentos condicionados nos refrigerações começariam a entrarem em decomposição devido ao degelo, a população começava a reclamar por não assistir os noticiários , o jogo de futebol e as novelas da tis, noites maus dormidas por não ter um ventilador que amenize o calor nos meses mais quentes do ano sem falar em espantar os mosquitos nesse período de Dengue, Zika, chicungunha etc. Ou seja : não dar para temos uma vida sem a energia .
    A matriz energética está sustentada nas várias fontes , seja elas de origem petróleo, carvão, hidrelétricas, térmicas, nuclear, solar, éolica dos mares entre outras. No Brasil a matriz energética elétrica é em sua grande parte oriunda de hidrelétricas , através do barramento de rios gerando grande áreas inundadas retirando várias famílias dos seus habitat, e existem os movimentos atingidos pelas barragens além de expulsarem a fauna e a flora da área que a água encobre , foi assim ao longo rio São Francisco , como a barragena de sobradinho, paulo Afonso e Chingó na divisa dos Estados de SE/AL. A
    energia nuclear apesar de não ocupar grande áreas e ser uma fonte relativamente limpa mais o rejeito para obtenção da energia é altamente radioativa e se ocorrer algum desastre natural milhares de pessoas que moram em uma área de influência direta podem se contaminarem pela irradiação desprendidas pelos reatores , foi assim em Chernobyl Rússia e na cidade de Fukusima no Japão quando ocorreu o termômetro seguida de tsunami
    Resta para nós gerar energia mais limpa com menos impactos ambiental através de energia solar e eólica , dair a potencialidade do RN, da região Mato Grande e em particular SMG , impacto sempre vai existir, porém de menor magnitude , nesse caso sugiro que esse blog em conjunto com o poder público , prefeitura, MP, sociedade e as empresas de energia épocas faça um Workshoping para discutir essa nova indústria de geração de energia no nosso município , o que vai gerar de emprego com aproveitamento da mão de obra local, receitas para o município , quais os programas sociais que elas podem se inserir, qual o benefício direto e indireto que tratar p região , os impactos positivos e negativos com esse novo cenários de geração de emprego, renda , receita e expectativa de expansão do paraue eólico a curto, médio e longo prazo no desenvolvimento do município , da região e do Rio Grande do Norte

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    1. As aeólicas só trezem mesno é benefícios para toda região onde estão sendo implantadas, tanto gerando empregos e como também recursos ao Poder Público Municipal, nada melhor.

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  5. Na minha opinião a energia que está sendo gerada em nosso município é bem vinda mas o que me deixa confusa é o que a gestão está fazendo com o dinheiro dos impostos pagos por essas empresas não só eu como toda população quer saber se as torres vão perturbar os ouvidos dos moradores que moram perto eu não sei mas sei que a familia neri está bem beneficiada com o dinheiro que essas torres trouxeram pois tem várias torres dentro do terreno dessa familia mas quanto a isso tudo bem o meu interesse é saber onde está sendo usado o dinheiro dos impostos pagos pelas empresas

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  6. Senhor Emanuel Neri voce que fala tanto em melhorar a educação do seu municipio fazendo até um projeto piloto beneficiando alguns alunos da comunidade projeto do qual eu entendi como particular demais pois poderia ter sido feito nas escolas locais ,porque vc ainda não fez uma matéria sobre o fechamento de 5 escolas da zona rural que sua cunhada fechou? o povo dessas comunidades não estão satisfeitos com essa ideia absurda da gestão atual que não valoriza a educação estou eperando uma explicação que me convença

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  7. Emanuel por onde anda aquela senadora que voces deram a ela o título de cidadã gostosense e que prometeu uma creche modelo e até agora não tem creche nenhuma aqui sendo feita poderia me dizer quando a creche vai ser construida ?ou terei que esperar pra quando a galinha criar dente

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  8. Onde está o saúde que não faz nada ao combate da dengue atenção vereadores cobrem do poder publico limpeza na cidade em forma de multirao estão esperando o quÊ?

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  9. caro anonimo acima...vc quer o poder pulbico limpando sua casa, seu quintal.. é...acorde... faça sua parte.... so assim vamos combate o mosquito da dengue....pare de ficar so falando..falando...faça algo...

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  10. existem várias casas fechadas aqui em Gostoso e não sei que atitude o secretário de saúde está tomando para combater o mosquito da dengue vejo terrenos baldios cheio de lixo e com possibilidade de criar o mosquito e o secretário não faz nada está na hora de fazer um mutirão urgente e procurar saber quem está com a chave dessas casas pra entrar e fazer um trabalho de prevenção

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    1. Certas pessoas falam de dengue como a nossa cidade vivesse numa epidemia, graças a deus a nossa cidade ainda é uma das que tem o menor casos de dengue confirmados.

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    2. Só depedem de nós moradores, se cada um fizer a sua parte com certeza melhor pra todos nós, não há prevenção da dengue sem a ajuda da população.

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  11. minha casa é muito limpa e meu quintal tambem porem o do meu vizinho não é limpo eu já falei com ele mas até agora ele não limpou e agora?

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