Por Emanuel
Neri
E 2015 vai chegando ao fim com o Brasil ainda mergulhado
em uma tremenda crise política e econômica.
Mas, na semana passada, surgiram alguns sinais de que,
apesar do tamanho da crise, já há luz no fim do túnel. Foram vários os
acontecimentos que mudaram um pouco o quadro de incertezas que vinha dominando o
país.
Um deles foi a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de
anular manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para aprovar
o impeachment (afastamento) da presidenta Dilma Rousseff a qualquer custo.
O STF anulou decisão de Cunha que escolhera chapa avulsa
de deputados, com maioria contra Dilma, para aprovar o processo de impeachment.
Outra decisão do STF foi a de delegar ao Senado – e não à Câmara, como queria
Cunha e a oposição - a palavra final sobre um eventual afastamento de Dilma.
Também tiveram peso importante os atos pró e contra o afastamento de Dilma na
semana passada. Na quarta (dia 16), muito mais gente foi às ruas se manifestar contra
o golpe para derrubar a presidenta, armado por Cunha e políticos da oposição,
do que no domingo anterior, nos atos contra Dilma.
Outra decisão importante é que a
Procuradoria Geral da República pediu o afastamento de Cunha da presidência da
Câmara e sua cassação. O motivo é o envolvimento de Cunha em corrupção e suas
manobras para escapar do processo de punição que a Comissão Ética da Câmara
abriu contra ele.
Mais mudanças. Saiu Joaquim Levy do Ministério da
Fazenda, sendo substituído por Nelson Barbosa, que era ministro do
Planejamento. Levy era apontado como responsável pelo arrocho econômico que o
país vem passando.
E mais. Pesquisa DataFolha, divulgada no
último domingo (20/12), mostra sinais de recuperação da imagem de Dilma, embora
a maioria ainda reprove seu governo. O vice de Dilma, Michel Temer, que passou
a conspirar contra a presidenta, também perdeu terreno e ainda sai com a fama
de “traidor”.
Enfim, a semana que passou mostrou que o STF e a população
não querem um impeachment – ou golpe, como alguns preferem chamar – feito à
toque de caixa e sem que haja uma única acusação legal de corrupção contra
Dilma.
Abaixo, artigo do filósofo Vladimir Safatle,
publicado na Folha de S. Paulo, que retrata o momento enfrentado pelo país.
Título do artigo de Safatle: “O álbum de fotografias do golpe”. Veja abaixo:
“Quem ainda tinha dúvidas a respeito do Brasil estar
diante de um golpe travestido de impeachment viu, nesta última semana, uma
série de acontecimentos reveladores. Eles demonstram claramente como, no vazio
do fim da Nova República, seus antigos atores procuram alguma sobrevida, nem
que seja tomando o Palácio do Planalto de assalto.
Depois de anos operando nas sombras, o
vice-presidente conspirador resolveu transformar seu partido-ônibus, ou seja,
esse mesmo partido em que apertando sempre cabia mais um, em uma máquina monofônica
organizada para garantir que ele será, enfim, alçado à Presidência da República
nos próximos meses. Como o sr. Temer sabe que esta é a única e última
oportunidade da sua vida para sair das sombras em que o destino lhe colocou,
ele resolveu deixar às claras sua aliança com o sr. Cunha. Vimos então, nesta
semana, movimentos inacreditáveis para um partido acostumado à inércia: seu
líder da Câmara "moderado" foi deposto, suas portas foram fechadas
para o ingresso de políticos mais alinhados ao governo que ele quer derrubar. O
próximo passo será, ao que tudo indica, selar a ruptura em janeiro.
Então, como que por acaso, logo depois de
descobrirmos que o sr. Delcídio do Amaral operou fartamente esquemas de
corrupção quando participava da Petrobras no governo FHC, o PSDB, liderado pelo
próprio ex-presidente em seu momento Carlos Lacerda, declarou estar unido para
o golpe. Não, desculpe-me, na verdade não se trata de um golpe, mas de um
impeachment motivado principalmente pela indignação contra a corrupção que
assola este país na última década. De fato, ninguém melhor para liderar tal
indignação do que o partido de Geraldo Alstom Alckmin, de Marconi Carlos
Cachoeira Perillo, partido já comandado por pessoas do quilate de Eduardo
Azeredo, recém condenado a 20 anos de prisão por idealizar o mensalão. Mensalão
que, segundo o próprio Azeredo em entrevista para esta Folha em 2007, abasteceu
as contas de campanha... De quem? Sim, dele mesmo, do líder da indignação moral
nacional: o sr. Fernando Henrique Cardoso”.
Nos links abaixo, textos sobre os acontecimentos no
Brasil na última semana.
O dono desse blog deve ser petista ,mas o povo brasileiro já deixou de ser
ResponderExcluirPetista ou não ele está certo. No vídeo abaixo Michael Fox mostra como os grupos VempraRua, Movmento Brasil Livre, entre outros são financiados por grupos dos EUA. https://www.youtube.com/watch?v=6D3V6YjqSoU
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