Por Emanuel
Neri
São Paulo pode ser uma
cidade dura, desumana, trânsito para todo lado e até picos de violência, como
tem acontecido ultimamente. Mas não há dúvidas de que São Paulo respira artes.
Cinema, teatro, exposições, shows – tudo você encontra por toda parte nesta cidade.
Nos dias
atuais,
São Paulo tem programas imperdíveis para quem gosta de arte. No caso das artes
plásticas, a cidade está com sua já tradicional Bienal, que a cada dois anos
atrai milhares de brasileiros e estrangeiros para ver esta grande exposição. A Bienal vai até meados de dezembro.
Este ano está sendo
realizada a Trigésima Bienal – e o espetacular prédio da Bienal, obra do
arquiteto Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera, coração verde de São Paulo, é
visitado diariamente por milhares de pessoas.
É programa obrigatório.
A Bienal deste ano,
como a de anos anteriores, é bastante ousada em seu conteúdo. Muitas das obras
expostas ali são complexas e até de difícil entendimento para os iniciantes em
artes. Mas a arte é assim mesmo – sempre instigante e provocativa.
São três andares
gigantes, com milhares de obras do Brasil e de várias partes do mundo. A cada
passo, você se depara com surpresas. Impressiona a exposição de Artur Bispo do
Rosário, sergipano que viveu grande parte de sua vida, louco (???), em manicômios.
Este imenso casaco que você vê aí na foto, e que Bispo do Rosário chamava de "manto", era utilizado para, vestido nele, o artista poder falar com Deus. Grande parte da obra do artista era feita de fios - que ele primeiro desfiava de lençois e roupas, no manicômio - para depois reconstruir peças intrigantes, entre as quais o "manto" para falar com Deus.
Este imenso casaco que você vê aí na foto, e que Bispo do Rosário chamava de "manto", era utilizado para, vestido nele, o artista poder falar com Deus. Grande parte da obra do artista era feita de fios - que ele primeiro desfiava de lençois e roupas, no manicômio - para depois reconstruir peças intrigantes, entre as quais o "manto" para falar com Deus.
Mas talvez o que mais
chame a atenção na Bienal-2012 são as fotografias. O holandês Hans Eijkelboom
faz um registro instantâneo de pessoas comuns, em vários partes do mundo. Cada
um tem uma coisa em comum: camisas de listras, xadrez, botas, casacos de pele,
etc.
Outro trabalho fotográfico
instigante é o do brasileiro Alair Gomes, um engenheiro do Rio de Janeiro que passou grande parte de sua vida
fotografando corpos masculinos. Alair era uma tipo de voyeur (espécie de prazer pelo olhar oculto) da beleza masculina.
Alair morava em um
apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro. Por uma fresta entre seu prédio e
outro imóvel ao lado, fotografava jovens que se exercitavam em uma área destinada
à ginástica, na praia, diante do edifício em que morava.
O olhar de Alair via
câmara fotográfica é absolutamente homoerótico.
Suas fotos são
reconhecidas mundialmente e despertam grande curiosidade na Bienal.
Lamentavelmente Alair foi vítima de uma prática que persegue homossexuais e que,
infelizmente, ainda é muito comum no Brasil atual: o crime homofóbico.
O fotógrafo do
homoerotismo –algumas de suas fotos foram feitas em casa – foi supostamente
morto por um amante, no apartamento em que morava, em 1992.
Ao lado do prédio da
Bienal, a exposição da artista plástica Adriana Varejão é também obrigatória
para quem está em São Paulo. Adriana é hoje uma das artistas mais caras do país
– suas obras chegam a custar cerca de dois milhões de dólares.
Sua exposição, no Museu de
Arte Moderna, é a primeira retrospectiva da obra da artista, que tem quadros
nos principais museus do mundo. A mostra, chamada de “Histórias às Margens”,
com 39 obras, é tão instigante quanto a Bienal.
As obras de Varejão
retratam histórias que, em grande parte, estão impregnadas de sangue e vísceras
humanas. É uma obra de impacto forte, mas que também há traços estéticos que
transmitem certa beleza. Principalmente nos azulejos que ela pinta.
Se você estiver em
São Paulo, não deixe de visitar a Trigésima Bienal e a exposição de Adriana
Varejão.
Abaixo,
links sobre a Bienal, sobre o trabalho fotográfico de Alair Gomes, dados sobre a obra do
Bispo do Rosário e reprodução de imagens da exposição de Adriana Varejão.
Extra! Extra! Extra!
ResponderExcluirCandidato A Vereador em São Miguel é preso por ser o mandante de crime, mas detalhes em breve!!!!
Conte logo que estou curioso!!!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkk fala serio
ResponderExcluirPRESO ELE NÃO FOI. MAS MANDANTE DE UM CRIME, QUE DEU RESULTADO CONTRARIO POIS QUEM ACABOU MORRENDO FOI O QUE VEIO PARA MATAR. ISSO TUDO REALMENTE ACONTECEU
ResponderExcluirEmanuel Neri comenta: este blog tem recebido inúmeros comentários sobre um crime ocorrido na última segunda-feira (26), em Lagoa do Sal, distrito de Touros, em que uma pessoa morreu. O fato foi uma consequência de um roubo havido em São Miguel do Gostoso. A vítima do furto foi um ex-candidato a vereador. Aparentemente houve uma busca ao suposto ladrão. na sequência, houve um tiroteio e um dos envolvidos morreu. O assassino já foi preso pela polícia e agora a polícia de Touros está investigando os motivos e as consequências do assassinato. Pelo fato de muitos dos comentários sobre este caso serem postados por leitores "anônimos", que não se identificam, este blog se deu ao direito de apurar melhor o ocorrido para posterior divulgação.
ResponderExcluirCaro Emanuel, tenho certeza de que é espetacular poder vivenciar o fascínio de um lugar como São Paulo, com sua gastronomia, cursos, shows musicais, teatros, cinemas, etc. combinado de tempos em tempos com o paraíso de Gostoso.
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