Por Emanuel
Neri
Para quem gosta de
cultura popular brasileira, este aí um filme que é de arrepiar – ou de explodir
corações. Gonzaga – de Pai para Filho,
do diretor Bruno Silveira, é um excelente filme e deve ser visto por todos,
principalmente quem vive no Nordeste e ama a cultura local.
O filme mostra duas
histórias, de dois gênios da música popular brasileira, um do sertão
nordestino, Luiz Gonzaga, e outro carioca, do morro de São Carlos, Gonzaguinha.
O filme, que está em cartaz em todo o Brasil, conta o conflito vivido ao longo dos anos por pai e filho. É uma história muito interessante.
O reencontro dos dois se
dá em 1980, quando Gonzaguinha recebe a notícia de que seu pai, já decadente,
enfrenta dificuldades financeiras. Gonzaguinha vai a Exu, no sertão de
pernambucano, para reencontrar o pai. Os dois tinham conflitos e nunca conviveram bem.
Começa ali uma emocionante
sessão de lavagem de roupa suja entre pai e filho – e que serve também de fio
condutor para o roteiro do filme. Gonzaguinha é filho da primeira mulher de
Gonzagão, que morreu cedo. Foi criado por um casal de amigos do cantor, no Rio.
Gonzaga – de
Pai para Filho
faz parte das comemorações do centenário de Gonzagão, que nasceu
em 1912 e morreu em 1989. Gonzaguinha, que nasceu em 1945, morreu logo depois
do pai, em 1991, em um desastre de automóvel, durante turnê de um dos seus shows.
Gonzagão é um dos maiores
nomes da música popular brasileira. Sua história é interessantíssima. Fugiu de
Exu, bem jovem, ameaçado de morte por um coronel que não queria seu namoro com
sua filha. Foi para Fortaleza, onde se alistou no Exército.
De Fortaleza, foi para o
Rio, tocou e cantou em ruas, bares, até ser consagrado a partir dos anos 40.
Seu sucesso foi enorme. Recebeu o título de “Rei do Baião”. Asa Branca, uma de suas inúmeras músicas,
é considerada um símbolo do Nordeste.
Gonzagão é
interpretado por mais de um ator, mas o maior destaque fica com um sanfoneiro,
assim como o protagonista do filme, chamado Chambinho do Acordeon. Já
Gonzaguinha é interpretado por Júlio Andrade – parecidíssimo com o cantor.
Gonzagão e
Gonzaguinha
têm duas personalidades bem deferentes. O pai é conservador, o filho é
contestador – suas músicas têm forte conteúdo político contra a ditadura
militar (1964-1985). O pai, ao contrário, tinha simpatia pelos militares.
Se não bastasse o roteiro bem
elaborado do filme, as músicas, tanto de Gonzagão como as de Gonzaguina, são excelentes. Os dois participaram de uma turnê,
entre 1980 e 1981 – a primeira vez que os dois cantam juntos – no show “Vida de
Viajante”.
Além das
músicas
do Gonzagão, como Asa Branca, as de Gonzaguinha, mais contemporâneas, emocionam
e são um destaque à parte do filme. “Explode Coração”, “Sangrando”, “Grito de
Alerta” e “Com a Perna no Mundo” são ótimas.
O Brasil
festeja
este ano o centenário de Gonzagão. Há comemorações por toda a parte. No último
dia 5, a presidenta Dilma Rousseff homenageou o cantor, no Palácio da Alvorada.
Bruno Silveira, o diretor do filme, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural.
Vele a pena ver este
filme. Mesmo para quem está em São Miguel do Gostoso, vale dá um pulinho em
Natal, para ver este filme. Veja, abaixo, links sobre o filme, bem como texto
com títulos que Gonzagão recebeu em várias cidades do Rio Grande do Norte.
Belo filme, onde mostra a relaçao tensa entre o pai e filho, mais que se amam,
ResponderExcluirEu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz
que saudade do gonzaginha
gilson
O filme é uma verdadeira ópera nordestina. Linda fotografia, interpretaçòes primorosas e montagem eficientíssima. A plateia de todo o pa;is vem aplaudindo o filme após cada sessão. Merecidamente!
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