quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"Gonzaga - de Pai para Filho" é filme que emociona e conta a história de dois gênios da música brasileira



Por Emanuel Neri
Para quem gosta de cultura popular brasileira, este aí um filme que é de arrepiar – ou de explodir corações. Gonzaga – de Pai para Filho, do diretor Bruno Silveira, é um excelente filme e deve ser visto por todos, principalmente quem vive no Nordeste e ama a cultura local.
O filme mostra duas histórias, de dois gênios da música popular brasileira, um do sertão nordestino, Luiz Gonzaga, e outro carioca, do morro de São Carlos, Gonzaguinha. O filme, que está em cartaz em todo o Brasil, conta o conflito vivido ao longo dos anos por pai e filho. É uma história muito interessante.
O reencontro dos dois se dá em 1980, quando Gonzaguinha recebe a notícia de que seu pai, já decadente, enfrenta dificuldades financeiras. Gonzaguinha vai a Exu, no sertão de pernambucano, para reencontrar o pai. Os dois tinham conflitos e nunca conviveram bem.
Começa ali uma emocionante sessão de lavagem de roupa suja entre pai e filho – e que serve também de fio condutor para o roteiro do filme. Gonzaguinha é filho da primeira mulher de Gonzagão, que morreu cedo. Foi criado por um casal de amigos do cantor, no Rio.
Gonzaga – de Pai para Filho faz parte das comemorações do centenário de Gonzagão, que nasceu em 1912 e morreu em 1989. Gonzaguinha, que nasceu em 1945, morreu logo depois do pai, em 1991, em um desastre de automóvel, durante turnê de um dos seus shows.
Gonzagão é um dos maiores nomes da música popular brasileira. Sua história é interessantíssima. Fugiu de Exu, bem jovem, ameaçado de morte por um coronel que não queria seu namoro com sua filha. Foi para Fortaleza, onde se alistou no Exército.
De Fortaleza, foi para o Rio, tocou e cantou em ruas, bares, até ser consagrado a partir dos anos 40. Seu sucesso foi enorme. Recebeu o título de “Rei do Baião”. Asa Branca, uma de suas inúmeras músicas, é considerada um símbolo do Nordeste.
Gonzagão é interpretado por mais de um ator, mas o maior destaque fica com um sanfoneiro, assim como o protagonista do filme, chamado Chambinho do Acordeon. Já Gonzaguinha é interpretado por Júlio Andrade – parecidíssimo com o cantor.
Gonzagão e Gonzaguinha têm duas personalidades bem deferentes. O pai é conservador, o filho é contestador – suas músicas têm forte conteúdo político contra a ditadura militar (1964-1985). O pai, ao contrário, tinha simpatia pelos militares.
Se não bastasse o roteiro bem elaborado do filme, as músicas, tanto de Gonzagão como as de Gonzaguina,  são excelentes. Os dois participaram de uma turnê, entre 1980 e 1981 – a primeira vez que os dois cantam juntos – no show “Vida de Viajante”.
Além das músicas do Gonzagão, como Asa Branca, as de Gonzaguinha, mais contemporâneas, emocionam e são um destaque à parte do filme. “Explode Coração”, “Sangrando”, “Grito de Alerta” e “Com a Perna no Mundo” são ótimas.
O Brasil festeja este ano o centenário de Gonzagão. Há comemorações por toda a parte. No último dia 5, a presidenta Dilma Rousseff homenageou o cantor, no Palácio da Alvorada. Bruno Silveira, o diretor do filme, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural.
Vele a pena ver este filme. Mesmo para quem está em São Miguel do Gostoso, vale dá um pulinho em Natal, para ver este filme. Veja, abaixo, links sobre o filme, bem como texto com títulos que Gonzagão recebeu em várias cidades do Rio Grande do Norte.





2 comentários:

  1. Belo filme, onde mostra a relaçao tensa entre o pai e filho, mais que se amam,

    Eu fico
    Com a pureza
    Da resposta das crianças
    É a vida, é bonita
    E é bonita...

    Viver!
    E não ter a vergonha
    De ser feliz
    Cantar e cantar e cantar
    A beleza de ser
    Um eterno aprendiz
    que saudade do gonzaginha

    gilson

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  2. O filme é uma verdadeira ópera nordestina. Linda fotografia, interpretaçòes primorosas e montagem eficientíssima. A plateia de todo o pa;is vem aplaudindo o filme após cada sessão. Merecidamente!

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