Por
Emanuel Neri
Há
fatos que marcam a vida de uma cidade pelo resto da vida. O
Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania (CDHEC), criado em
São Miguel do Gostoso em 2007, estimula o protagonismo e aponta o futuro para parte dos jovens da
cidade.
Fundado
pelo
então padre da cidade, Fábio dos Santos, o CDHEC acabou desembocando no Projeto
TEAR, que estimula a criatividade e a vocação artística dos jovens. Criou-se, a
partir daí, o grupo de teatro “Nós da Rua” (foto).
Este
maravilhoso trabalho, que é dirigido atualmente por Dominique Pastore, tem mudado – e vai continuar mudando - a vida de muitos jovens de São
Miguel do Gostoso.
Basta
passar, à tarde ou à noite, diante do TEAR, na avenida
dos Arrecifes, bairro do Maceió, para ver dezenas de jovens ensaiando peças
teatrais, participando de atividades culturais ou discutindo temas sobre seus
direitos como cidadãos.
Toda
esta atividade fez a cabeça de muitos jovens da
cidade. Uma delas foi Jane Dones, cuja história de superação já foi tratada
aqui neste blog (ver link abaixo). Outra jovem, Maria Iris Vital da Silva, tem
história igualmente interessante.
O
ativismo de Íris em direitos humanos acabou por leva-la a
Brasília, como integrante de um grupo de jovens do Rio Grande do Norte, para
participar 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
A
presidenta Dilma Rousseff participou deste evento, que foi
organizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Foi
uma experiência e tanto para Íris, que voltou disposta a mudar sua vida e a de
jovens da cidade.
Íris
é uma destas jovens de cabeça feita pela
experiência no CDHEC e no TEAR. “Aprendi o protagonismo juvenil agindo
conscientemente como cidadã”, afirma. Íris usa a cartilha dos direitos humanos
para traçar sua trajetória de vida.
“Busco
espaços para que nós jovens tenhamos voz e vez para
discutir, conscientizar e agir sobre todos os aspectos que nos rodeiam”, afirma
Íris. Para ela, essa busca se realiza a partir da experiência que adquiriu no
CDHEC e TEAR.
Muitos
jovens de São Miguel do Gostoso podem encontrar este
mesmo protagonismo que foi buscado por Íris. O ativismo em direitos humanos, o
TEAR e o grupo de teatro “Nós a Rua” são fundamentais para o futuro destes
jovens.
Isso prova que, havendo oportunidade, os jovens encontram
seu rumo.
Em tempo: a casa onde funciona o TEAR é cedida por
Gustavo Tittoto, paulista de Ribeirão Preto que mora na cidade.
Veja,
abaixo, história também de protagonismo de Jane Dones, outra jovem de São
Miguel do Gostoso, que também passou pelo TEAR.
É bom saber que em São Miguel do Gostoso é respeitada a Constituição Brasileira de 1988, onde se diz: Título 1,artigo primeiro, princípios fundamentais do país: "Exige que o direito do turismo resguarde a cidadania e a dignidade da pessoa humana". E Dos direitos Fundamentais(individuais e coletivos) - Título II
ResponderExcluirartigo quinto, inciso II: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei"; inciso VIII "ninguem será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção política ou filosófica"; artigo sexto:"são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, etc."
Muito bom mesmo o trabalho social que vem sendo feito nesta cidade, onde a maioria dos moradores são menores de idade.
Íris, você merece esse reconhecimento, e saiba que continuarei torcendo pelo seu sucesso, e se possível ajudá-la nessa caminhada, pois somos amigas e companheiras no teatro, na escola e na vida. Parabéns pelas suas belas conquistas e que seus sonhos continuem se realizando.
ResponderExcluirÉ interessante destacar que as jovens em destaque (Janicleide Dones e Maria Iris), frequentaram as escolas públicas do município, ao qual seu embasamento crítico, teorico e cidadã começou nas escolas publicas de São Miguel do Gostoso. Vale apena parabenizar os profissionais que fazem a educação desta cidade. O resutado obtido é fruto dos ingredientes e processos, prova disto é o aumento dos números do IDEB que só tendem a crescer.
ResponderExcluirPelo fato da ambas as jovens citadas terem frequentado as escolas públicas do município, não significa que todo o conhecimento adquirido tenha vindo da escola. Pelo contrário, o ensino da cidade (o estadual-Ensino Médio)é péssimo, a maioria dos professores não são qualificados (isso quando tem professores), contribuindo assim para um péssimo desenvolvimento escolar.
ResponderExcluirPorém, isso é mais uma prova de que, mesmo não tendo uma boa escola, as jovens buscaram conhecimento, seja através de livros, teatro etc., mas buscaram e continuam buscando, prova disto que elas estão aí!
Não são todos os jovens, com o ensino que é oferecido pelo estado, que buscam o conhecimento. Muitos deles, por falta de aprendizado e oportunidades, acabam sendo levados para outro caminho, por não terem paciência de frenquentar uma escola que, ao ver de muitos, não "vale a pena".
A Íris, ao terminar o ensino fundamental, buscou muito mais do que sua escola lhe oferecia. Ela estudava muito e, em muitas vezes, tentava aprender os conteúdos (básicos) sozinha, por falta de prefessores. O resultado deste grande esforço foi a aprovação dela no IFRN (Institudo Federal do Rio Grande do Norte) onde ela cursará todo o colegial, com um bom ensino (pena que o governo não paga um bom salário ao professores e eles acabam fazendo greve).
As duas já são consideradas vencedoras. Seus esforços tem dado, e continuará dando, ótimos resultados. Parabéns meninas! Que vocês colham os frutos que estão planatando.
É muito importante trabalhos como da ONG CDHEC, pois lutar pelos direitos humanos é promover a cidadania, e promover a cidadania é dar espaço para todos. Ariclenes que é o atual coordenador, Fábio dos Santos que era o padre do município e que foi o idealizador desse projeto, Dominique que é a tesoreira e que está sempre ajudando esse projeto crescer, Gustavo que é um colaborador muito importante para que esses projetos tenham um espaço, Felippo e Patrícia que foram os professores de teatro do grupo "NÓS NA RUA", e que também contribuiram para o desenvolvimento do CDHEC, e muitas outras pessoas que contribuiram e contribuem para que esse projeto tão importante continue plantando o protagonismo, que já teve belos resultados como de Janicleide e Maria Íris, e promovendo através dos direitos humanos, da cultura, da ecologia e da cidadania cursos como de jornalismo( que já produziu duas revistas denominada de GUAJIRÚ contando a história do município), de maquiagem que é muito importante para o teatro, de pintura, de dança (pastoril e boi de reis que já existiam no município mas com o apoio do CDHEC passaram a transmitir esses saberes da tradição para as crianças), de fotografia que o resultado final foi produzir os postais do município com o olhar dos jovens, e muitos outros. Com isso, percebemos a importância de projetos como esse que está tendo o reconhecimento que merece, pois as pessoas que participam dos projetos que são realizados por essa ONG, principalmente os jovens, com certeza terão uma história bonita para contar, e trilharão o caminho certo, pois a conscientização dos direitos humanos é muito importante para que todos nós entendamos nosso lugar na sociedade, tendo conhecimento dos nossos deveres e direitos. E essa ONG dar espaço para que os jovens possam expor suas opiniões, suas ideias, e com isso começam a surgir oportunidades como essa de Íris que foi para Brasília representando nosso estado para decidir e lutar pelos direitos da criança e do adolescente. A nossa sociedade nutre um preconceito muito grande com os jovens, mas em vez de criticar por que não dão oportunidade? Se houvesse mais espaço para os jovens na nossa sociedade muitos deles não estariam trilhando o caminho errado.
ResponderExcluirSó pra saber msm emanuel quando vc diz: Criou-se, a partir daí, o grupo de teatro “Nós da Rua” (foto). vc diz q a foto q esta a amostra é do grupo Nos Na Rua? pq se for ta totalmente enganado e vc precisa analizar as coisas, antes de postar foto de um grupo dizendo ser outro...caso eu esteja errado desculpa.
ResponderExcluirNossa... Temos tantos talentos que não são valorizados em nossa cidade, tantas conquistas de jovens que não são apoiados e notados. Que fica difícil provar que é possível ter uma nova visão do que notamos com frequência em nossa cidade, por atos de jovens mal intencionados. Fico grata pelo espaço para mostrar a conquista de jovens que a muito trabalha e onde eu fui mais um instrumento para essa realização, representado algo que acredito " que somos sim capazes de um ambiente mais agradável de se viver". Nós jovens só precisamos mais de estimulo. Apenas os pouco que trabalham querem a segurança que podem continuar...
ResponderExcluirObrigado, pelo espaço,
Com prazer digo "Nós na Rua" agradece!