Por Emanuel
Neri
Cegou a hora
de São Miguel do Gostoso mostrar
também suas qualidades no campo das artes. Nesta quinta-feira, dia 18 de junho,
às 20h, no Iasnin, será aberta a exposição Artezero, que contará com a
participação de dez artistas – a maioria nativos, mas há também alguns, que são de fora, mas que adotaram a cidade para morar.
O Artezero é
uma iniciativa da direção do Iasnin(Instituto de Ação Social Nilo e Isabel
Neri) que contou com a adesão imediata de artistas e designers de São Miguel do
Gostoso. A exposição vai de 18 a 21 de junho. O Iasnin fica na avenida dos
Arrecifes, 1691, centro de São Miguel do Gostoso.
Quem for ao
Artezero vai se surpreender com a qualidade e beleza de
obras expostas nesta mostra. Não é toda cidade, do porte de São Miguel do
Gostoso, que toma a iniciativa e reúne, em uma mesma exposição, trabalhos de
extrema criatividade. O Artezero é primeiro passo de outras exposições na
cidade.
São Miguel do Gostoso já viveu outras experiências com arte. Uma delas foi a pintura de muros da cidade (foto acima). Este trabalho, que reuniu vários artistas locais, foi feito em muros de vários bairros da cidade.
A idéia é
que o Artezero seja realizado duas vezes por ano. Uma mostra –
como a que vai acontecer esta semana – terá mais foco em artes plásticas e
design, que reúne mobiliário e luminárias. Em uma segunda fase, provavelmente
mais no final do ano, a nova versão do Artezero priorizará a arte popular
(artesanato).
O Artezero – tanto a
versão atual, de obras plásticas e design, como a de artesanato, a ser feita
ainda este ano – tem como objetivo despertar o interesse de crianças e jovens
da cidade para a arte. Por este motivo, as escolas da cidade estão sendo
convidadas para levarem seus alunos para ver a exposição.
Há trabalhos
incríveis no Artezero. Há aquelas obras que reproduzem a
beleza cultural e estética de São Miguel do Gostoso. Mas há também obras
curiosas, como a transformação de objetos simples, como bacias e cestos de
plásticos vendidos na feira da cidade, em peças bonitas e atraentes.
Dos artistas
nativos, dois destaques especiais. Um deles é Vinha, cujo
trabalho consiste na reprodução, em telas de madeira, de fachadas das casas
simples de São Miguel do Gostoso, que ela fotografa para depois reproduzir.
Muitos moradores vão reconhecer suas casas no trabalho de Vinha.
Outro
artista nativo é Renan, que pinta desde os 15
anos. O trabalho de Renan já passou por várias fases. Mas a cultura local – com
pescadores, homens da terra, potes – é o forte do seu trabalho atual. Renan
classifica sua atual obra como realista. Muitas pousadas da cidade já contam
com obras de Renan.
Mas há
trabalhos também do artista plástico Kiko Prado que, entre
muitas obras já feitas na cidade, há as pinturas (afrescos) no teto da Igreja
de São Miguel, padroeiro local. Kiko também foi responsável por pinturas na
Igreja do Reduto, distrito de São Miguel do Gostoso. Pousadas da cidade também
têm obras de Kiko.
A pintora
italiana Rox, que mora há oito anos no Brasil e três em São
Miguel do Gostoso, faz um trabalho belíssimo com a variação das cores da praia
e do mar local. Rox também reproduz cenários noturnos, sempre tendo como pano
de fundo as praias da cidade, com o reflexo da lua sobre as águas do mar.
Outro artista presente ao Artezero é Marlos, que
reproduz, com extrema habilidade, miniaturas de casas de taipa em quadros. No
campo do design, dois destaques: Gianella
faz belos móveis com madeira de demolição, enquanto Jupiara, que é arquiteta,
recicla pneus de trator para fazer poltronas de jardim.
Assim é o Artezero. Você não pode deixar de ver
esta ótima exposição de artistas de São Miguel do Gostoso. Talvez esta cidade
esteja dando, com esta exposição, o primeiro passo para se transformar em um
centro de referência em artes (plástica e popular) no Rio Grande do Norte e, quem
sabe, no Nordeste.
Parabéns aos organizadores pela iniciativa de prestigiar o artista local.
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