Por Emanuel Neri
E Jair Bolsonaro (PSL) será o novo presidente do Brasil.
Ele foi eleito neste domingo
(28/10) por 55,13% dos votos contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). Candidato
assumidamente de direita, autor de opiniões polêmicas contra minorias e ideias
conservadoras sobre a sociedade, Bolsonaro assumirá o Palácio do Planalto no
próximo dia 1 de janeiro de 2019.
Com exceção do Nordeste,onde perdeu
em todos os Estados, Bolsonaro ganhou em praticamente todo o restante do país.
Obteve 57,7 milhões de votos contra 47 milhões de Haddad. Foi uma diferença de
praticamente dez pontos percentuais (10 milhões de votos) em mais de 100 milhões de votos válidos.
Embora Bolsonaro tenha saído
vitorioso, não foi uma eleição fácil para ele. O Brasil saiu das urnas com quase a metade de eleitores que discordam do novo presidente, ou seja,
vão estar na oposição. Some-se a isso uma elevadíssima rejeição, de mais de
40%, carregada pelo novo presidente.
Agora é saber como Bolsonaro vai tratar uma série de questões
que assustaram muita gente durante a campanha. Por exemplo:
1)
Como Bolsonaro vai tratar, em seu governo, de minorias como negros,
gays, mulheres, nordestinos e índios que ele tanto atacou durante sua vida política e na campanha. E como vai tratar o tema ambiental?
2)
Como o novo presidente vai tratar
os grandes projetos sociais (bolsa família, por exemplo) e de políticas afirmativas (como cotas para negros e pobres em universidades) e ações para a população carente,
que foram adotadas nos últimos anos.
3)
Como Bolsonaro vai tratar a economia do país, que vive uma de
suas maiores crises dos últimos anos. E como vai pautar a saúde e a educação?
4)
Como o eleito vai se relacionar com o Congresso Nacional, com os
governadores eleitos por outros partidos e com o Judiciário. Vai se dobrar à
Constituição ou vai querer confrontá-la com seus atos? Enfim, vai saber conviver com a democracia?
Somente a partir do próximo ano,
com o início de seu mandato, o Brasil vai poder tirar muitas destas dúvidas.
Vamos aguardar.
No Rio Grande do Norte, a vitória
para o governo foi de Fátima Bezerra, do PT, que se elegeu com 57,6% (1,02
milhão de votos) contra Carlos Eduardo (PDT), com 42,4% (735 mil votos). Como
todos os demais Estados nordestinos, o RN deu ampla vitória para Haddad, que
ganhou com 63,41% de votos (1,131 milhão e votos).
Bolsonaro obteve 36,59%
(652,5 mil votos) no RN, diferença de mais de 650 mil votos em favor de Haddad. O
candidato do PT ganhou em praticamente todo o Estado. Já Fatima Bezerra superou
Carlos Eduardo por uma diferença de 287 mil votos. Fátima foi a única mulher eleita para governar
um Estado do Brasil em 2018.
Haddad e Fátima ganharam em praticamente todos os municípios do Rio Grande do Norte. As poucas exceções foram Natal e Parnamirim, onde Bolsonaro e Carlos Eduardo ganharam. A grande maioria dos demais municípios, entre eles Mossoró, segundo maior eleitorado do RN, a vitória foi de Haddad e Fátima.
Haddad e Fátima ganharam em praticamente todos os municípios do Rio Grande do Norte. As poucas exceções foram Natal e Parnamirim, onde Bolsonaro e Carlos Eduardo ganharam. A grande maioria dos demais municípios, entre eles Mossoró, segundo maior eleitorado do RN, a vitória foi de Haddad e Fátima.
E como votou São Miguel do Gostoso?
São Miguel do Gostoso também deu
grandes vantagens para Haddad e Fátima. O prefeito local, Renato de Doquinha,
apoiava Carlos Eduardo. Mas seu candidato perdeu para Fátima por 61,59% (3.496
votos) contra 38,41% (2.180 votos) do candidato do prefeito. A maioria de
Fátima foi de 1.316 votos.
Já o candidato a presidente pelo PT
obteve 72,81% (4.137 votos) em São Miguel do Gostoso contra 27,19% (1.545
votos) de Bolsonaro. A diferença favorável a Haddad foi de quase 2.600 votos. A
votação local de Haddad foi proporcionalmente maior em São Miguel do Gostoso (72,81%)
do que em todo o RN (63,41%).
Tanto no Brasil como no Rio Grande
do Norte a decisão já está tomada. Bolsonaro é presidente do país e Fátima Bezerra
é governadora do Estado. Cabe a todos os eleitores, favoráveis ou contrários
aos novos eleitos, respeitar o resultado das urnas.
Assim é a democracia – e assim ela
tem que ser respeitada.
Abaixo, links de reportagens sobre as eleições de 28 de outubro
de 2018.