Por Emanuel
Neri
Não há
dúvidas de que o serviço de saúde de São Miguel do Gostoso
melhorou na atual administração. No final da gestão anterior, o Posto de Saúde
estava em frangalhos, com obras inacabadas, e o atendimento funcionava em uma
prédio precário, na rua dos Dourados.
A atual
administração concluiu as obras e equipou o Posto de Saúde,
contratou novos médicos e entrou no programa Mais Médicos, que trouxe bons profissionais
cubanos para atender pelo Programa de
Saúde da Família. O sistema de atendimento de saúde também se expandiu para
dois bairros da cidade e distritos do município.
Mas ainda há problemas graves
no atendimento à saúde em São Miguel do Gostoso. Tais falhas devem-se
principalmente pela arrogância de alguns médicos – diga-se médicos brasileiros –
que destratam moradores que procuram o Posto de Saúde para atendimento.
Vejam o que aconteceu neste domingo (25/1).
Eram 17h do
domingo quando um morador foi ao principal Posto de Saúde
da cidade com febre alta, garganta inflamada e gânglios. A médica de plantão estava
sentada na porta do Posto de Saúde. Ao ser atendido pela médica, o paciente foi
surpreendido pela arrogância da médica.
“Aqui eu só atendo
emergência. Vou atender você porque hoje está calmo por aqui e eu estou
boazinha’, disse a médica.
É um absurdo que um
profissional de saúde, pago com o dinheiro público, trate um paciente desta
forma. A população de São Miguel do Gostoso – e isso vale para moradores de
qualquer cidade brasileira – tem que reagir a este tipo de abuso.
Os médicos
brasileiros são conhecidos pela ganância e arrogância com que
tratam órgãos públicos e pacientes, principalmente quem é de baixa renda. Foi
este um dos motivos que levou o governo federal a criar o programa Mais
Médicos, que hoje conta 15 mil profissionais, a maioria estrangeiros – só cubanos
são 11.500.
Os médicos
brasileiros se recusavam a atender municípios distantes dos
grandes centros urbanos. Preferiam ficar em seus escritórios de grandes cidades
e, quando aceitavam ir para cidades do interior, exigiam salários altíssimos. E
o pior é que estes municípios distantes são exatamente os mais pobres.
E por serem
pobres estes municípios não tinham condições de pagar os
altos salários exigidos pelos médicos. Com isso, a saúde em municípios pobres,
em especial os do Nordeste e o de comunidades indígenas, ficavam sem médicos.
Quando o governo criou o Mais Médicos houve uma gritaria dos médicos
brasileiros.
Conselhos de
Medicina e associações médicas do país se levantaram em pé
de guerra contra o governo brasileiro pelo fato de querer suprir a escassez
médica principalmente com profissionais de outros países. Um comportamento sem
dúvida egoísta e mercenário por parte dos médicos brasileiros.
Além da
reação infeliz das entidades médicas do país, houve cenas
explícitas de preconceito e racismo contra profissionais cubanos pelo fato de parte
deles serem negros. “Voltem para o seu país, escravos”, gritaram médicas
brasileiras, em Fortaleza, na chegada de médicos cubanos (foto) do programa Mais
Médicos.
Apesar disso, alguns
médicos ainda aceitam - e para isso são
muito bem pagos – trabalhar em cidades como São Miguel do Gostoso. Mas tratam
os pacientes com enorme prepotência, como foi o caso que aconteceu na cidade no
último domingo. Espera-se que a Prefeitura local tome providências contra estes
abusos.
Veja, abaixo, links para
a reação com que médicos brasileiros receberam seus colegas cubanos do Mais
Médicos, além de outras informações sobre este programa do governo federal.