Por Emanuel Neri
Cinco minutos de conversa com os médicos
cubanos Marlon Martinez e Raul Hernandez são suficientes para entender a
importância do programa Mais Médicos para o Brasil. Eles estão em São Miguel do
Gostoso, como integrantes do Mais Médicos, dentro do Programa de Saúde da
Família (PSF).
Marlon e Raul (foto) chegaram a São Miguel do
Gostoso há quase um mês e, por questões burocráticas do Mais Médicos, só
começaram a trabalhar há pouco mais de uma semana. Nos chamados "postinhos" de saúde em que trabalham, já começam a conquistar a simpatia da cidade. Em todo o Brasil, o
Mais Médicos tem o apoio de mais de 80% da população.
Não há dúvidas de que o Mais Médicos é
importantíssimo para a saúde dos brasileiros. Com algumas exceções, médicos
brasileiros preferem ficar em consultórios ou hospitais de grandes cidades sem
querer trabalhar em cidades do interior. Quando aceitam ir para o interior, geralmente só fazem isso se receberem salários altíssimos, dificultando a assistência básica à saúde da população.
Foi por este motivo que o governo brasileiro
abriu as portas para médicos estrangeiros. Mais de seis mil médicos do exterior
- principalmente cubanos, com mais de quatro mil - já estão trabalhando nos
lugares mais distantes do país. Só no RN, são 140 cubanos. Em São Miguel do Gostoso, há mais um integrante
do Mais Médicos, o italiano Paolo.
Quando se conversa com Marlon e Raul - o
mesmo ocorre com o italiano Paolo - entende-se que o governo acertou em cheio ao
convocar os médicos estrangeiros para o atendimento à população carente. Lugares do
Brasil que jamais tiveram médicos, como comunidades indígenas, hoje há médicos
cuidando com atenção muito especial da saúde do povo.
E pelo menos uma barreira que parecia mais
difícil, a do idioma, já foi superada. Marlon, Raul e Paolo, que é casado com
uma brasileira, já falam muito bem português. Os dois cubanos fizeram cursos
intensivos de português ainda em Havana, antes de vir para o Brasil. Ao chegarem a Brasília, fizeram
novos cursos de português. O idioma já não é mais problema.
Mas, além do idioma, o Mais Médicos ensina
aos profissionais temas fundamentais da saúde do brasileiro. Eles
aprendem tudo sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), as
doenças que mais afetam os brasileiros, as causas mais frequentes de óbitos,
noções básicas sobre atendimento às famílias e noções básicas sobre medicamentos mais usados no Brasil.
É por isso que o foco desses médicos é o
Programa de Saúde da Família. Além do atendimento em postos de saúde, eles
fazem visitas a residências para diagnosticar doenças mais recorrentes da
população. Isso se chama atendimento a famílias e à comunidade de
forma integrada.
Nestas visitas domiciliares, estes médicos do
PSF/Mais Médicos podem identificar, por exemplo, doenças provocadas por
descuido com a higiene, por problemas com o lixo, por maus hábitos alimentares
e falta de exercícios físicos. A tarefa principal destes médicos é mudar
estilos e hábitos de vida da população.
Consultas mais longas
O atendimento do paciente, nos postos de
saúde, também é fundamental. Ao contrário de parte de médicos brasileiros do
SUS, em que o contato com pacientes dura poucos minutos, integrantes do Mais
Médicos gastam mais tempo em consultas, demorando 20 minutos ou mais.
“É importante uma conversa mais longa com o
paciente. Precisamos ter mais informação sobre a doença. Também é importante
apalpar o paciente, fazer um melhor exame clínico. Isso transmite confiança,
afeto, segurança e é uma ferramenta importante para o diagnóstico da doença”,
diz o cubano Marlon.
Também a forma de indicar medicamentos aos
pacientes é importantíssimo. “Falamos devagar e voltamos a repetir. O mais
importante é que o paciente saia do consultório sem dúvidas”, diz Marlon. “Além
de explicar, gosto de escrever, com letra bem legível, para que o paciente
entenda o que está escrito”.
Com o pouco tempo em São Miguel do Gostoso,
os médicos cubanos já identificaram que hipertensão e diabetes são as doenças
mais comuns da população. “Além de medicamentos, estas doenças podem ser
enfrentadas com mudanças de hábitos na alimentação e exercícios físicos”, diz
Marlon.
“Explicamos isso aos pacientes
principalmente nas visitas domiciliares”, afirma Raul. Outro problema já
identificado pelos cubanos é a gravidez precoce de adolescentes. “Esta é uma
questão cultural que temos que enfrentar. O contato com as famílias é
fundamental para enfrentar isso”.
Agora, uma pergunta. Se o Mais Médicos é
importante para a saúde do brasileiro – e tem amplo apoio da população – qual o
motivo de tanta resistência das entidades médicas e da mídia contra o programa?
No caso dos médicos, era um interesse corporativista, de preservação de
mercado.
Sem os médicos estrangeiros, os
brasileiros teriam sempre salários maiores. Havia médicos no interior do país
que já estavam ganhando mais de R$ 30 mil por mês para poucas horas de trabalho. Um absurdo para
cidades pobres. No caso da mídia, é porque há uma corrente contra a tudo que é
feito pelo governo.
estou muito feliz com os novos medicos acho que agora a saude vai melhorar no atendimento no posto porque já precisei por 2 vezes e na ocasiao nao havia medicos fiquei muito chateada pois tive que ir pra Touros agora vai ser bem melhor espero que continue assim
ResponderExcluirnão esqueçam do principal médicos na urgência.
ResponderExcluirGilson
ResponderExcluirConheci os medicos cubanos Marlon e Raul, me pareceu profissionais bastantes sérios, éticos e ciente da sua missão no Brasil.
Compete a nós cidadãos de SMG recebe-los com muito carinho, pelos seus trabalhos em salvar vidas em regiões tão distantes saíram de tão longe, deixaram suas famílias, para atender ao brasileiros que dependem da rede pública da saúde no Brasil.
Rendo as minhas homenagens a esses profissionais da saúde.
Bem vindo a todos os médicos que dedicam a sua profissão pelo povo brasileiro. Parabenizo a Presidenta Dilma pelo Programa mais Médico.
Esses médicos deveriam receber o seu salário que tanto merecem e fazem por onde. A população de Gostoso sabe muito bem que o suor deles vai para o governo de Cuba eles recebem uma miséria. Publico isto para que o povo os respeitem ainda mais.
ResponderExcluirClésio Alexandre ( Assentamento de Gostoso)
O programa mais médicos poderia facilmente ser implementado sem a importação de profissionais. Hoje temos médicos brasileiros suficientes para atender a demanda. O problema é que os médicos não querem atender pelo PSF porque não tem a menor garantia de que receberão seus pagamentos. Com o mais médicos é diferente, pois o governo federal assumiu o compromisso do pagamento, por isso que em algumas cidades os prefeitos estão demitindo os médicos do PSF para ficar com os do mais médicos. Agora pergunto: se no PSF havia contrapartida da prefeitura para pagamento do salário do médico, o que não ocorre com o mais médicos, então onde está indo parar o dinheiro que a prefeitura usava na contrapartida?
ResponderExcluirYO CONOZCO A ESE MÉDICO ES MI AMIGO SALUDOS DESDE VENEZUELA. DIOSELIN....................!
ResponderExcluirSaludos para esa princesa,un beso y un abrazo para ti ,desde san Miguel de Gostoso, te amo dioselin
ResponderExcluirOk papá de Dioselin gracias por tanto amor, se lo haré saber
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