Por Emanuel
Neri
A
mídia brasileira ignora, de um modo geral, programas sociais que beneficiam o povo. É como
se, para jornais, rádios e TVs, só interessassem tragédias e crises econômicas.
Mas vez por outra um jornalista mergulha no chamado Brasil profundo e
descobre um país totalmente desconhecido.
É
o que
aconteceu com o jornalista Vinícius Torres Freire, da Folha
de S. Paulo. Em uma viagem ao interior do Nordeste (leia abaixo), ele descobriu os
ônibus do programa “Caminho da Escola”, mais conhecidos por “ônibus amarelinhos” (foto), que atuam em
mais de 4.700 cidades brasileiras, transportando mais de 1 milhão de crianças para as escolas.
Vinícius diz sentir vergonha por
desconhecer o “Caminho da Escola”. Como este jornalista, muitos brasileiros
desconhecem não só este programa social, como tantos outros do governo federal,
como Pronatec, Programa Crescer, Pronaf, que trazem muitos benefícios para a
população pobre do país.
O Brasil precisa conhecer este “Brasil
invisível”, como chamou Vinícius em seu oportuno artigo da Folha (edição do domingo, 8/12). E a mídia precisa abrir espaço em
suas páginas de notícias para programas sociais do governo federal que mexem, na maioria das vezes para melhor, com a vida da população.
Conhecer o “Brasil invisível” é
importante, até para poder entender melhor o que passa na cabeça do brasileiro mais simples (e mais pobre) na
hora de escolher este ou aquele partido para governar o país. O Brasil mudou
muito nos últimos anos, mas parte da grande mídia faz questão de ignorar estas mudanças.
Veja, abaixo, artigo do jornalista
Vinícius Torres Freire:
08/12/2013 - 02h00
Lá no Brasil invisível
Em uma viagem pelo interior mais pobrezinho do
Nordeste, este jornalista deu com uma cena que então parecia meio exótica.
Crianças alimentadas, numa barulheira alegre, lotavam um ônibus escolar amarelo
como aqueles de filme americano, mas estalando de novo.
De onde saíra aquilo? Na lataria, estava escrito:
"Programa Caminho da Escola - Governo Federal". O jornalista confessa
com vergonha que até este ano jamais ouvira falar do "Caminho da
Escola". Além do mais, tende a desconfiar de que alguns desses programas
com nomes marqueteiros sejam ficções, que existam apenas naquelas cerimônias
cafonas de anúncios oficiais.
O "Caminho da Escola", porém, financiou
quase 26 mil ônibus desde 2009, em mais de 4.700 cidades. Digamos que os ônibus
carreguem 40 crianças cada um (deve ser mais). Dá mais de 1 milhão de crianças.
Conhecendo a falta de dinheiro e as distâncias das escolas nos fundões do país,
isso faz uma diferença enorme.
Daqui do centro rico de São Paulo, o Brasil, esse
país longínquo, e muitas ações do governo parecem invisíveis. Quase ninguém
"daqui" dá muita bola para programas populares dos governos do PT até
que o povo miúdo apareça satisfeito em pesquisas eleitorais.
Juntos, tais programas afetam a vida de dezenas de
milhões de pessoas, tanto faz a qualidade dessas políticas, umas melhores,
outras nem tanto, embora nenhuma delas seja nem de longe tão ruim quanto a
política econômica.
Quem "daqui" conhece o Programa Crescer
(Programa Nacional de Microcrédito)? Existia desde 2005, foi reformado por
Dilma Rousseff em 2011, quando passou a contar com crédito direcionado e juro
baixo, ora negativo (5%, abaixo da inflação).
O Crescer já financiou o negociozinho de 3,5
milhões de pessoas, um terço delas recipientes de Bolsa Família. Tem uma versão
rural, mais antiga, mas vitaminada nos governos do PT, o Pronaf, que ofereceu
crédito a juro real ainda mais baixo a 2,2 milhões de agricultores pequenos na
safra 2012/13.
O Pronatec já é mais falado, mas pouco conhecido
(até mesmo pelo governo, que só agora começou a fazer uma avaliação de
resultados). Irmão mais novo e em geral grátis do universitário Prouni, trata-se
de um conjunto variadíssimo de ações que procura oferecer cursos
profissionalizantes e técnicos (ensino médio).
Desde sua criação, foram mais de 5 milhões de
matrículas (há evidências esparsas de grande evasão, de uns 20%, mas ainda
falta estatística séria). A maioria das vagas é reservada para os mais
deserdados dos brasileiros.
Reportagem desta Folha mostrou que os 13 mil
médicos do Mais Médicos devem estar ao alcance de cerca de 46 milhões de
pessoas no ano que vem. Não é uma política ampla de saúde, está claro. Mas,
outra vez, vai resolver muito problema de muita gente deserdada desta terra.
O Minha Casa, Minha Vida já entregou 1,32 milhão de
casas; tem mais 1,6 milhão contratadas. Beneficia 4,6 milhões de pessoas.
Junte-se a isso tudo as já manjadas transferências
sociais, em dinheiro, crescentes em valor e cobertura. É muita gente "de
lá" beneficiada. Goste-se ou não do conjunto da obra, o efeito social e
político é enorme.
A gente "daqui" precisa visitar mais o
Brasil.
Esse é o Brasil invisível mesmo, ônibus da Educação servindo para outras finalidades, e daí por diante.
ResponderExcluira prefeita levou os idosos num onibus desses vcs não lembram e ai emanoel ela estar certa ou aqui também e invisivel.
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