sábado, 29 de junho de 2013

Crise no país abala imagem de Dilma, mas propostas dela, como o plebiscito, chegam a 68% de aprovação



Por Emanuel Neri
Quem acompanhou as notícias sobre o Brasil nas duas últimas semanas, sabe que um furacão passou pelo país. As manifestações ocorridas em praticamente todos os Estados colocaram o país de cabeça para baixo. Muita coisa aconteceu no Brasil neste período - e muitas outras podem ocorrer.
Os protestos começaram contra o aumento do transporte urbano, mas descambaram depois para outras questões, como saúde, educação, combate à corrupção, segurança pública e reformas políticas. A presidenta Dilma Rousseff foi uma das mais abaladas por este furacão de protestos que tomou conta do país.
Embora tenha saído a campo, propondo cinco pactos para atender às reivindicações das ruas, Dilma foi cruelmente massacrada pela mídia. É como se ela fosse a única responsável por todos os problemas do país – e que estavam no foco dos protestos.
Alguns exemplos. Transporte público é atribuição de prefeitos e governadores. Segurança pública é com governadores. Saúde e educação são de responsabilidade  de governadores e do governo federal. Mas o mundo desabou nas costas de Dilma.
Foram dias e dias de massacre da mídia em cima da presidenta da República. E esta artilharia pesada não parou ainda. Mesmo os cinco pactos propostos por Dilma para enfrentar a crise continuam sendo duramente atacados nos meios de comunicação.
O resultado de todo este massacre é o desabamento da imagem de Dilma. Pesquisa feita pelo Datafolha no calor dos protestos aponta que a aprovação da presidenta caiu mais de 25 pontos – de 57% para 30%. A intenção de votos nela para a eleição de 2014 também caiu.
Mas a população apoia grande parte das medidas sugeridas por Dilma para debelar a crise. O plebiscito proposto por ela para que o brasileiro se manifeste sobre pontos da reforma política tem o apoio de 68% da população. A mídia e a oposição não apoiam a proposta.
Este plebiscito serviria para forçar o Congresso a mudar a cara política do Brasil. Deputados e senadores, principalmente os mais conservadores, discordam de qualquer mudança nas atuais regras do jogo. Não querem perder seus privilégios.
Um plebiscito poderia, por exemplo, impedir que o financiamento de campanhas eleitorais continuasse a ser feito por empresários. Este processo vicia o processo político, pois, quando o candidato se elege, quem o financiou vai cobrar a fatura.
Para evitar esta distorção, há setores políticos – inclusive do governo federal – que defendem o financiamento público das campanhas eleitorais. Isso daria mais transparência ao processo eleitoral. Mas a mídia e a oposição discordam da medida.
A presidenta Dilma enviará ao Congresso na próxima semana uma relação de temas que podem ser objetos da consulta no plebiscito. Uma delas é a troca do modelo de votação atual pelo distrital, em que o deputado é votado só em determinadas regiões.
Há ainda a questão da proporcionalidade do voto. Como o número máximo de deputados por Estado é 70 e, o mínimo, oito, os eleitos dos Estados mais populosos, como São Paulo, precisam de mais votos do que os de Estados menores, como o Acre, por exemplo.
Além do plebiscito, Dilma também propôs medidas que foram imediatamente aprovadas pelo Congresso (foto). Uma delas era a que destinava 100% dos royalties do petróleo para a educação. O Congresso aprovou 75% para educação e 25% para saúde.
Outra proposta de Dilma, a que qualifica a corrupção como crime hediondo – igual ao sequestro e estupro – também foi aprovada. O crime hediondo não permite fiança para que o acusado responda em liberdade. E as penas para prisão foram ampliadas.
Dilma já havia desonerado impostos como o de óleo diesel – e pediu que os governadores  fizessem o mesmo com outros componentes do transporte  público - para que as tarifas pudessem ser reduzidas em todas as cidades. As tarifas já caíram.
É isso. A crise é de todos – presidência, governadores, prefeitos, deputados e senadores. Mas parece que só a presidenta Dilma vai pagar o pato pelo descontentamento da população. Tudo isso por causa do tiroteio da mídia em Dilma.
Agora já não se sabe mais qual será o desfecho da crise e nem mesmo da eleição presidencial de 2014, que até antes da crise caminhava tranquilo par a reeleição de Dilma. É preciso esperar os próximos meses para saber o que vai acontecer com o Brasil.
Veja, abaixo, links para entender melhor medidas aprovadas pelo Congresso, por sugestão de Dilma, bem como a aprovação do plebiscito pela população. Veja ainda post deste blog sobre os cinco pactos propostos por Dilma para acabar a crise.

3 comentários:

  1. que historia e essa hoje ele nao ganharia no primeiro turno pesquisa da datafolha

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  2. O Brasil está de cabeça pra baixo faz muuuuuuuuuuuuuuito tempo, e pode acreditar que não foram as manifestações que o colocaram nessa posição, e sim a politicagem que existe neste país. Mais graças as manifestações o " BRASIL" vai colocar a cabeça pra cima.

    Mas você Emanuel, se mostra mais preocupado com o futuro de Dilma do que com a do país.

    Porque heim?

    Deve ser por que não precisar usar o SUS, não estuda em escola pública e tem dinheiro pra pagar vigia.

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  3. É preciso mudança esse Governo que está aí já era, o povo Brasileiro sabe muito bem que quem chegar lá fará muito mais do que estão aí a quase 10 anos no poder.

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