Por
Emanuel Neri
Querem
uma novidade da campanha para
prefeito de São Miguel do Gostoso no próximo ano?
O
ex-prefeito Miguel Teixeira, que
deve tentar mais um mandato para dirigir o município, está fazendo acenos ao
também concorrente Francisco dos Anjos, o Tiquinho (na foto, à direita), também pré-candidato à
eleição. Na estratégia de Miguel, Tiquinho poderia ser seu candidato a vice,
fortalecendo sua candidatura para 2020.
Derrotado
na última eleição, em
2016, pelo atual prefeito Renato de Doquinha, Miguel deve contar com o apoio da
governadora Fátima Bezerra (PT) na disputa do próximo ano. Com isso, sua candidatura
ganha musculatura política. Mas será mais forte, sem dúvidas, se tiver Tiquinho como
vice.
Embora
tenha seu nome como pré-candidato
para 2020, Miguel não sabe ainda se poderá concorrer à eleição. Isso vai
depender de processo judicial contra sua última administração, na qual sofreu
revezes em julgamento judiial de primeira instância. Se voltar a perder em segunda instância, ele se
tornará inelegível para 2020.
Se
isso acontecer, segundo
pessoas com que este blog conversou, Miguel lançará o nome de sua mulher, Elba,
para concorrer em seu lugar. Especialmente neste cenário, nada melhor do que
ter um nome forte, como o de Tiquinho, para compor a chapa. Embora jovem,
Tiquinho tem razoável peso eleitoral.
Atuante
na área de assistência social
das últimas administrações municipais – a de Fátima Dantas, encerrada em 2015,
e na de Renato de Doquinha, quando foi demitido por admitir, há alguns meses, ser candidato
a prefeito, Tiquinho diz que não abre mão, sob nenhuma hipótese, de sua candidatura
na próxima eleição.
Mas
os cenários políticos mudam
rapidamente, de acordo com estratégias e interesses dos candidatos. Embora Tiquinho
jure que não abre mão de sua campanha, há quem acredite, entre os aliados de
Miguel, que talvez, mais adiante, ele se alie ao ex-prefeito, garantindo o apoio a propostas de sua campanha, além do cargo de vice.
Tiquinho
usa como estratégia o
fato de ser o “nome novo” na política local. Jovem, com certa habilidade
política e articulado em alguns setores da comundiade, ele diz que “jamais” abrirá
mão de ser “cabeça de chapa” na próxima eleição. Se aceitasse ser vice, analisa, haveria
desgaste em seu próprio grupo.
Neste
caso, é dar tempo ao
tempo para ver o que acontece até a definição das chapas, especialmente a de Miguel Teixeira.
Mas
o fato é que a candidatura de
Miguel (ou de Elba), tendo Tiquinho como aliado (seja como vice ou até, mais difícil, na cabeça da chapa), torna-se uma alternativa bastante viável, principalmente
com o apoio da governadora Fátima, a quem apoiou, ao contrário de Renato, na última
eleição para o governo.
Mas
o atual prefeito tem peso
político, embora tenha uma eleição dura pela frente. Renato conta com o apoio
de cinco dos quatro vereadores da atual formação da Câmara Municipal – Miguel é
aliado dos outros quatro.
Para
se eleger prefeito em 2016, Renato
teve o apoio do ex-prefeito João Wilson, que foi fundamental para sua vitória. Sem
isso, dificilmente teria sido eleito. A dúvida é saber de que lado fica João
Wilson na próxima campanha. Rompido com Miguel, pode apoiar Renato, fortalecendo
o nome do atual prefeito.
Se
isso ocorrer, haverá uma
polarização entre as correntes políticas de Miguel Teixeira e de Renato de
Doquinha. João Wilson não sinalizou ainda se vai manter seu apoio ao prefeito. Importante
lembrar que sua mulher, Fátima Dantas, ex-prefeita, tem bom relacionamento político com
Tiquinho, que foi seu secretário.
Outro
nome no páreo é o de Jubenick
Pereira, que tenta viabilizar seu nome para a Prefeitura. Jubenick foi vereador
pelo PT, mas na última eleição não conseguiu se reeleger. Hoje trocou de
partido, está no Solidariedade, mas ainda não demonstrou força suficiente para a
disputa do cargo de prefeito na eleição de 2020.
Então,
é isso. Miguel acena
para que Tiquinho seja seu vice, que jura manter sua candidatura na “cabeça da
chapa”. Renato, por ser o atual prefeito e ter o controle da máquina pública,
tem peso eleitoral que não pode ser desprezado. Tiquinho e Jubenick correm por
fora, tentando se viabilizarem.
Mas
o resultado da eleição,
ainda incerto, vai depender muito dos acertos políticos que serão feitos nos
próximos meses.