Por Emanuel Neri
Ou o Brasil controla a direita
raivosa responsável por atos fascistas que têm pipocado, nos últimos dias, em
várias regiões do país ou, nos próximos meses, em especial na campanha
eleitoral deste ano, viveremos uma carnificina sem precedente na historia
brasileira.
Na noite da última terça-feira
(27/3) a caravana do ex-presidente Lula, que está visitando atualmente Estados
da região Sul do país, foi atacada a tiros em uma estrada do Paraná. Foi um ato
covarde que tinha como objetivo assassinar o ex-presidente. Felizmente ninguém
saiu ferido.
Os tiros disparados por esta
milícia armada, que antes atacava com pedras, paus e ovos podres a caravana de
Lula, desde que ela foi iniciada, há uma semana,desta vez atingiram apenas a
lataria de dois ônibus (na foto, marcas de tiros no ônibus). Um dos ônibus atingidos levava jornalistas brasileiros
e estrangeiros que acompanham a caravana de Lula.
Aonde estes radicais raivosos de direita querem chegar com
seus ataques?
O que ocorreu com a caravana
de Lula no Paraná foi um atentado político gravíssimo que poderia trazer sérias
consequências para o Brasil. E se Lula ou algum jornalista de sua comitiva
tivesse morrido, atingido pelos tiros? O Brasil mergulharia numa grande crise
política e provável convulsão social.
E o pior é que o atentado a tiros contra Lula contou com a
omissão das autoridades federais e do governo do Paraná. O PT havia pedido
reforço policial ao ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública. O governo do
Paraná também foi alertado. Nenhum esquema foi montado para evitar uma
tragédia.
As cenas que precederam o atentado
a tiros contra a caravana do ex-presidente foram exibidas exaustivamente pelas
redes sociais, enquanto a imprensa tradicional, TV Globo à frente, dava um tom
de neutralidade e de disputa política a uma tragédia anunciada que aconteceria
a qualquer momento.
E esta tragédia por pouco
não aconteceu.
Se os criminosos políticos tivessem
obtido êxito, seria o segundo crime político em menos de duas semanas no Brasil.
No último dia 14 de março, a vereadora negra Marielle Franco, do PSOL do Rio de
Janeiro, foi brutalmente assassinada. Marielle denunciava a violência da
policia contra negros e pobres em favelas do Rio.
O crime político está por toda
parte. Nem alvos que não são políticos são poupados.
Na tarde da segunda-feira, um ônibus
da Viação Catarinense, que levava passageiros de Santa Catarina para o Paraná,
foi atacado a pedras e paus. Seus vidros foram quebrados e o ônibus, com
passageiros apavorados, teve que parar na estrada. Os bandoleiros pensavam que
Lula estava no ônibus.
E o pior é que boa parte dos ataques deste tipo foi presenciada pela polícia do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná sem que
medidas repressivas tenham sido adotadas para evitar esta prática de bangue bangue de faroeste. Há
relatos de que, em algumas situações, os policiais ficavam sorrindo diante
destas cenas de brutalidade política contra a caravana de Lula.
Era o prenúncio de que algo
muito mais grave estava para acontecer.
O ódio político sempre aconteceu
no Brasil. Foi ele o responsável pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas, em
1954. Mas acreditava-se que a chegada da democracia, depois dos anos sombrios da
ditadura militar, fosse acalmar esta fúria. Nada disso aconteceu. O ódio
cresceu muitos nos últimos anos no país.
E a última escalada deste ódio
ocorreu com a eleição de Lula para a Presidência da República, em 2002. Alguns
setores da população jamais aceitaram que um nordestino, de origem muito pobre
e sem escolaridade, chegasse à Presidência. Setores do Judiciário e da mídia
contribuíram para este ódio a Lula.
Em 2016, com o golpe parlamentar que destituiu Dilma Rousseff da
Presidência, este ódio político voltou a crescer. E aumentou de intensidade com
a inabalável liderança de Lula no Brasil. Se seus passos não forem injustamente
barrados pelo Judiciário - até agora não foram apresentadas provas de atos ilegais do ex-presidente -, Lula se elege novamente presidente.
A direita raivosa e fascista não aceita
a volta de Lula ao comando do Brasil. E aí se armou de pedras e paus para atacar
o ex-presidente e sua caravana pelas estradas do Sul do país. Não satisfeita com isso, agora atacou com tiros
a mesma caravana, por pouco não provocando uma enorme tragédia nacional.
É claro que, só com a gravidade
do atentado, a mídia brasileira se deu conta de que deveria tratar o fato com
mais seriedade, dando mais espaço para tratar o crime. O ataque a tiro contra Lula
também teve grande repercussão na mídia internacional.
Veja, abaixo, links com repercussão na mídia sobre o atentado
político da Lula.