segunda-feira, 25 de abril de 2016

Bossa & Jazz será em maio. São Miguel do Gostoso vai conhecer grandes artistas nacionais e internacionais



Por Emanuel Neri
Imagine um show que vai ter, de um lado, a pianista e cantora Leila Pinheiro e, do outro lado, o violonista e compositor Roberto Menescal. Isso é o que se pode chamar de show da fina flor da música brasileira.
Pois se prepare porque este show será uma das principais atrações do Fest Bossa & Jaz que será realizado de 27 a 29 de maio, em São Miguel do Gostoso. Além de Leila e Menescal (foto acima), a versão 2016 do Bossa & Jazz na cidade terá muitas outras atrações, entre elas o soul music americano Willie Walker.
O Fest Bossa & Jazz é um dos eventos que mais atrai gente para São Miguel do Gostoso. E este ano ele vem modificado. Primeiro, não mais será realizado em agosto, como em 2015, para não concorrer com o mesmo evento em Pipa e Natal. Depois, ao contrário do ano passado, este ano ele será realizado na sexta, sábado e domingo.
No ano passado, o Bossa & Jazz de São Miguel do Gostoso foi realizado num final de semana de agosto. No meio da semana seguinte o evento foi em Natal, enquanto no final de semana seguinte foi em Pipa. Isso fazia com que parte do público tivesse que optar por uma ou outra cidade, para evitar maiores gastos.
Tem outra vantagem quando se compara o Bossa & Jazz deste ano com o do ano passado. Por ser separado do de Pipa e Natal, ele vai ter uma programação própria. Será diferente até mesmo do Bossa & Jazz que, pela primeira vez, será realizado na cidade de Mossoró, dias 25 e 26 de maio.
E este ano o Bossa & Jazz vem no período de maior baixa estação de São Miguel do Gostoso – os meses de maio e junho são os mais fracos para o turismo local. O Bossa & Jazz vai fazer com que todas as pousadas e restaurantes da cidade fiquem cheios por três dias, na baixa temporada.
Por este motivo, é muito importante que a rede hoteleira e de restaurantes de São Miguel do Gostoso colabore com este evento. A direção do Bossa & Jazz vai necessitar que as pousadas cedam alguns dos seus aposentos para hospedar os artistas e produção do festival. É muito importante esta colaboração de todos com o evento.
Se o Bossa & Jazz é importante para a cidade, a rede de turismo local tem que ajudar na realização deste festival. No ano passado, o Bossa & Jazz ocupou praticamente todas as pousadas da cidade. Restaurantes e bares ficaram igualmente cheios. O comércio também faturou alto com este evento.
Se é bom para São Miguel do Gostoso, o Bossa & Jazz também será bom para toda a economia local, em especial para a rede hoteleira e de restaurantes. Se todos colaborarem, todos vão faturar mais e o Bossa & Jazz vai se consolidar como um dos maiores eventos da cidade – e feito em plena baixa temporada.
O lançamento do Bossa & Jazz/2016 será no dia 4 de maio, no Centro de Cultura de São Miguel do Gostoso. Em seguida, haverá um coquetel, em um dos estabelecimentos locais, para organizadores do evento e jornalistas. A Prefeitura de São Miguel do Gostoso é uma das patrocinadoras deste evento.
Este ano, ao contrário do que ocorreu no ano passado, ambulantes locais poderão montar suas barracas na área do evento, na praia da Xepa. Mas é necessário que ambulantes interessados se inscrevam na Prefeitura. Como em 2015, a organização do evento trará à cidade “food trucks”, carros com comida e bebidas.  
Mas o mais importante do Bossa & Jazz/2016 é a sua programação. Leila Pinheiro é uma excelente cantora, enquanto Roberto Menescal é um dos fundadores da Bossa Nova, ao lado de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Menescal é o autor de “O Barquinho”, um dos clássicos da bossa nova. Grandes intérpretes brasileiros, como Elis Regina e Nara Leão,já gravaram suas músicas.
Já Willie Walker é o que se pode chamar de lenda viva da soul music americana - gênero musical que surgiu entre os negros, no final da década de 50, e que é considerado uma fusão dos estilos Rhythm and Blues e Gospel, música de origem religiosa. A soul music também é conhecida entre os negros americanos por “soul food” (comida da alma).
O Bossa & Jazz de São Miguel do Gostoso vem com muitas outras atrações.  Uma delas é o do gaitista e compositor Flávio Guimarães, pioneiro do blues no Brasil e fundador da banda Blues Etílicos. Mas o restantes da programação do Bossa & Jazz, com dia e horários de shows, só será conhecida no dia 4 de maio.
Mas é fato que o Bossa & Jazz deste ano em São Miguel do Gostoso será muito melhor do que o do ano passado. E vai dar visibilidade e atrair mídia positiva para a cidade. A InterTVCabugi é parceira do evento. Além da cobertura, com reportagens, este canal de TV (Globo) também divulgará anúncios sobre o Bossa & Jazz em sua programação.
Nos links abaixo, você vai conhecer os trabalhos de Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Willie Walker e Flávio Guimarães, inclusive com vídeos de músicas executadas por estes excelentes músicos.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Direita venceu e deu primeiro passo no golpe contra Dilma. Mas deixou um rastro de horrores na votação



Por Emanuel Neri
OK, a direita venceu. Mas foi grotesco o espetáculo que se viu domingo passado na Câmara dos Deputados, na aprovação da admissibilidade do afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT). Além de grotesco, foi um espetáculo circense – ou um verdadeiro festival de horrores.
O pedido de impeachment de Dilma foi aprovado por 367 deputados – para aprovar bastariam 342 votos. Agora, o processo vai para o Senado, que também julgará o pedido de afastamento da presidenta. Se passar no Senado, Dilma se afasta do governo por 180 dias, para que haja o julgamento final.
Mas o que sobrou da votação que deu o primeiro passo para o golpe que pode acabar no afastamento de Dilma, eleita em 2014 com mais de 54 milhões de votos?
Para início de conversa, o que de pior aconteceu foi o golpe contra a democracia. Não se afasta uma presidenta sem uma acusação forma de crime de responsabilidade. E não há nenhum crime praticado por Dilma. Então o que houve foi mesmo um golpe. Contra Dilma e, mais grave ainda, contra a democracia brasileira.
A votação que terminou na aprovação do afastamento de Dilma vai ficar marcado na história como um dos piores espetáculos políticos do Brasil. Durante quase cinco horas de votação, ocorreu de tudo no plenário da Câmara dos Deputados.
“Pela minha família, pela minha mulher, pelos meus filhos, pelos meus netos, por Deus, pela nação evangélica, pela Bíblia, pelos corretores de seguro, pela minha Igreja... voto sim”, foi o que mais se ouviu durante a votação.
Um dos momentos mais horripilantes foi o do voto do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que prestou homenagem ao coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Este torturador, que o Brasil devia riscar de sua memória, foi um dos militares que, durante a ditadura, torturou barbaramente Dilma.
Até hoje Dilma, que ao ser presa tinha apenas 19 anos, sofre sequelas das torturas que sofreu deste torturador. Além das torturas, Dilma levou soco de Ustra que quebrou seus dentes e  mandíbula.
Por isso mesmo Bolsonaro fez questão de homenagear Ustra. Muita gente no Brasil foi vítima daquele torturador. Ustra era cruel com os presos políticos da ditadura militar (1964-1985). Torturava mulheres na frente dos filhos. Introduzia ratos em vaginas de mulheres grávidas. Matou inúmeras pessoas.
O mesmo Bolsonaro referiu-se ao deputado Jean Willys (PSOL-RJ), que é gay, com xingamentos homofóbicos. Em troca, Willys cuspiu na cara de Bolsonaro. Willys recebeu milhares de apoio, inclusive da torcida do Corinthians, quarta-feira à noite, em São Paulo, durante jogo pela Taça Libertadores da América.
“Cuspa por nós”, respondeu a torcida corintiana, em um enorme painel humano, formado por milhares de pessoas.
Mas o circo de horrores não parou aí. A deputada Raquel Muniz (foto acima), do  PSD de MInas, fez questão de citar seu marido, prefeito de Montes Claros (MG), como exemplo  de homem honesto, ao votar “sim”. No dia seguinte, seu marido foi preso pela Polícia Federal por desviar verba pública para um hospital da família.
É fato que muito mais da metade dos deputados que votaram pelo impeachment respondem a processos na Justiça por corrupção. O próprio relator do impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), foi condenado no dia seguinte à votação por usar funcionários públicos em sua campanha eleitoral.
Junto com o festival de horrores, o impeachment fortaleceu corruptos de todas as espécies. Já há um movimento na Câmara dos Deputados para “anistiar” Eduardo Cunha, presidente da Casa, das inúmeras acusações de recebimento de propinas. Cunha tem contas milionárias em bancos da Suiça.
Brasília também viveu um festival de hipocrisia na votação do impeachment. Uma repórter flagrou deputados que votavam “sim”, em nome das suas mulheres e filhos, enquanto, em seguida ao voto, mandavam afagos, via whattsapp, para suas amantes. Havia até garotos de programa na lista da “festa” do golpe.
A votação do impeachment descambou também para a galhofa. Para “puxar o saco” de Michel Temer, que quer ser o substituto de Temer, a revista Veja divulgou foto de sua mulher, Marcela, e a chamou de “bela, recatada e do lar”. Isso acabou virando piada nas redes sociais, ridicularizando a revista.
No Rio Grande do Norte, sete dos oito deputados – exceção de Zenaide Maia – votaram pelo impeachment. O voto de Fábio Farias (PSD) levou o PT local a romper com seu pai, o governador Robinson Faria. O deputado Walter Alves (PMDB), cuja família sempre se locupletou do governo, também votou a favor do golpe.
Já dizem até que há uma maldição rondando os políticos que apoiaram o golpe. E esta maldição pegou até mesmo o ex-deputado e ministro Henrique Alves (PMDB-RN), que pulou do barco do governo de última hora para abrir os braços para o impeachment.
Na madrugada desta quinta (21/4), Henrique Alves foi flagrado dirigindo, com suspeita de embriaguês, em Natal, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Por isso, teve sua carteira de habilitação apreendida.
Veja, nos links abaixo, uma série de informes sobre desdobramentos do golpe, inclusive reportagens de jornais e TVs no exterior (não deixe de ver informe da TV americana CNN). Veja também quem foi o coronel Ustra, homenageado por Bolsonaro e a cusparada que ele levou de Jean Willys.

domingo, 17 de abril de 2016

O que está em jogo neste domingo (17/4) é um golpe político de direita que quer conduzir o Brasil ao caos



Por Emanuel Neri
Neste domingo, 17 de março, é um dia decisivo para o futuro do Brasil. É hoje que a Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contra quem pesa uma série de denúncias de corrupção, vai decidir pelo afastamento ou não da presidenta Dilma Rousseff.
O Brasil está dividido. De qual lado você está nesta "parada"?
De um lado, estão partidos e deputados conservadores, de direita – grande parte deles respondendo a processos de corrupção ou acusados de receberem propinas do esquema Lava Jato – querendo derrubar Dilma. Do outro lado, estão partidos de esquerda, liderados pelo PT, que defendem o mandato da presidenta e repudiam qualquer tipo de ataque à democracia.
Mais do que está a favor de um ou outro partido – o PT, pelo lado de Dilma, o PMDB, PSDB e DEM, do lado que defende o impeachment –, o que está em jogo é a democracia brasileira. O Brasil corre sério risco de mergulhar no caos caso o afastamento da presidenta, ou o "golpe”, como se chama, for aprovado.
Todos sabem que o Brasil está mergulhado numa seríssíma crise política e econômica. E muito desta crise se deve à falta de habilidade de Dilma de conduzir o país, tanto do ponto de vista econômico como político. Mas daí querer dar um golpe e afastar a presidenta, são, como se diz na gíria, outros quinhentos.
Um golpe representa a ruptura institucional – ou seja, desrespeita-se a Constituição para que um nome sem voto, como é o caso do vice-presidente Michel Temer (PMDB), assuma o poder. Dilma obteve na última eleição 54 milhões de votos e derrotou o candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB).
Foi aí que a crise tomou conta do Brasil. Aécio até hoje não aceitou a derrota. Inicialmente, colocou o processo eleitoral sob suspeição e pediu recontagem de votos. Depois, passou a obstruir, junto com deputados  conservadores, todos as iniciativas do governo de combate à crise econômica.
Aécio e sua turma jogaram o tempo todo no “quanto pior, melhor”.
A partir daí Aécio e sua turma aliaram-se a Eduardo Cunha para derrubar Dilma. O fato é que, está provado, não há um único crime de responsabilidade, o que justificaria o impeachment contra Dilma. Alega-se apenas que ela fez manobras fiscais para fechar pagamentos do governo.
Mas “pedaladas fiscais”, como esta manobra é chamada, não é crime de responsabilidade. Todos os presidentes anteriores a Dilma, inclusive Lula e Fernando Henrique Cardoso, também lançaram mão deste expediente fiscal. Por que então só Dilma tem que pagar com seu mandato? Por isso, é golpe o afastamento de Dilma.
O PT, partido da presidenta e de Lula, cometeu pecados graves por não proteger o governo, em especial a Petrobrás, contra a corrupção. Este é um processo que está sendo conduzido pela operação Lava Jato, que já mandou várias pessoas para a cadeia. Mas é fato que não há uma única prova contra Dilma.
É por este motivo que a tentativa de cassação do mandato de Dilma vem incendiando o país. Milhares de pessoas estão saindo às ruas do país para protestar contra o golpe (na foto, ato pró-Dilma em Brasília nesta manhã de domingo). Da mesma forma, milhares de pessoas também estão nas ruas, pedindo o afastamento de Dilma. O Brasil precisa de equilíbrio.
Do jeito que a coisa foi conduzida, uma presidenta honesta, contra quem até agora não há uma única prova de corrupção, pode ser cassada por um Congresso contraminado pela corrupção – a começar pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Se o impeachment passar, a crise será muito pior.
E é isso que vem alertando a imprensa estrangeira. Um golpe no Brasil pode levar o país ao caos. Michel Temer não tem credibilidade política na sociedade para comandar o país. E se Temer chegar lá, seu vice será o “carimbado moralmente” Eduardo Cunha, que passa a ser o primeiro na linha sucessóría.
Ainda há tempo para a Câmara dos Deputados – e o Senado, que julgará em seguida o processo contra Dilma – pôr a cabeça no lugar e evitar que o Brasil mergulhe na pior crise de sua história. Talvez de consequências até piores do que o golpe militar de 1964, que supriu liberdade, matou milhares de pessoas e mergulhou o país na escuridão. 
Abaixo, links sobre o processo de impeachment contra Dilma e suas repercussão, tanto no Brasil como no exterior, como reportagem do insuspeito The New York Times, considerado o mais influente jornal do mundo.