terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Acontecimentos políticos aliviam crise no Brasil; STF barra manobra da oposição contra mandato de Dilma



Por Emanuel Neri
E 2015 vai chegando ao fim com o Brasil ainda mergulhado em uma tremenda crise política e econômica.
Mas, na semana passada, surgiram alguns sinais de que, apesar do tamanho da crise, já há luz no fim do túnel. Foram vários os acontecimentos que mudaram um pouco o quadro de incertezas que vinha dominando o país.
Um deles foi a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de anular manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para aprovar o impeachment (afastamento) da presidenta Dilma Rousseff a qualquer custo.
O STF anulou decisão de Cunha que escolhera chapa avulsa de deputados, com maioria contra Dilma, para aprovar o processo de impeachment. Outra decisão do STF foi a de delegar ao Senado – e não à Câmara, como queria Cunha e a oposição - a palavra final sobre um eventual afastamento de Dilma.
Também tiveram peso importante os atos pró e contra o afastamento de Dilma na semana passada. Na quarta (dia 16), muito mais gente foi às ruas se manifestar contra o golpe para derrubar a presidenta, armado por Cunha e políticos da oposição, do que no domingo anterior, nos atos contra Dilma.
Outra decisão importante é que a Procuradoria Geral da República pediu o afastamento de Cunha da presidência da Câmara e sua cassação. O motivo é o envolvimento de Cunha em corrupção e suas manobras para escapar do processo de punição que a Comissão Ética da Câmara abriu contra ele.
Mais mudanças. Saiu Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, sendo substituído por Nelson Barbosa, que era ministro do Planejamento. Levy era apontado como responsável pelo arrocho econômico que o país vem passando.
E mais. Pesquisa DataFolha, divulgada no último domingo (20/12), mostra sinais de recuperação da imagem de Dilma, embora a maioria ainda reprove seu governo. O vice de Dilma, Michel Temer, que passou a conspirar contra a presidenta, também perdeu terreno e ainda sai com a fama de “traidor”.
Enfim, a semana que passou mostrou que o STF e a população não querem um impeachment – ou golpe, como alguns preferem chamar – feito à toque de caixa e sem que haja uma única acusação legal de corrupção contra Dilma.
Abaixo, artigo do filósofo Vladimir Safatle, publicado na Folha de S. Paulo, que retrata o momento enfrentado pelo país. Título do artigo de Safatle: “O álbum de fotografias do golpe”. Veja abaixo:
“Quem ainda tinha dúvidas a respeito do Brasil estar diante de um golpe travestido de impeachment viu, nesta última semana, uma série de acontecimentos reveladores. Eles demonstram claramente como, no vazio do fim da Nova República, seus antigos atores procuram alguma sobrevida, nem que seja tomando o Palácio do Planalto de assalto.
Depois de anos operando nas sombras, o vice-presidente conspirador resolveu transformar seu partido-ônibus, ou seja, esse mesmo partido em que apertando sempre cabia mais um, em uma máquina monofônica organizada para garantir que ele será, enfim, alçado à Presidência da República nos próximos meses. Como o sr. Temer sabe que esta é a única e última oportunidade da sua vida para sair das sombras em que o destino lhe colocou, ele resolveu deixar às claras sua aliança com o sr. Cunha. Vimos então, nesta semana, movimentos inacreditáveis para um partido acostumado à inércia: seu líder da Câmara "moderado" foi deposto, suas portas foram fechadas para o ingresso de políticos mais alinhados ao governo que ele quer derrubar. O próximo passo será, ao que tudo indica, selar a ruptura em janeiro.
Então, como que por acaso, logo depois de descobrirmos que o sr. Delcídio do Amaral operou fartamente esquemas de corrupção quando participava da Petrobras no governo FHC, o PSDB, liderado pelo próprio ex-presidente em seu momento Carlos Lacerda, declarou estar unido para o golpe. Não, desculpe-me, na verdade não se trata de um golpe, mas de um impeachment motivado principalmente pela indignação contra a corrupção que assola este país na última década. De fato, ninguém melhor para liderar tal indignação do que o partido de Geraldo Alstom Alckmin, de Marconi Carlos Cachoeira Perillo, partido já comandado por pessoas do quilate de Eduardo Azeredo, recém condenado a 20 anos de prisão por idealizar o mensalão. Mensalão que, segundo o próprio Azeredo em entrevista para esta Folha em 2007, abasteceu as contas de campanha... De quem? Sim, dele mesmo, do líder da indignação moral nacional: o sr. Fernando Henrique Cardoso”.
Nos links abaixo, textos sobre os acontecimentos no Brasil na última semana.

2 comentários:

  1. O dono desse blog deve ser petista ,mas o povo brasileiro já deixou de ser

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  2. Petista ou não ele está certo. No vídeo abaixo Michael Fox mostra como os grupos VempraRua, Movmento Brasil Livre, entre outros são financiados por grupos dos EUA. https://www.youtube.com/watch?v=6D3V6YjqSoU

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