domingo, 27 de setembro de 2015

Em ato violento, homem mata com pedra garça que vivia na lagoa do Cardeiro, em São Miguel do Gostoso


Por Emanuel Neri

Tem gente que vê as aves – ou qualquer outro tipo de animal – com carinho e proteção. Outras pessoas são agressivas e violentas, como se as aves (ou qualquer animal, por mais mansos que sejam) apresentassem algum risco para elas. E é por isso que estas pessoas sentem necessidade de eliminá-las, ou seja, matá-las.

Infelizmente foi esta segunda alternativa que aconteceu há menos de duas semanas com uma linda e indefesa garça branca grande que habitava a lagoa do Cardeiro (foto), em São Miguel do Gostoso. A garça era conhecida dos frequentadores da praia e da lagoa do Cardeiro. Ali ela já vivia há algum tempo e tinha inclusive reproduzido filhotes.

Pois no último dia 19/9, um homem que trabalhava em uma obra da praia do Cardeiro não gostou da presença da garça, que dava vôos rasantes com suas enormes asas sobre a lagoa. Esperou que ela pousasse sobre uma estaca fincada na beira da lagoa e, num gesto selvagem de extrema violência, atirou uma pedra na garça, atingindo-a no pescoço.

A morte da garça foi quase instantânea.

Várias pessoas que estavam próximas à lagoa do Cardeiro, principalmente crianças que brincavam ali, presenciaram o ataque e a morte da garça.

Virna Vianello Schimidt, que passeava com seus cães na praia, chegou ao local logo em seguida, quando a garça acabava de morrer. “Foi uma violência terrível. Meu olho não presenciou a ação. Mas eu vi a garça que acabava de morrer, ainda com o corpo molinho”, disse Virna, que tem um café em São Miguel do Gostoso.

Virna pensa em procurar o dono da obra onde o homem que matou a garça trabalha. Ela quer pedir para que pelo menos esta pessoa seja duramente alertada, para que jamais repita seu brutal gesto contra aves ou animais que vivem em harmonia com a natureza. E que integram a paisagem e fazem parte da vida em São Miguel do Gostoso.

O que leva uma pessoa a praticar um gesto de extrema violência contra uma ave tão linda e que não apresenta nenhum risco para quem pratica este tipo de ato? A resposta mais imediata é a de que falta conscientização ambiental e uma melhor educação sobre a importância de se proteger os animais. No fundo, trata-se mesmo é de profunda ignorância.

As leis do país punem severamente quem maltrata animais. O caso da morte desta garça, se alguém levasse à polícia ou ao Ministério Público, o responsável por este crime seria punido severamente.

O Brasil é um país civilizado e, por isso, não pode permitir que crimes ambientais, como este cometido contra a garça da lagoa do Cardeiro, continuem existindo ou que sejam esquecidos por quem tem obrigação de cuidar das leis de proteção aos animais. Há penas, inclusive com prisão, para quem pratica qualquer ato de violência contra animais.

A pedra que acertou em cheio o pescoço da garça da lagoa do Cardeiro, provocando sua morte imediata, causou forte repercussão em parte da população de São Miguel do Gostoso. Pessoas ficaram indignadas com aquele gesto e manifestaram, nas redes sociais, sua indignação com aquele ato de extrema violência.

Estas pessoas que se indignaram com a morte da garça são aquelas que têm consciência ambiental e sabem que os animais, assim como os seres humanos, tem que ser protegidos e jamais serem submetidos a tratamentos cruéis, que os levem à morte, como foi o caso da garça.

É importante que esta discussão chegue à rede escolar de São Miguel do Gostoso. Este debate tem que ser feito nas salas de aula, junto a estudantes. É claro que não foram estudantes que atacaram mortalmente a garça. Mas são eles que são capazes de propagar, junto a parentes e pessoas da sua convivência, que os animais, como os seres humanos, precisam ser protegidos.

Quem sabe esta conscientização abra a cabeça do homem que atirou a pedra certeira no pescoço da garça, matando-a. E ele jamais repita este gesto contra uma garça, -como de resto contra todas as aves e animais -, pois eles têm o mesmo direito de viver quanto um ser humano.

Abaixo, links com mais informações sobre a espécie de garça (branca gigante,  conhecia cientificamente por Ardea Alba), que foi brutalmente assassinada na lagoa do Cardeiro.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gar%C3%A7a-branca-grande

http://www.wikiaves.com.br/garca-branca-grande

domingo, 20 de setembro de 2015

STF acaba com "farra" do dinheiro de empresas em campanhas eleitorais; decisão fortalece democracia

Por Emanuel Neri

Foi uma grande vitória da democracia brasileira.
Na quinta-feira da semana passada (17/9), por oito votos a três, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu definitivamente o financiamento de empresas a campanhas eleitorais. Foi um duro golpe para a direita brasileira, que havia aprovado na Câmara dos Deputados este tipo de doação para campanhas eleitorais.

As doações privadas a políticos e campanhas eleitorais é um adubo fértil para a corrupção no país. Quem faz doação a campanhas eleitorais quer se beneficiar de contratos com o governo – e isso sempre aconteceu no Brasil, seja em governos federal, estaduais e municipais. Todos os partidos no Brasil se beneficiaram desta jogada.

Além disso, a doação de empresas para políticos e campanhas provocava outro tipo de distorção no processo eleitoral brasileiro. Empresários privilegiavam candidatos que se identificassem com suas propostas e ideias. Com isso, políticos que representavam empresas sempre faziam campanhas mais ricas - e consequentemente tinham muito mais chances de serem eleitos.

Quem perdia com isso? Candidatos que corriam por fora – ou que representavam outros setores da sociedade, incluindo minorias - sempre perdiam neste jogo. Sem dinheiro, suas campanhas saiam em desvantagem se comparadas à de candidatos que recebiam dinheiro do setor empresarial. O resultado era um Congresso desequilibrado.

O resumo de tudo isso é que, se o candidato for rico - e tiver bom relacionamento com o empresariado -, terá mais condições de ser eleito, porque vai ter mais dinheiro para gastar na  campanha eleitoral. Já se o candidato for pobre, sem apoio de empresas, não tem condições de competir com candidatos endinheirados. É isso que provoca o desequilíbrio no Congresso.

A democracia tem como princípio a conta de que cada eleitor (ou um cidadão)  representa um voto. Mas este princípio se desequilibrava quando o dinheiro do setor privado regava muito mais campanhas de quem se identificasse com  o empresariado. Por isso, as bancadas na Câmara e Senado são muito mais representativas do setor empresarial.

É claro que partidos que estão no governo ou representam alternativas de poder, como é o caso do PT, também se beneficiam deste processo. Mas, neste caso, o dinheiro jorra mais nas campanhas majoritárias, para presidente e governadores. Todos os partidos no Brasil se beneficiaram até agora desta generosidade do setor empresarial.

Esta realidade começa a mudar com a decisão histórica do STF. O STF fez o que o legislativo, em especial a Câmara dos Deputados (o Senado se manifestou contras as doações privadas) não quis fazer. Na Câmara, o financiamento privado em campanhas foi aprovado duas vezes com apoio de partidos como PSDB, DEM e parte do PMDB.

Com a decisão do STF, é quase certo que a presidenta Dilma Rousseff vete o projeto de financiamento privado que foi aprovado na Câmara dos Deputados. Apesar dos seus pecados, o PT sempre se manifestou contra doações privadas – e defendia que as campanhas eleitorais fossem bancadas, de forma proporcional, pelo poder público.

As doações privadas estão na raiz de todos os casos de corrupção que ocorreram no Brasil nos últimos tempos. Mensalão, Lava Jato, Trensalão (escândalo de corrupção na compra de trens para o metrô de São Paulo, em governos do PSDB) – todos estes casos de corrupção têm em sua origem doações privadas para campanhas eleitorais.

Direita e setores conservadores do país não queriam abrir mão do dinheiro privado em campanhas eleitorais. O ministro Gilmar Mendes, que chegou ao STF no governo Fernando Henrique (PSDB), segurou a votação por mais de um ano. Parte da imprensa conservadora – e boa parte de seus jornalistas – criticaram duramente a aprovação.

Setores progressistas do país (foto) já tinham protestado várias vezes contra o financiamento eleitoral privado. A decisão do STF contou com apoio de setores e de entidades brasileiras, em especial a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), autora da ação que levou o STF a acabar com a  "farra" do dinheiro de empresas em campanhas eleitorais.

Mas o fato é que, apesar da gritaria de setores conservadores (veja abaixo), o Brasil deu um grande salto rumo ao equilíbrio eleitoral e democrático – e também para acabar com pelo menos parte da praga da corrupção que inferniza o país. Sem o dinheiro privado, há grande chance de o processo eleitoral passar a ter mais equilíbrio.

E isso é muito bom para a democracia brasileira.

Abaixo, veja noticiário e repercussões sobre s histórica decisão do STF.  

http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/supremo-decide-proibir-doacoes-de-empresas-para-campanhas-eleitorais.html

http://www.diariodomeiodomundo.com.br/2015/09/stf-barra-doacao-de-empresas-privadas.html

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/197621/Fim-das-doações-privadas-enfureceu-a-direita.htm

https://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/197374/STF-faz-a-verdadeira-reforma-pol%C3%ADtica.htm

http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/195413/Fim-das-doa%C3%A7%C3%B5es-privadas-deve-ser-comemorado.htm

http://www.cartacapital.com.br/politica/perguntas-e-respostas-do-financiamento-de-campanha-eleitoral-1319.html

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/197572/Fim-da-doação-empresarial-reacende-reforma-política.htm

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Secretária de Saúde deixa cargo e pede para prestar contas sobre iniciativas feitas à frente da sua gestão



Por Emanuel Neri
Sê você precisou, nos últimos tempos, de algum tipo de atendimento de saúde em São Miguel do Gostoso, vai saber que este setor melhorou muito.
O Posto de Saúde Central, na avenida dos Arrecifes, ao lado da Igreja Católica, tem mantido médicos para atendimento de urgência 24 horas por dia. Hoje existem em torno de dez médicos trabalhando ao longo da semana no atendimento de urgência. Há outros quatro médicos atendendo pelo Programa de Saúde da Família, na cidade e distritos.
Tudo isso – e muitas outras melhorias que você pode ver abaixo – se deveu à gestão da enfermeira Teresa Neri à frente da Secretaria da Saúde. Na semana passada, Teresa pediu seu afastamento do cargo e foi substituída por Erivan Felix. Teresa procurou este blog para fazer uma espécie de prestação de contas de sua gestão na saúde local.
Teresa deixou a secretaria por motivos pessoais. Quer ficar mais com a família, cuidar da sua filha e da sua mãe. E também se dedicar a outro emprego que tem no Estado. A seguir, dados sobre avanços na área de saúde de São Miguel do Gostoso, segundo a prestação de contas de Teresa:
1)Contratos para expansão de equipe multiprofissional, com especialistas nas áreas de psicologia, nutrição, assistência social, fisioterapia, educação física, psiquiatria, pediatria e ginecologia.
2)Contratação de laboratório para exames de saúde. São 30 tipos de exames laboratoriais, desde hemogramas até exames com maior grau de complexidade. São centenas de exames laboratoriais por mês – alguns pacientes chegam a fazer mais de dez tipos de exames.
3)Conclusão da reforma, iniciada na gestão anterior, da Unidade Mista de Saúde,  o Posto de Saúde Central, que foi ampliada e hoje tem 480m2. Toda a unidade recebeu   equipamentos e salas especiais para diversos tipos de atendimentos hospitalares. Atende a mais de 50 pacientes por dia – em época de virose, este número chega a 100 por dia.
4)Reforma e instalação de quatro postos de atenção básica de saúde – uma no Maceió, outra próxima ao ginásio de esportes e duas nos distritos dos Morros e Serra Verde. Todas estas unidades têm médicos do Programa de Saúde da Família.  
5)Melhoria dos índices de saúde no município. Diminuição da mortalidade infantil – em 2015, não houve uma única morte de criança menor de cinco anos. Em 2014, houve uma morte. Em 2015 não houve mortes por causa da gestação materna. Uma gestante chega a fazer sete consultas no pré-natal - índice da Unicef, órgão da ONU.
6)Melhoria do serviço de vacinas para crianças e idosos.
7)Medicamentos para hipertensos, diabéticos e outras enfermidades.
8)Encaminhamento para exames de maior complexidade em Natal. Em 2015, já foram feitas 58 tomografias computadorizadas e 48 ressonâncias magnéticas. Ultrasonografias  chegam a ser feitas em média 50 por mês.
9)Ampliação do sistema de vigilância sanitária e do trabalho de endemias, em especial no combate à dengue. Criação de programa especial de fisioterapia e atividade física para pessoas obesas e com dores crônicas.
10)Compra com recursos próprios (do município) de uma ambulância e dois caros menores (Dobló). Iniciada construção de mais uma unidade de saúde em uma transversal da rua das Ostras.
11)Obtenção, em 2015, da nota máxima (100 pontos) no PMAQ (Programa de Melhoria de Qualidade de Atenção Básica), do Ministério da Saúde, bem acima da média nacional, que foi de 70 pontos.
12)Campanhas especiais para prevenção do câncer de mama e de próstata. Implantação do Programa Mais Médicos no município e programa de atendimento a usuários de drogas.
Há vários outros dados positivos citados por Teresa e que foram implantados em sua gestão á frente da Secretaria da Saúde. Mas os dados acima, por si só, já confirmam a melhoria no atendimento à saúde no município. Teresa também prestou contas de sua gestão na Câmara Municipal.
Este blog considera importante ceder espaço para que Teresa preste contas de sua gestão à população de São Miguel do Gostoso.
O leitor do noBalacobaco também poderá opinar, neste espaço, sobre a gestão de Teresa.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Intolerância e prepotência. Grupo em quadriciclos ameaça pessoas em bar de São Miguel do Gostoso



Por Emanuel Neri
Cenas explícitas de intolerância e prepotência em São Miguel do Gostoso.
Na noite do último sábado (29/8), um grupo que andava de quadriciclos e que estava hospedado em pousadas da cidade, estacionou seus veículos próximo a um bar da praia do Maceió. Inicialmente ligaram o som alto em um dos veículos. Depois, acionaram o motor de um dos quadriciclos para carregar a bateria do veículo que estava com o som.
Alguém reclamou do barulho e um dos condutores desligou o veiculo. O grupo que estava no bar aplaudiu, com ironia, a iniciativa. Mas isso foi recebido como uma ofensa por parte dos pilotos dos quadriciclos. O que se viu a seguir foi terrível. Palavrões, xingamentos xenófobos e ameaças a quem estava no bar.
“Nós estamos no Nordeste. E aqui quem manda somos nós”, disse um dos pilotos de quadriciclo. “Se não estão satisfeitos, voltem para suas cidades”, acrescentou. Depois de palavrões e xingamentos, um dos integrantes do grupo acelerou o quadriciclo e passou rente às pessoas que estavam sentadas nas mesas do bar.
A cena foi assustadora. Os frequentadores do bar temeram por sua integridade física. O mais incrível é que, no local, não havia só turistas estrangeiros ou de outras regiões do país. Havia turistas do Nordeste, inclusive de Natal, que ficaram indignados com o que ouviram. Alguns manifestaram constrangimento e pediram desculpas aos demais.
E é claro que este tipo de estupidez não é a marca do Nordeste. O povo nordestino é atencioso e educado, especialmente com quem é de fora. Este tipo de comportamento é típico de gente ignorante que acha que pode levar tudo no grito e que tem que prevalecer suas vontades e gostos sobre as demais pessoas.  
Antes deste incidente na praia do Maceió, este mesmo grupo foi visto barbarizando nas ruas e nas praias locais. Trafegavam sempre em alta velocidade, sem respeitar pessoas que estavam nas ruas. Na praia, faziam manobras arriscadas, pondo em risco a vida de banhistas e de pessoas que estavam ali passeando ou curtindo o por do sol.
São cenas como esta que São Miguel do Gostoso precisa evitar. Se isso não ocorrer, o turismo local sofrerá sérias consequências. Ninguém vai querer frequentar uma cidade para ser humilhado por xingamentos, palavrões grosseiros e ameaças de agressões físicas. Este é um sério risco para o turismo local.
Importante dizer que esta cultura agressiva não faz parte do perfil do morador de São Miguel do Gostoso. Os moradores locais, em sua grande maioria, são simpáticos e atenciosos com os turistas. Mas a cidade tem recebido gente que vem de fora, felizmente uma minoria, que manifesta sua estupidez sempre que é reclamado por incomodar outras pessoas.
A polícia da cidade e as autoridades locais – incluindo a prefeita – tem que se preocupar com este tipo de ameaça. Proprietários de pousadas e de restaurantes também devem fazer um tipo de triagem para evitar que gente deste tipo continue a frequentar a cidade. Eles não são turistas bem-vindos até porque poem em risco o turismo local.
Cenas semelhantes também têm ocorrido em outros pontos das praias, por pessoas que desrespeitam as regras de proibição de tráfego na orla urbana. A cidade está cheia de placas dizendo ser proibido trafegar nas praias. Mas muita gente desrespeita estas normas e circulam ali com seus carrões, pondo em risco a vida de quem está por ali.
Uma senhora que tem casa na cidade contou que, na semana passada, estava na praia do Cardeiro vendo o por do sol. Pois estacionou próximo a ela uma caminhonete, com um casal, e deixou o motor ligado. Primeiro ela lembrou ao motorista que era proibido trafegar na praia. Depois pediu para que pelo menos o motor do veículo fosse desligado.
A exemplo dos pilotos de quadriciclos do bar da praia do Maceió, este motorista da praia do Cardeiro também xingou a senhora e igualmente pediu para ela voltar para a “sua cidade”. Infelizmente este motorista confessou que era morador de São Miguel do Gostoso e que aqui a população “manda na cidade e anda de carro por onde quer”.
São estes sinais de intolerância que São Miguel do Gostoso precisa a combater urgentemente sob o risco de por a perder tudo o que foi feito até aqui para fazer da cidade um importante destino turístico do Nordeste.