segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Bossa & Jazz brilhou e movimentou São Miguel do Gostoso; polêmica sobre ambulantes não prejudicou



Por Emanuel Neri
Foram dois dias de música de primeiríssima qualidade.
Assim foi o Fest Bossa & Jazz, realizado em São Miguel do Gostoso nos dias 22 e 23 de agosto (últimos sábado e domingo). Houve também forte polêmica na cidade devido ao fato de o evento ter sido vetado para vendedores ambulantes. Só comerciantes cadastrados puderam explorar comercialmente o local.
Mas o que prevaleceu mesmo foi o excelente nível do Bossa & Jazz. São Miguel do Gostoso jamais tinha assistido a um evento de música desta natureza. A cidade ficou cheia. Muita gente de Natal veio ver o festival. Pousadas, restaurantes, bares e todo o comércio lucrou com o Bossa & Jazz. A cidade ganhou com isso.
Um pequeno reparo para as próximas edições do Bossa & Jazz. Nas próximas versões o evento poderia ser realizado na sexta e sábado. É que, no domingo, muita gente tem que retornar a suas cidades para trabalhar. O resultado é que no sábado havia muita gente e, no domingo, bem menos.
As apresentações do Bossa & Jazz foram excelentes. No sábado, destaque para o BR Trio, com o show o “O Nordeste no Jazz”. Excelente, com incursões à rica cultura musical nordestina. Houve ainda a performance de João Vitor Jardim e a magnifica apresentação da cantora Indiana Norman, acompanhada do Osmar Milito Trio.
No domingo, embora com o público bastante diminuído, o Bossa & Jazz não perdeu em qualidade. Clara, a primeira cantora a se apresentar no palco da praia da Xepa, foi performática, com sua potente voz e interpretação dramatizada das músicas. Depois veio o excelente Nordeste Blues – jazz nordestino de primeira qualidade.
Aqui e acolá ouviu-se comentários de que a música do Bosssa & Jazz não agradava a algumas pessoas da cidade por ser muito diferente do que se está acostumado a ouvir por aqui – geralmente bandas de forró de péssima qualidade. Mas é assim mesmo. Um dia a cidade, como um todo, vai aprender a curtir uma boa música.
Tem mais. O Bossa & Jazz deu enorme visibilidade de midia a São Miguel do Gostoso. Só no sábado foram três inserções em jornais da InetrTvCabugi (TV Globo). Nesta segunda, a cidade também apareceu no Bom Dia RN. Isso é ótimo para o turismo. Quanto mais visibilidade, mais pessoas querem conhecer a cidade, fortalecendo o turismo local.
O Fest Bossa e Jazz prossegue em Natal, no dias 25, 26 e 27 de agosto, e em Pipa, dias 28, 29 e 30, no próximo final de semana. Muitas atrações musicais estão previstas para estas cidades, entre elas a apresentação da cantora potiguar Roberta Sá.
Agora vamos tratar da polêmica que envolveu a proibição de vendedores ambulantes na área do Bossa & Jazz. É preciso tratar esta questão com seriedade e não com a leviandade e emocionalidade com que algumas pessoas da cidade trataram a questão. Muita informação equivocada foi divulgada nas redes sociais.
O Bossa & Jazz é um evento profissional, patrocinado por várias marcas e que, por isso, são necessárias normas para a atuação do comércio. Para explorar o comércio no local, tem que estar cadastrado – e pagar uma taxa – para que se possa usar um toldo padronizado e disponibilizado pelo próprio evento.
A exemplo da Fórmula 1, festivais de música ou outros grandes eventos, tem que haver normas para a exploração comercial. Esta é uma exigência das marcas. Nenhum patrocinador quer associar sua marca à muvuca provocada pela desorganização do comércio ambulante. Além disso, há riscos que precisam ser evitados.
Por exemplo. O comércio ambulante não tem controle sobre o que vende, especialmente comidas e bebidas. Se alguém passa mal por ingerir um alimento consumido no local pode responsabilizar judicialmente o evento pelo problema. Então tem que haver um mínimo de organização para este tipo de comércio.
Outro exemplo mais simples. Se alguém faz uma festa de casamento ou um aniversário de 15 anos vai permitir que se venda cachaça e churrasquinho com farofa no meio da festa? Assim também são os grandes eventos, como foi o Bossa $ Jazz.
Importante. São Miguel do Gostoso está crescendo e precisa também organizar seus eventos, principalmente do tipo do Bossa & Jazz. Se houver imposição da administração local para que o entorno do festival seja aberto para vendedor ambulante, simplesmente eventos deste porte não vêm mais para a cidade.
E quem vai perder com isso é o turismo de São Miguel do Gostoso. Qualquer dúvida, basta ver como o Bossa & Jazz movimentou a cidade. Com certeza este tipo de evento, como também a Mostra de Cinema, traz dinheiro para a cidade. E São Miguel do Gostoso precisa de renda para continuar crescendo.
Este blog se coloca à disposição, no espaço destinado a “comentários”, para que seus leitores também se manifestem sobre esta questão.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Polícia faz mais uma operação para pôr ordem na desordem do trânsito de São Miguel do Gostoso



Por Emanuel Neri
Aos poucos, São Miguel do Gostoso vai pondo ordem na desordem do seu trânsito. Em especial no de motos cujos condutores, muitas vezes menores, andam em alta velocidade, com canos do escape adulterados, empinando seus veículos em vias públicas e pondo em risco a vida da população.
Na última semana, uma operação do CPRE (Comando do Policiamento Rodoviário Estadual) apreendeu oito destas motos e autuou mais de 30 (foto) por causa de uma série de irregularidades. No caso das motos apreendidas, a maioria delas era por falta de documentação. Todos os veículos foram enviados para Natal.
Já as motos autuadas, cujos proprietários terão que pagar multas, o motivo se deve a uma série de irregularidades. Uma delas é a falta de habilitação do condutor – alguns deles menores -, canos de escape adulterados, que provocam grande barulho, não uso de capacete e outros tipos de irregularidades.
Uma das questões mais graves no trânsito de São Miguel do Gostoso é a condução de motos por menores. O Artigo 310 do Código de Trânsito diz que “permitir, entregar ou confiar condução de veículo a pessoa não habilitada é crime, cabendo detenção (ou seja, prisão) do responsável”.
Motos dirigidas por menores já foram responsáveis por sérios acidentes em São Miguel do Gostoso. Um deles deixou uma senhora, Lídia, com graves sequelas neurológicas. Houve um outro acidente, igualmente grave, de uma criança que passou mais de um mês no hospital e foi submetido a várias cirurgias.
Vários outros acidentes envolveram motos. Na semana passada, um jovem da cidade, chamado William, de apenas 22 anos, que trabalhava como garçom em um restaurante local, morreu tragicamente em um acidente de moto. Sua moto bateu em um caminhão e, como ele estava sem capacete, morreu.
São muitos os acidentes que já ocorreram na cidade – e na região -, todos provocados por excesso de velocidade e falta de equipamentos que protegem o condutor em caso de acidentes, como o capacete. Mas muitos desses acidentes ocorrem devido ao estado de embriaguês dos condutores de motos.
A operação do CPRE foi pedida pelo Ministério Público. E ocorreu em Touros e em São Miguel do Gostoso. Em Touros também houve grande número de motos apreendidas. Segundo o tenente Frank Wolczack, que comanda a PM em São Miguel do Gostoso, este tipo de operação vai continuar.
A própria CPRE vai fazer outas operações, sem dias determinados, para poder flagrar  os infratores com o elemento “surpresa”. Além disso, a própria PM local também vai apertar o cerco contra menores que estejam dirigindo, condutores sem habilitação e veículos com canos de escape adulterados.
Há pouco mais de uma semana, uma moto foi apreendida na praia depois que um condutor fugiu da polícia. Um dia depois da liberação desta moto, este mesmo veículo foi visto novamente na cidade, com o condutor empinando o veículo. A polícia saiu atrás e o motociclista fugur. Foi preso após cair e se machucar, com sua acompanhante..
A polícia pede à população que ajude a pôr ordem no trânsito da cidade. Sempre que uma moto – ou qualquer tipo de carro – for vista em alta velocidade, pondo em risco a vida da população, ou com cano de escape adulterado, a polícia tem que ser acionada. As motos dos condutores infratores serão apreendidas.
Telefones da polícia: 991907020 (Claro) e 981548383 (Vivo).
Abaixo, link de outro post deste blog sobre acidentes com motos e outros veículos em São Miguel do Gostoso.
http://nobalacobaco.blogspot.com.br/2015/04/policia-de-sao-miguel-do-gostoso.html

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

São Miguel do Gostoso quer corrigir falhas territorias que atribuem a Touros parte da sede do seu município



Por Emanuel Neri
Atenção para esta pauta explosiva que reúne São Miguel do Gostoso, de um lado, e Touros, do outro.
O foco deste atrito é o limite dos dois municípios. Aonde de fato termina o município de São Miguel do Gostoso e começa o município de Touros? Há uma interpretação da lei que desmembrou São Miguel do Gostoso de Touros, há 22 anos, de que o limite dos dois municípios é a rua dos Dourados.
Se é isso mesmo, praticamente a metade da cidade de São Miguel do Gostoso pertenceria a Touros. Isso significa que tudo o que está à esquerda da rua dos Dourados  - incluindo a sede da prefeitura e a Igreja Católica, além de bairros como Praias  da Xepa, Cardeiro e Santo Cristo – fica do lado de Touros.
O tema é polêmico e mexe com o orgulho da população de São Miguel do Gostoso. Embora tenha pertencido a Touros, São Miguel do Gostoso quer ver a integridade territorial de sua cidade – incluindo atrativos turísticos como a Lagoa do Cardeiro (foto)  e a Ponta do Santo Cristo – dentro dos limites de seu município.
Mas Touros acha que esta parte da cidade ainda pertence ao seu território. E até já ensaiou cobrar IPTU – imposto municipal sobre residências e áreas urbanas – para os cofres de seu município. Mais que isso, há uma questão legal que faz com que São Miguel do Gostoso perca bastante dinheiro.
O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que distribui verbas federais de acordo com a população de cada município, usa como critério uma divisão do município em que boa parte da população local fica de fora – ou seja, é contabilizada como pertencendo a Touros.
Por causa deste cálculo, cerca de R$ 200 mil deixam de entrar mensalmente nos cofres de São Miguel do Gostoso. O pior é que a Prefeitura local arca com despesas – como, por exemplo, na educação, saúde e limpeza pública – para atender a esta parte da cidade, embora o dinheiro correspondente a esta população vá para Touros.
São Miguel do Gostoso tem se mobilizado para corrigir esta injustiça. Na Assembléia Legislativa, já há um projeto, do deputado Hermano Alves (PMDB), que corrige esta falha e faz com que o município passe a contar não só com parte da população que teoricamente hoje pertence a Touros como o dinheiro correspondente a ela.
Mas o assunto é mesmo político. O ideal seria que Touros colaborasse com esta nova formatação geográfica de São Miguel do Gostoso. Mas o prefeito daquele município, Ney Leite, discorda da iniciativa. Ney já declarou a este blog que a parte de São Miguel do Gostoso que mais cresce pertence a Touros. Pura provocação.
A pergunta a ser feita é a seguinte: mesmo tendo nascido e sendo morador de São Miguel do Gostoso, você se sente feliz em pertencer a Touros - ou seja, ser um cidadão tourense? E mais: você concorda que parte das verbas que, de direito, deveriam vir para São Miguel do Gostoso acabe abastecendo os cofres públicos de Touros?
A Prefeitura e a Câmara Municipal de São Miguel do Gostoso estão envolvidas nesta batalha. Recentemente a Câmara realizou audiência com responsável do Seara, órgão estadual que cuida dos limites dos municípios e que pertence à Secretaria Estadual de Assuntos Fundiários.
Para o Seara, o limite do município é a Ponta do Santo Cristo. OU seja, é o que a população de São Miguel do Gostoso defende.
A Prefeitura também fez consulta ao setor que cuida de bases territoriais do RN , ligado ao IBGE. A resposta – inclusive reproduzida em imagem gráfica sobre a área dos  dois municípios – é que o limite de São Miguel do Gostoso é na Ponta do Santo Cristo e não na rua dos Dourados, como alega Touros.
Querem mais dúvidas? As placas do limite dos municípios que está na RN-221, que liga São Miguel do Gostoso à BR-101, vai até além da altura da Ponta do Santo Cristo. Esta placa – que  foi colocada lá por órgãos estaduais – fica exatamente no início do distrito de Monte Alegre, que aí sim pertence a Touros.
Bom, está aí um tema, polêmico e explosivo, para o qual a população de São Miguel do Gostoso precisa abraçar e apoiar. A divisão do jeito que está causa prejuízos ao município e fere o orgulho do gostosense. Todos devem apoiar esta luta para que não haja mais dúvida sobre o limite de São Miguel do Gostoso.