domingo, 26 de abril de 2015

Bispos católicos asumem defesa de conquistas sociais e condenam onda conservadora que ameaça o Brasil



Por Emanuel Neri
Poucos documentos elaborados ultimamente no Brasil, com o objetivo de analisar a conjuntura política e econômica do país, foram tão contundentes quanto a nota aprovada na 53ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), encerrada no final desta semana (25 de abril, foto), em Aparecida (SP).
O documento dos bispos brasileiros mete o dedo na ferida da onda conservadora que ameaça conquistas políticas e sociais do país. Mais do que isso, o texto é uma bomba de grande efeito contra a cruzada de direita comandada pelo presidente da Câmara dos Deputados, o evangélico conservador Eduardo Cunha(PMDB-RJ).
Os bispos também se dirigiram àqueles políticos que querem mais é ver o circo pegar fogo. Em sua maioria, estes políticos estão encastelados no PSDB e em outros partidos da oposição – mas eles também estão, em peso, no PMDB e em outros partido da base aliada do atual governo federal.
Com este documento, a Igreja Católica no Brasil volta a assumir posições progressistas e aliadas do campo social. No Brasil, a Igreja Católica teve papel fundamental no combate à ditadura militar (1964-1985). Mas depois optou mais pela pregação religiosa e espiritual. Agora, em boa hora, a Igreja volta à luta.
E talvez esta guinada da Igreja no Brasil se deva muito à chegada do Papa Francisco ao Vaticano e de suas pregações progressistas e a mudanças feitas nos rumos da Igreja, para que haja mais sintonia  com um mundo mais moderno.
Voltemos então ao documento da CNBB. Vejam o que diz este texto sobre a tese, muito popular no Brasil, do quanto pior melhor:
“O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum. Os três poderes da República, com a autonomia que lhes é própria, têm o dever irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro, na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza de superação da crise”.
Outro ponto do documento critica duramente a lei da terceirização aprovada na Câmara dos Deputados, especialmente com o apoio do PSDB e PMDB.
“A lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise.”
Os bispos também contestam a iniciativa da Câmara dos Deputados de reduzir a maioridade pena – também inspirada pelo deputado Eduardo Cunha e partidos conservadores.
“A redução da maioridade penal não é solução para a violência que grassa no Brasil e reforça a política de encarceramento num país que já tem a quarta população carcerária do mundo. Investir em educação de qualidade e em políticas públicas para a juventude e para a família é meio eficaz para preservar os adolescentes da delinquência e da violência.”
Outra iniciativa da bancada conservadora da Câmara, a que quer alterar o Estatuto do Desarmamento, é igualmente criticada pela CNBB.
“Não podemos cair na ilusão de que, facilitando o acesso da população à posse de armas, combateremos a violência. A indústria das armas está a serviço de um vigoroso poder econômico que não pode ser alimentado à custa da vida das pessoas. Dizer não a esse poder econômico é dever ético dos responsáveis pela preservação do Estatuto do Desarmamento.”
E também aborda a corrupção e a perda da credibilidade política.
“A credibilidade política, perdida por causa da corrupção e da prática interesseira com que grande parte dos políticos exerce seu mandato, não pode ser recuperada ao preço da aprovação de leis que retiram direitos dos mais vulneráveis. Lamentamos que no Congresso se formem bancadas que reforcem o corporativismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos direitos e conquistas sociais já adquiridos pelos mais pobres”.
A CNBB também vai à ação e pretende entregar ao Congresso, em maio, em Brasília, mais de um milhão de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular que pede reforma política no país. Um dos pontos deste projeto é o fim do financiamento privado eleitoral.
“Muitas destas e de outras matérias que incidem diretamente na vida do povo têm, entre seus caminhos de solução, uma Reforma Política que atinja as entranhas do sistema político brasileiro. Apartidária, a proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção.”
Abaixo, links com repercussões sobre o documento da CNBB, a íntegra da nota dos bispos, e dados sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pedindo reforma política do país, entre as quais o fim de financiamento privado de campanhas eleitorais.

12 comentários:

  1. A propósito da onda conservadora que tomou conta da Cãmara dos Deputados, veja abaixo reportagem deste domingo (26/4) da Folha de S. Paulo:

    Cunha impõe pauta turbinado por bancada "BBB" 15

    Beto Barata/Folhapress


    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem angariado apoio parlamentar nas mais diversas investidas contra o Palácio do Planalto. Mas é em uma delas, de caráter ultraconservador, que o peemedebista conseguiu de fato criar uma tropa de choque. Ele uniu três grupos de forte poder de pressão num só bloco, que passou a atuar conjuntamente. É a bancada "BBB". Nada a ver com o ex-Big Brother Brasil e agora deputado Jean Wyllys, do PSOL. A sigla, na verdade, é uma alusão às iniciais de "bala, boi e Bíblia".

    Nas principais comissões e no plenário, as demandas dos três setores têm obtido vitórias graças ao apoio mútuo e à liderança do presidente da Câmara.

    A bancada da bala tem 275 parlamentares. A ruralista, 198, e a evangélica, 74. Vinte parlamentares atuam nas três, entre eles Cunha, que é evangélico. Nas frentes da "bala" e do "boi" há 105 deputados simultaneamente. E 22 congressistas estão nas frentes da "Bíblia" e da "bala" ao mesmo tempo. O presidente da bancada evangélica, João Campos (PSDB-GO), por exemplo, é delegado de polícia e vice-presidente da bancada da bala.

    Ao todo, 373 (73%) dos 513 deputados estão inscritos em pelo menos um dos três grupos.

    Entre os resultados já obtidos pela ação conjunta, o mais robusto foi o da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da Proposta de Emenda à Constituição da redução da maioridade penal, que estava parada na Câmara havia 22 anos. A comissão formada para redigir a PEC foi dominada pelos integrantes da Frente Parlamentar de Segurança Pública: 15 dos 27 membros decidirão qual será o conteúdo a ser levado ao plenário.

    Na semana passada, também houve apoio mútuo para a instalação da comissão que revoga o Estatuto do Desarmamento - que pode resultar na flexibilização das regras que dificultam o porte de armas. O presidente da comissão é o presidente da frente ruralista Marcos Montes (PSD-MG).

    Uma grande vitória dos ruralistas com apoio de evangélicos e integrantes da bancada da bala foi a criação de uma comissão especial para elaborar um texto final sobre a PEC que transfere do Executivo para o Congresso a demarcação das terras indígenas. "Eles atuaram de forma unificada. Essas três bancadas têm uma lógica fundamentalistas", crítica a deputada Erika Kokay (PT-DF).

    Já a bancada da bala teve apoio para aprovar o projeto que torna crime hediondo assassinato e agressão a policiais com aumento da pena para quem usar menor em crimes.

    Evangélicos tentam também garantir o apoio dos outros dois bês para que seja aprovado pela CCJ e, posteriormente, em plenário, o Estatuto do Nascituro, que dispõem sobre a proteção integral ao recém-nascido e prevê benefício para feto fruto de estupro. Também trabalham para barrar qualquer tentativa de avanço na Casa de pautas como a descriminalização do aborto. Têm ainda por objetivo a aprovação do Estatuto da Família, que define família como núcleo formado por homem e mulher.


    ResponderExcluir
  2. "JÁ ERA TEMPO DA VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO SE POSICIONAR, É TEMPO DE COMPREENDER QUE NA IGREJA TAMBÉM HÁ POLITICA, E COMO TEM"

    ResponderExcluir
  3. Onde há política existe a corrupção, e a nossa igreja não compartilha com isso, política em nosso país já se tornou um canal aberto para tantos escândalos envolvendo o dinheiro Público.

    ResponderExcluir
  4. Gostoso está com vários casos de dengue e não tenho visto nenhum trabalho para o combate estou sentindo falta dos mutirões que que se faziam antes até mesmo na época que teresa tambem era secretária não sei por qual motivo esses trabalhos não estão sendo feito gostaria independente de partido que Teresa Neri a quem tenho respeito que se possivel fosse feito um trabalho de combate e prevenção a essa doença que está se manisfestando em nosso municipio e que pode trazer grandes conseguencias a comunidade sei que cada morador deve ser responsável pela sua residencia mas me preocupo com as casas que estão fechadas e com os terrenos baldios acho que deve-se pedir a participação das ONGS para ser feito um trabalho com a máxima urgencia de concientização da população e de limpeza a esses terrenos gostaria de pedir ao senhor Emanuel que use esse blog para pedir apoio a população local que muitas vezes reclama e não faz sua parte todos nós sabemos que a maoiria dos focos estão dentro da suas casas por isso deve-se fazer um trabalho conscientizando cada morador esse trabalho pode ser feito nas escolas nos grupos de idosos nas ongs e nas ruas e todos devem participar obg fica aqui meu apelo

    ResponderExcluir
  5. tambem estou preocupada na minha casa 2 pessoas tiveram essa doença eu fiz sozinha uma limpeza no meu quintal e o terreno do lado que pertence a uma pessoa de Natal peço que a secretaria de saúde faça uma movimentação para que os moradores limpe seus quintais porque tá chovendo muito e isso ´so aumenta os focos vamos trabalhar para que não haja uma epidemia aqui em Gostoso porque no estado do RN em algumas cidade

    ResponderExcluir
  6. Olá, Carla! Estão acontecendo mutirões semanalmente e palestras educativas, não apenas na sede mas nos distritos também, pela secretaria de saúde e limpeza urbana.

    ResponderExcluir
  7. Os moradores da rua das ostras que residem no final da rua estão enfrentando transtornos pela obra iniciada e parada no calçamento existem pedras e buracos por toda a via dificultando o trafego para carros e motos e bicicletas tambem há necessidade de troca de lãmpadas queimadas em toda a iluminção da rua pedimos aos responsáveis que façam esse serviço nós moradores agradecemos pela atenção

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quase caii em um buraco desse obra mal feita.

      Excluir
  8. senhora Cristiane Alecrim não tenho visto esses mutirões do qual a senhora fala moro na rua das ostras e não vi por aqui proximo a minha residencia nenhum aqui ainda existem vários terrenos baldios e necessitam de limpeza tambem não recebi a visita de um agente de endemias na minha residencia a vários meses sempre acompanhei as campanha que se faziam contra a dengue havia grande mobilização por parte de todos inclusive da secretaria de saúde e educação com cartazes carros de som e muita gente pelas ruas entregando folhetos e orientando a população e esse tipo de movimento é o que funciona espero sinceramente que voces que fazem parte da administração tenham responsabilidade e não deixe que a dengue tome conta do nosso municipio

    ResponderExcluir
  9. Vamos fechar a rua das ostras o final da rua. Antes que aconteça um acidente, vamos fechar a rua direpente as autoridades fazem alguma coisa.

    ResponderExcluir
  10. concordo com o leitora quando ela diz que os mutiroes e mobilização fazem mais efeito a populaçao tem que ser conscientizada e pra isso é necessário uma campanha mais completa

    ResponderExcluir
  11. Crítica:Smg não tem sorte mesmo quando não é uma coisa é outra.ta faltando organizacao, vamo acorda prefeitura, cadê vc? Obs.obras no final da rua das ostras.

    ResponderExcluir