domingo, 26 de outubro de 2014

Em vitória emocionante, Dilma foi escolhida pelos brasileiros para governar país por mais quatro anos



Por Emanuel Neri
E Dilma Rousseff (PT) manteve o favoritismo e se reelegeu para mais oito anos na Presidência da República.
Foi uma vitória apertada, de pouco mais de três pontos percentuais – 51,64% dos votos válidos contra 48,36% de Aécio Neves (PSDB). A diferença entre a petista e o tucano foi superior a 3,5 milhões de votos.
Apesar do resultado apertado, foi sem dúvida uma grande vitória, carregada de muita emoção. Aécio foi o melhor candidato que a oposição já apresentou – pelo menos o que teve o maior número de votos - para tirar o PT do governo. Mas ele foi incapaz de barrar a onda vermelha da militância petista.
O Nordeste deu a vitória a Dilma Rousseff – em todos os Estados, a nova presidenta teve mais de 70% dos votos, contra menos de 30% de Aécio. Percentualmente foi a maior vitória de Dilma por região em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte, sua vitória foi de 70%. Robinson Farias ganhou o governo local.
Mas há duas vitórias com sabores especiais para Dilma (na foto, com Lula).
A primeira delas foi sua vitória – 52,4% dos votos contra 47,6% - em Minas Gerais. Esta foi a derrota que mais doeu em Aécio, que é de Minas, Estado governador por ele por oito anos. Faz 12 anos que o PSDB dirige o governo mineiro. No primeiro turno, o PSDB já havia perdido o governo local para o PT.
Outra vitória simbólica e de grande importância para Dilma foi Pernambuco, onde ela obteve cerca de 70% dos votos – Aécio ficou com 30%. Pernambuco tinha um simbolismo importante para Aécio. Ali era o Estado do governador Eduardo Campos, presidenciável que morreu em acidente aéreo durante a campanha.
Marina Silva, que era vice de Eduardo, substituiu o presidenciável pernambucano e foi a mais votada no primeiro turno em Pernambuco. No segundo turno, a viúva de Eduardo e seus filhos apoiaram Aécio. Todos foram derrotados. Os votos de Marina no primeiro turno foram praticamente todos para Dilma.
Em Caetés, no agreste pernambucano, terra em que Lula nasceu, Dilma teve mais de 90% dos votos.
Com a vitória de Dilma, o PT amplia para 16 anos seu ciclo de poder no Brasil. E esta longevidade pode se ampliar para vinte anos ou mais, caso o ex-presidente Lula se candidate a presidente em 2018. E se Lula se candidatar, é quase certo que, com o enorme prestígio que tem, se elegerá por mais quatro anos.
Tão logo viu consolidada sua reeleição, Dilma dirigiu-se a um hotel de Brasília para fazer um pronunciamento à Nação. Diante de muita emoção da militância petista, a presidenta reeleita falou de paz e de esperança e prometeu governar o país com o apoio de todos – sinalizou até para união com a oposição.
Mas o mais importante no pronunciamento de Dilma foi sua disposição em conduzir  uma reforma política do país, aprovada em plebiscito. Bandeira de sua campanha, a reforma política pretende acabar com o financiamento de empresas privadas em eleições, fonte de muitos casos de corrupção que existem no Brasil.
Dilma e o PT defendem que haja financiamento público nas campanhas eleitorais. Esta é uma batalha que a nova presidenta vai ter que travar com o Congresso. Para que a reforma se viabilize, é necessária sua aprovação no Congresso. Mas Dilma quer o apoio da sociedade civil para viabilizar esta reforma.
A presidenta também prometeu combater a corrupção, criando novas leis para inibir irregularidades praticadas por servidores públicos, políticos e empresas privadas. Dilma também fez referências a várias iniciativas já aprovadas em sua primeira administração para acabar com a corrupção no país.
Um dos momentos mais emocionantes do discurso de Dilma foram suas palavras de carinho ao ex-presidente Lula, responsável por sua primeira eleição e que teve peso fundamental na vitória atual. Lula estava ao lado de Dilma e os dois se abraçaram emocionados, no final do pronunciamento da presidenta.
É isso. O Brasil, em decisão soberana, votou e escolheu Dilma para mais quatro anos de governo. Apesar da vitória apertada, a decisão da maioria tem que ser respeitada. Isso é da democracia. Ganha quem tem mais votos e quem a população escolhe para governar seu país. 
O resultado das urnas tem que ser respeitado por todos - e Dilma é a escolhida pela maioria dos brasileiros para governar o país por mais quatro anos.
Veja, abaixo, links com reportagens sobre a vitória de Dilma, inclusive reportagem sobre a eleição de Robinson Faria no Rio Grande do Norte.

sábado, 25 de outubro de 2014

Eleição de Robinson para governo do RN faz de Fátima Bezerra uma das maiores líderes políticas do Estado



Por Emanuel Neri
A maior surpresa das eleições deste ano – talvez até em todo o Brasil – será a eleição de Robinson Faria (PSD) para o governo do Rio Grande do Norte. Robinson está derrotando o todo-poderoso Henrique Eduardo Alves (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados e terceiro na linha sucessória do pais.
Segundo pesquisa Ibope divulgada neste sábado (25/10), Robinson tem 54% dos votos válidos (excluídos nulos e brancos) contra 46% de Henrique. Há alguns meses, ninguém imaginava que Robinson – atual vice da governadora Rosalba Ciarlini, com quem é rompido – fosse capaz de se eleger governador.
Mas teve um fator que foi determinante para a provável eleição de Robinson, sua aliança com a senadora eleita Fátima Bezerra (PT). A ex-deputada petista – a mais votada nas últimas eleições do RN para a Câmara dos Deputados – teve importância fundamental na arrancada de Robinson para a vitória.
Na eleição para o Senado, Fátima teve mais votos do que os dois candidatos para governador no primeiro turno. Foi eleita com 808 mil votos, enquanto Henrique teve 702 mil e Robinson, 624 mil. Foi o prestígio de Fátima em todo o RN e seu impressionante peso eleitoral que puxaram Robinson para cima.
Além de coordenar a campanha de Robinson no segundo turno, Fátima conseguiu, ainda no primeiro turno, importante apoio para seu candidato. O ex-presidente Lula gravou no horário de TV de Robinson. A gravação foi exaustivamente reproduzida no horário de TV do candidato no segundo turno.
Fátima sai desta eleição como uma das maiores lideranças políticas do RN.
Formada em pedagogia e com atuação na rede pública de ensino potiguar, Fátima (na foto, com Robinson) teve destacado trabalho na área de educação do Rio Grande do Norte. Graças a ela, o governo federal construiu 21 unidades federais de ensino profissionalizante em municípios do Estado. Antes havia apenas duas destas escolas – uma em Natal e a outra em Mossoró.
O mais importante é que Fátima recebe os dividendos da maldade que Henrique fez com ela na definição da aliança para a disputa do governo e do Senado pelo RN. Havia um pré-acordo para que Henrique concorresse ao governo e Fátima ao Senado. Mas Henrique puxou de última hora o tapete da deputada petista.
No lugar de Fátima, Henrique preferiu ter a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) em sua aliança. Wilma queria concorrer ao governo, mas o peemedebista a convenceu a disputar o Senado, com o apoio de sua ampla coligação, que reunia 17 partidos – além do PMDB, PSDB, DEM, PDT e outros grupos políticos.
Traída por Henrique, Fátima foi à luta e se aliou a Robinson, que concorria ao governo. Mas até aquele momento ele não tinha a menor chance de ser eleito. A candidatura vitoriosa de Fátima para o Senado deu musculatura eleitoral a Robinson, que cresceu e chegou à eleição do segundo turno como favorito.
Foi Fátima quem deu o verniz de esquerda a Robinson, que ele não tinha. Mais que isso, facilitou a penetração da candidatura do PSD em setores progressistas. Fátima “colou” a campanha de Robinson ao da presidenta Dilma, que deve ter no RN mais de 70% dos votos válidos. Fórmula perfeita para ganhar eleição.
O apoio de Lula a Robinson gerou a insatisfação de Henrique e do PMDB nacional. Mas é fato que Henrique nunca morreu de amores por Dilma, Lula e o PT. No primeiro turno, o peemedebista escondeu Dilma do seu material de campanha. No segundo turno, ensaiou apoio ao presidenciável Aécio Neves (PSDB).
Agora Henrique está pagando por seus atos e ambiguidade política. A “rasteira” que ele deu em Fátima pode ser considerada uma das maiores trapalhadas da história política potiguar. Se fosse mantido o acordo anterior com a petista, ele teria sido eleito com muita facilidade no primeiro turno.
A derrota de Henrique corresponde ao preço do tamanho da sua esperteza. Fez uma aposta política errada e perdeu. A partir do próximo ano, ele fica sem a presidência da Câmara e o cargo de deputado, que detinha há mais de 40 anos.
Abaixo, links com resultados da última pesquisa para o governo do RN, bem como da disputa para presidente, na qual Dilma continua na liderança, embora com uma diferença menor. Veja ainda reportagens de outros jornais sobre a disputa potiguar, além de posts anteriores deste blog.

Emoções fortes com a eleição. Dilma lidera todas as pesquisas e é favorita para novo mandato presidencial



Por Emanuel Neri
Faltando apenas um dia para a eleição presidencial, a presidenta Dilma Rousseff (PT) é favorita para mais quatro anos de mandato. As principais pesquisas divulgadas até agora indicam vantagem que vão de seis a oito pontos de Dilma sobre Aécio Neves (PSDB) - diferença fora da margem de erro das pesquisas.
As últimas pesquisas foram divulgadas na quinta-feira (23/10) à noite. Na do Ibope, Dilma tem 54% dos votos contra 46% de Aécio; no Datafolha, a presidenta tem 53% contra 47% do tucano. Nesse sábado à noite serão divulgadas novas pesquisas destes dois institutos. Se nada mudar, Dilma já pode se considerar reeleita.
Este resultado refere-se aos votos válidos, quando são excluídos votos nulos e brancos. Este é o mesmo critério usado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar o resultado da eleição.
Da divulgação das últimas pesquisas para este sábado, a principal novidade foi o debate da TV Globo, na sexta-feira à noite. Mas este debate não deve apresentar alterações no quadro eleitoral. Um e outro candidato tiveram momentos bons e outros fracos – no final, nada deve ter mudado no resultado da eleição.
Também na sexta houve uma última tentativa de uma revista de São Paulo de alterar o resultado da eleição. Em reportagem de capa, a Veja afirma, sem apresentar nenhum tipo de provas, que Lula e Dilma sabiam do esquema de irregularidades de pagamento de propinas envolvendo a Petrobrás.
A campanha de Dilma reagiu com indignação a mais esta denúncia sem a apresentação de provas. Dilma responsabilizou a Veja por fazer “terrorismo eleitoral”. Desde o início do segundo turno, foram “vazados” para a imprensa depoimento de doleiro acusando a Petrobrás de beneficiar partidos governistas.
Mas nenhuma destas acusações foi respaldada por algum tipo de prova. Apesar desta onda de denúncias, nada abalou o desempenho de Dilma. Pelo contrário. A petista continuou crescendo nas pesquisas eleitorais e chegou na antevéspera da eleição com uma diferença razoável que garantem seu favoritismo sobre Aécio.
Segundo as pesquisas, Dilma cresceu em todos os segmentos sociais e regiões do país. Mas a diferença mais significativa é o desempenho de petista no Nordeste. A presidenta tem 44 pontos de vantagem (72% contra 28%), segundo o Ibope, e 42 pontos (71% contra 29% ), de acordo com o Datafolha.
Dilma também ganha na região Norte, mas perde no Sudeste e Centro Oeste. Na região Sul, há uma diferença entre as duas pesquisas. Segundo o Ibope, há equilíbrio entre Dilma e Aécio (50% para cada um); pelo Datafolha, Aécio está na frente (57% a 43%). Mas a vitória de Dilma deve sair mesmo do Nordeste.
O que consolida a liderança de Dilma é a avaliação de seu governo. Segundo o Ibope, 45% dos brasileiros consideram a atual administração “boa e ótima”. Outro dado positivo para Dilma é a constante queda de sua rejeição, em torno de 38%, inferior a de Aécio, que já supera os 42% nas pesquisas.  
Agora é esperar pelas pesquisas que saem na tarde deste sábado e, mais importante ainda, aguardar o resultado oficial das urnas, que começa a ser divulgado a partir das 17h do domingo, dia da eleição. Acredita-se que até 20h já se saiba quem vai ocupar o Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos.
Seja qual for o resultado, o fato é que a eleição presidencial de 2014 foi a mais disputada desde que a redemocratização do Brasil e a retomada da escolha de presidentes por eleições diretas. A última eleição com certo equilíbrio foi a de 1989, quando Fernando Collor ganhou de Lula por uma diferença pequena.
Leia abaixo, resultados das últimas pesquisas e artigos sobre a disputa eleitoral e outras consequências e repercussões de fatos que ocorreram à véspera do pleito. Veja ainda reportagem do jornal O estado de S. Paulo sobre a provável vitória de Robinson Faria para o governo do Rio Grande do Norte.