quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Morte de Eduardo Campos causa impacto político e pode mexer com a sucessão presidencial no Brasil



Por Emanuel Neri
O Brasil perdeu na manhã desta quarta-feira (13/8) um grande político.
Eduardo Campos, 49 anos, que concorria à Presidência da República pelo PSB, morreu em acidente aéreo por volta das 10h de hoje, em Santos, litoral de São Paulo. Chovia muito na hora do acidente. O jatinho em que ele viajava não conseguiu pousar no Guarujá, ao lado de Santos, e acabou caindo sobre um bairro santista.
Além de Campos, seis outros pessoas – cinco assessores e dois pilotos – também morreram. A morte de Campos chocou o país. A presidenta Dilma Rousseff, que foi colega de Campos no governo Lula, decretou três dias de luto oficial no Brasil e suspendeu sua campanha eleitoral por igual período.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, que estava em Natal, também cancelou sua agenda eleitoral. Por todo o Brasil, foi grande a comoção com a morte de Campos. Neto do ex-governador pernambucano Miguel Arraes, Campos foi eleito governador daquele Estado em 2010 – saiu este ano para disputar a Presidência.
Campos sempre fez parte do bloco político aliado ao ex-presidente Lula. No PT, acreditava-se que o pernambucano seria o candidato de Lula a presidente em 2018. O ex-presidente o tinha como um “filho político”. Mas Campos não esperou sua vez, rompeu com o PT e antecipou sua candidatura para 2014.
A escolha de Campos por Lula em 2018 seria uma forma de o PT dar chance para que um político de outro partido, no caso o PSB, aliado de primeiro hora do petismo, chegasse à Presidência da República. Para quem convive com Lula, Campos vestia com perfeição o figurino para uma troca de partido no governo.
Durante seu governo, Lula investiu pesado em Pernambuco – seu Estado de origem, embora tenha feito sua carreira política em São Paulo. Muitas empresas, entre elas do ramo automobilístico, de fabricação de navios e siderúrgicas, se instalaram em  Pernambuco, levando aquele Estado a crescer mais do que Brasil.
Ex-ministro de Ciência e Tecnologia de Lula, Campos dificilmente teria algum êxito na eleição de 2014. No Brasil, as eleições presidenciais costumam ser polarizadas entre o PT e o PSDB. Nem a escolha da ex-senadora Marina Silva para ser sua vice parecia ter influenciado muito na adesão do eleitor a Campos.
Para romper esta polarização, Lula acreditava muito no nome de Campos para 2018. Mas Campos se antecipou e resolveu lançar seu nome, rompendo com o PT, já em 2014. Talvez também estivesse preparando terreno para 2018. Mas com a precipitação, ele teria agora que enfrentar o próprio Lula em 2018.
Enfrentar Lula em 2018 seria uma tarefa bem difícil para Campos.
A dúvida agora é saber agora quem substituirá Campos. Marina Silva, que também foi ministra de Lula e senadora pelo PT, hoje está num partido chamado Rede Sustentabilidade, que ainda não conseguiu registro na Justiça Eleitoral. Por isso, Marina se filiou ao PSB para ser vice de Campos.
Na eleição de 2010, Marina teve em torno de 20% dos votos para presidente. Mas as pesquisas feitas antes de ela passar a compor a chapa de Campos não indicavam que ela teria o mesmo potencial de votos da eleição anterior. Mas o fator emocional gerado com a morte de Campos pode pesar e alavancar Marina.
Seja qual for a decisão do PSB na substituição de Campos, o fato é que sua morte vai mexer com o processo eleitoral. Quem ganha e quem perde com esta tragédia? Ainda é muito cedo para se ter um cenário mais acabado mas, seguramente, daqui para a frente a eleição de 2014 não será mais a mesma.
Acreditava-se que, por mais duro que Campos estivesse batendo na Dilma, ele poderia apoiar a presidenta num segundo turno contra Aécio Neves. E isso aconteceria devido ao bom relacionamento que o ex-candidato continuava mantendo com Lula. E Aécio como vai ficar nesta história?
Se Marina crescer, provavelmente ela vai tirar votos de Aécio, pois o eleitorado de Dilma é mais consolidado. Mas num eventual segundo turno, a tendência de Marina, caso seja a candidata, é se manter neutra – foi assim em 2010. Enfim, ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte da eleição de 2014.
De tudo de lamentável que aconteceu, o fato é que o Brasil perde um político jovem e de futuro, como disse a presidenta Dilma. “País perde líder com futuro muito promissor”, reconheceu Dilma. Lula foi na mesma linha. “O Brasil perdeu um homem público de extraordinária qualidade”, afirmou.
Veja, abaixo, links com mais informações e a repercussão da morte de Campos:

2 comentários:

  1. Melhor para oposição, Marina Silva terá mais voto que o ex-Candidato Eduardo Campos.

    ResponderExcluir
  2. Lula jamais teria Eduardo Campos como seu candidato em 2018, se ele lançou-se candidato agora quanto mais se estivesse vivo em 2018, com certeza o candidato do PT seria outro, até mesmo o Lula, só sei que ele seria o melhor nome para administrar o nosso país.

    ResponderExcluir