Por Emanuel
Neri
É como se um
terremoto de grande magnitude tivesse abalado a cabeça de parte do
eleitorado brasileiro. De uma hora para outra, Marina Silva, que substituiu o ex-governador
pernambucano Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, como candidata a presidenta
pelo PSB, virou favorita na sucessão presidencial.
Após a morte de Eduardo
Campos, dia 13 de agosto, Marina subiu como um foguete nas pesquisas eleitorais.
Em levantamento mais recente, feito pelo Datafolha, Marina empata com Dilma no
primeiro turno, ambas com 34%. Se houver segundo turno, segundo a mesma pesquisa,
ela venceria a atual presidenta por 50% a 40%.
Ao mesmo
tempo em que Marina (foto) se torna favorita , vai deixando atrás
dela um rastro de um dos maiores oportunismos eleitorais que já se viu nas
últimas eleições presidenciais no Brasil. Marina tem feito de tudo para agradar
determinados setores da sociedade, mesmo que suas propostas sejam falsas.
O último sinal do
"carreirismo" eleitoral de Marina ocorreu neste sábado (30/8). Em menos de 24
horas,mudou radicalmente a proposta, apresentada na véspera sobre direitos gays. Em seu programa de governo, defendeu casamento gay,
adoção de crianças por homossexuais e lei para criminalizar a homofobia.
Mas bastaram
declarações contrárias do pastor
evangélico Silas Malafaia, que é contra qualquer tipo de lei que criminalize a homofobia, para que a
candidata voltasse atrás. Diante da ameaça de Malafaia, retirou quase tudo o que estava antes no seu programa de governo referente aos
direitos LGBT.
O recuo de
Marina em relação aos gays demonstra, acima de qualquer
peso do tema junto à sociedade
brasileira, que é falso e puramente oportunista o discurso da candidata quando quer o apoio de
determinados segmentos sociais. Para conquistar o apoio dos gays, ela abraçou
suas propostas. Diante da reação evangélica, mudou rapidamente de opinião. Afinal, de que lado está Marina?
Apoio do agronegócio
Outros sinais de ambiguidade no discurso de Marina já haviam sido percebidos em sua tentativa de apoio do agronegócio. Na entrevista que deu ao Jornal Nacional , da Rede Globo, durante a semana, Marina havia atribuído a uma “lenda” a versão de que ela tinha posição contrária à agricultura transgênica.
Outros sinais de ambiguidade no discurso de Marina já haviam sido percebidos em sua tentativa de apoio do agronegócio. Na entrevista que deu ao Jornal Nacional , da Rede Globo, durante a semana, Marina havia atribuído a uma “lenda” a versão de que ela tinha posição contrária à agricultura transgênica.
O Brasil está caindo de
saber que Marina sempre foi contra a agricultura
transgênica – usada em larga escala em todo o mundo, mas sempre contestada
por ambientalistas. Pois na mesma semana da entrevista à Globo Marina se encontrou co o agronegócio como se sempre defendesse os transgênicos.
Mais do que
fazer fortes afagos aos milionários empresários do
setor do agronegócio, Marina foi mais longe ao dizer que não priorizaria, caso seja
eleita, a política do atual governo de investimento no pré-sal, que pode fazer com
que o país se torne um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Ao se manifestar contra o pré-sal,
Marina quis agradar o agronegócio com a promessa de investir mais na produção do
álcool combustível e de ter uma política de melhores preços para o setor. Ocorre que, com esta sua proposta, Marina,
caso seja eleja, pode matar um dos negócios que mais podem trazer dinheiro para o
Brasil. E o Brasil não pode jogar esta tesouro fora.
Somente em
2014, a exploração do pré-sal – petróleo extraído em águas profundas do mar,
abaixo da camada do pré-sal – já levou a Petrobrás a extrair em média mais de
500 mil barris diários de petróleo. Esta produção de petróleo, que vai trazer
extraordinária riqueza para o Brasil, promete agora ser deixada de lado por
Marina. É como se ela enterrasse um grande tesouro.
Marina é
assim mesmo. Ao mesmo tempo em que ganha votos e aparece
como favorita, ela deixa muito a desejar na autenticidade do que fala e do que prega. Em
outras propostas para o setor econômico e financeiro, ela abriu outro foco de
atritos com o candidato Aécio Neves (PSDB), que acusa de plagiar seu programa
de governo, em especial os temas econômicos e financeiros.
Veja, abaixo, links com
pesquisas que apontam o favoritismo de Marina e suas contradições sobre propostas que ela apresenta em seu programa de governo.