terça-feira, 24 de junho de 2014

"O Brasil ganhou, a mídia perdeu", diz jornalista sobre êxito da Copa e onda de pessimismo que varreu o país



Por Emanuel Neri
Antes do início da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, a mídia brasileira tentou de todas as formas “carimbar” a competição como um evento associado ao fracasso. Para jornais e TVs, nada funcionaria no país – e aí se incluía organização da Copa, segurança pública, estádios, aeroportos e transporte urbano.
Uma conhecida revista nacional deu capa prevendo que os estádios da Copa só ficariam prontos em 2038. O pessimismo da mídia local acabou por contaminar a mídia estrangeira. Jornais de outros países chegaram a recomendar que torcedores não viajassem ao Brasil, sob risco de serem mortos nas ruas.
Políticos da oposição e personalidades do futebol se associaram, de forma oportunista, a esta onda de pessimismo. O ex-jogador Ronaldo Fenômeno chegou a declarar ter “vergonha do Brasil” na Copa. Mas a emoção pelo futebol falou mais alto. Cerca de 700 mil turistas estrangeiros vieram ao Brasil para ver a Copa.
E esta onda de pessimismo passou tão logo os jogos começaram. A mídia internacional ficou impressionada com a organização da Copa – tudo funcionava de forma quase perfeita. Aos poucos, jornais e TVs brasileiras também reconheceram que, ao contrário do que previram, a Copa era um sucesso.
O êxito da Copa reconhecido pela mídia internacional – e por tabela a brasileira – é motivo de artigos e análises em jornais e redes sociais. Um deles – sob o título “Copa: O Brasil ganhou, a mídia perdeu” –, foi escrito pelo jornalista Luis Nassif. Trata-se de ótima e oportuna análise sobre o êxito reconhecido internacionalmente da Copa – e por isso o noBalacobaco decidiu reproduzi-la.
Veja, a seguir:
“Já se tem o resultado parcial da Copa: reconhecimento geral - da imprensa nacional e internacional - que é uma Copa bem organizada, com estádios de futebol excepcionais, aeroportos eficientes, sistemas de segurança adequados, logística bem estruturada e a inigualável hospitalidade do povo brasileiro.
Vários jornais (internacionais) já a reconhecem como a maior Copa da história.
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Agora, voltem algumas semanas atrás, pouco antes do início da Copa.
A imagem disseminada pela imprensa nacional - era a de um fracasso retumbante. Por uma mera questão política, lançou-se ao mundo a pior imagem possível do Brasil. O maior evento da história do país, aquele que colocou os olhos do mundo sobre o Brasil, que atraiu para cá o turismo do mundo,  foi manchado por uma propaganda negativa absurda. Em vez das belezas do país, da promoção turística, do engrandecimento da alma brasileira, da capacidade de organização do país, os grupos de mídia nacionais espalharam a imagem de um país dominado pelo crime e pela corrupção, sem capacidade de engenharia para construir estádios - justo o país que construiu duas das maiores hidrelétricas do planeta -, com epidemias grassando por todos os poros.
Um dos jornais chegou a afirmar que haveria atentados na Copa, fruto de uma fantasiosa parceria entre os black blocks e o PCC. Outro informou sobre supostas epidemias de dengue em locais de jogo da Copa.
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O episódio é exemplar para se mostrar a perda de rumo do jornalismo nacional, a incapacidade de separar a disputa política da noção de interesse nacional. E a falta de consideração para com seu principal produto: a notícia.
Primeiro, cria-se o clima do fracasso.
Criado o consenso, abre-se espaço para toda sorte de oportunismos. É o ex-jogador dizendo-se envergonhado da Copa, é a ex-apresentadora de TV dizendo que viajará na Copa para não passar vergonha.
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Tome-se o caso da suposta corrupção da Copa. O que define a maior ou menor corrupção é a capacidade de organização dos órgãos de controle. O insuspeito Ministério Público Federal (MPF) montou um Grupo de Trabalho para fiscalizar cada ato da Copa, juntamente com o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União. O GT do MPF tornou-se um case, por ter permitido economia de quase meio bilhão de reais.
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Antes da hora, é fácil afirmar que um estádio não vai ficar pronto, que um aeroporto não dará conta do movimento, que epidemias de dengue (no inverno) atingirão a todos, que os turistas serão assaltados e mortos. Fácil porque são apostas, que não têm como ser conferidas antecipadamente.
Quando o senhor fato se apresenta, todos esses factóides viram pó.
A boa organização da Copa não é uma vitória individual do governo ou da presidente Dilma Rousseff. É de milhares de pessoas, técnicos federais, estaduais e municipais, consultores, membros dos diversos poderes, especialistas em segurança, trânsito, empresas de engenharia, companhias de turismo, hotelaria.
E tudo isso foi jogado no lixo por grupos de mídia, justamente os maiores beneficiários. Eram eles o foco principal de campanhas publicitárias bilionárias, sem terem investido um centavo nas obras. Pelo contrário, jogando diuturnamente contra o sucesso da competição e contra qualquer sentimento de autoestima nacional”.
Abaixo, links de jornais estrangeiros – e alguns brasileiros – reconhecendo que, apesar da torcida contra da mídia, a Copa do Brasil é a melhor em toda a história das Copas do Mundo de Futebol. É o que todos vêm chamando de “Copa das Copas”.
Leia também post do noBalacobaco criticando esta onda de derrotismo da mídia brasileira e prevendo que a Copa no Brasil ia, sim, ser um sucesso.

Um comentário:

  1. http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/metade-dos-documentos-de-posse-de-terra-no-brasil-e-ilegal-7116.html

    Se preocupando com cineminha open air? Vamos ficar com tudo.

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