Por Emanuel
Neri
Antes do
início da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, a mídia
brasileira tentou de todas as formas “carimbar” a competição como um evento
associado ao fracasso. Para jornais e TVs, nada funcionaria no país –
e aí se incluía organização da Copa, segurança pública, estádios, aeroportos e transporte urbano.
Uma
conhecida revista nacional deu capa prevendo
que os estádios da Copa só ficariam prontos em 2038. O pessimismo da mídia
local acabou por contaminar a mídia estrangeira. Jornais de outros países
chegaram a recomendar que torcedores não viajassem ao Brasil, sob risco de
serem mortos nas ruas.
Políticos da oposição e personalidades do futebol
se associaram, de forma oportunista, a esta onda de pessimismo. O ex-jogador
Ronaldo Fenômeno chegou a declarar ter “vergonha do Brasil” na Copa. Mas a emoção pelo
futebol falou mais alto. Cerca de 700 mil turistas estrangeiros vieram ao
Brasil para ver a Copa.
E esta onda de
pessimismo passou tão logo os jogos começaram. A mídia internacional
ficou impressionada com a organização da Copa – tudo funcionava de
forma quase perfeita. Aos poucos, jornais e TVs brasileiras também reconheceram
que, ao contrário do que previram, a Copa era um sucesso.
O êxito da
Copa reconhecido pela mídia internacional – e por tabela a brasileira – é motivo
de artigos e análises em jornais e redes sociais. Um deles – sob o título “Copa: O Brasil
ganhou, a mídia perdeu” –, foi escrito pelo jornalista Luis Nassif. Trata-se de
ótima e oportuna análise sobre o êxito reconhecido internacionalmente da Copa – e por isso o noBalacobaco decidiu reproduzi-la.
Veja, a seguir:
“Já se tem o resultado parcial da
Copa: reconhecimento geral - da imprensa nacional e internacional - que é uma
Copa bem organizada, com estádios de futebol excepcionais, aeroportos
eficientes, sistemas de segurança adequados, logística bem estruturada e a
inigualável hospitalidade do povo brasileiro.
Vários jornais (internacionais) já a
reconhecem como a maior Copa da história.
***
Agora, voltem algumas semanas atrás,
pouco antes do início da Copa.
A imagem disseminada pela imprensa
nacional - era a de um fracasso retumbante. Por uma mera questão política,
lançou-se ao mundo a pior imagem possível do Brasil. O maior evento da história
do país, aquele que colocou os olhos do mundo sobre o Brasil, que atraiu para
cá o turismo do mundo, foi manchado por uma propaganda negativa absurda.
Em vez das belezas do país, da promoção turística, do engrandecimento da alma
brasileira, da capacidade de organização do país, os grupos de mídia nacionais
espalharam a imagem de um país dominado pelo crime e pela corrupção, sem
capacidade de engenharia para construir estádios - justo o país que construiu
duas das maiores hidrelétricas do planeta -, com epidemias grassando por todos
os poros.
Um dos jornais chegou a afirmar que
haveria atentados na Copa, fruto de uma fantasiosa parceria entre os black
blocks e o PCC. Outro informou sobre supostas epidemias de dengue em locais de
jogo da Copa.
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O episódio é exemplar para se mostrar
a perda de rumo do jornalismo nacional, a incapacidade de separar a disputa
política da noção de interesse nacional. E a falta de consideração para com seu
principal produto: a notícia.
Primeiro, cria-se o clima do
fracasso.
Criado o consenso, abre-se espaço
para toda sorte de oportunismos. É o ex-jogador dizendo-se envergonhado da Copa,
é a ex-apresentadora de TV dizendo que viajará na Copa para não passar
vergonha.
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Tome-se o caso da suposta corrupção
da Copa. O que define a maior ou menor corrupção é a capacidade de organização
dos órgãos de controle. O insuspeito Ministério Público Federal (MPF) montou um
Grupo de Trabalho para fiscalizar cada ato da Copa, juntamente com o Tribunal
de Contas da União e a Controladoria Geral da União. O GT do MPF tornou-se um
case, por ter permitido economia de quase meio bilhão de reais.
***
Antes da hora, é fácil afirmar que um
estádio não vai ficar pronto, que um aeroporto não dará conta do movimento, que
epidemias de dengue (no inverno) atingirão a todos, que os turistas serão
assaltados e mortos. Fácil porque são apostas, que não têm como ser conferidas
antecipadamente.
Quando o senhor fato se apresenta,
todos esses factóides viram pó.
A boa organização da Copa não é uma
vitória individual do governo ou da presidente Dilma Rousseff. É de milhares de
pessoas, técnicos federais, estaduais e municipais, consultores, membros dos
diversos poderes, especialistas em segurança, trânsito, empresas de engenharia,
companhias de turismo, hotelaria.
E tudo isso foi jogado no lixo por
grupos de mídia, justamente os maiores beneficiários. Eram eles o foco principal
de campanhas publicitárias bilionárias, sem terem investido um centavo nas
obras. Pelo contrário, jogando diuturnamente contra o sucesso da competição e
contra qualquer sentimento de autoestima nacional”.
Abaixo,
links de jornais
estrangeiros – e alguns brasileiros – reconhecendo que, apesar da torcida
contra da mídia, a Copa do Brasil é a melhor em toda a história das Copas do Mundo
de Futebol. É o que todos vêm chamando de “Copa das Copas”.
Leia
também post do noBalacobaco criticando esta onda de
derrotismo da mídia brasileira e prevendo que a Copa no Brasil ia, sim, ser um
sucesso.
http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/metade-dos-documentos-de-posse-de-terra-no-brasil-e-ilegal-7116.html
ResponderExcluirSe preocupando com cineminha open air? Vamos ficar com tudo.