Por Emanuel
Neri
É bom mesmo que alguém tumultue o pensamento de
setores atrasados e conservadores do país. Na última semana, a atitude de um professor de
uma escola pública de Taguatinga, cidade satélite de Brasília, causou profunda
irritação na midia e na elite mais
"direitosa" do Brasil.
A provocação partiu do professor Antonio Kubitschek,
que ensina filosofia no Cento de Ensino Médio 3, de Taguatinha. Numa prova para
testar o conhecimento dos alunos em filosofia, o professor inseriu questão que
citava a funkeira Walesca Popozuda (foto) como “pensadora contemporânea”.
A questão – em uma prova que continha dez perguntas –
queria saber o seguinte:
“Segundo a grande pensadora contemporânea Walesca
Popozuda, se bater de frente...”
a)É só tiro, porrada e bomba.
b)É só beijinho no ombro.
c)É recalque.
d)É vida longa
A questão incluída na prova da escola de Taguatinha causou
profunda reação. Parte da imprensa e das redes sociais, em especial blogueiros
de direita, caíram de pau na ousadia do professor. E o tiroteio acabou sendo direcionado
para o ensino do país, para a escola pública e sobrou até para o PT e o governo
Dilma.
“Morreu, foi para o ralo. Virou lixo”, escreveu um
blogueiro sobre a escola pública e o sistema de educação do país, segundo relato da jornalista Cynara Menezes, do blog Socialista Morena (veja abaixo).
Mas acontece que a questão colocada na prova pelo
professor de Taguatinga foi exatamente uma “pegadinha” para chamar a atenção da
mídia e provocar reações dos conservadores. O professor havia feito uma
exposição de fotografia de seus alunos, convocou a imprensa local, mas ninguém apareceu.
Foi aí que o professor resolveu lançar mão da
funkeira para chamar a atenção da mídia e balançar a ira da elite conservadora
do país. A reação veio forte e imediata. Além do tiroteio na mídia, o professor foi convocado para explicar sua "estupidez" em rádios e TVs – e até Walesca entrou
na roda.
O professor e Walesca passaram dias dando entrevistas.
Para surpresa de muitos, professor e funkeira se saíram muito bem. O professor
disse que seus alunos e a escola receberam bem sua provocação. Já Walesca
mostrou uma incrível desenvoltura e fina ironia nas entrevistas.
“E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas
de hoje em dia?”, perguntou Walesca. E foi irônica diante de perguntas que
queriam saber se ela se considerava uma “pensadora”. “Vou ali ler um Machado de
Assis e ir treinando para quem sabe, um dia, ser uma pensadora de elite”.
Walesca é autora de uma música que faz muito sucesso
atualmente – “É só beijinho no ombro”.
No meio do bombardeio, o professor também foi ao
ataque. “Esta provocação foi feita exatamente para eles (referia-se à elite e a quem
o criticou) porque, no fundo, eles têm preconceito contra a escola pública, que
é tão mal considerada por eles como a Walesca e o funk”, declarou.
A polêmica rendeu notícias e reações raivosas durante
toda a semana. Mas vale a pena ver também o lado da imprensa, como o da
jornalista Cynara Menezes, que também é da revista Carta
Capital,
que foi atrás do professor com outro olhar – sem o conservadorismo de outros
colegas jornalistas.
A entrevista que Cynara fez com o professor Kubitschek, uma
pérola do jornalismo isento de preconceitos, está no link abaixo. No mesmo texto, veja também reação de um aluno que defende o professor, entende o contexto da
questão sobre o funk e critica os que viram a questão com olhar preconceituoso.
Em tempo. A resposta certa para a questão colocada
na prova era a letra "a": “É só tiro, porrada e bomba” – frase que consta de uma
dos sucessos musicais da Walesca.
http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/fortaleza/jornalista-dinamarques-se-decepciona-com-fortaleza-e-desiste-de-cobrir-copa/
ResponderExcluira copa está sendo ótima pra vcs. Imagine quando o Ruy chegar do mexico com a MARA na sua cidade. Leia a última frase da matéria.
digita gostoso no google pra ver a frase que aparece...
ResponderExcluirgostaria de saber quando que a prefeitura vai mandar fazer a marcaçao do asfalto na entrada de Gostoso pois está uma coisa sem noçao nao se sabe o que é mao nem contra mao nem meio que coisa absurda nós temos o direito de ter aquela obra concluída
ResponderExcluirIsso não depende da Prefeitura e sim do governo do estado. Caro anônimo antes de postar as coisas procura se informar mais e para de falar o que não sabe.
ResponderExcluirCaro Anônimo, não depende da Prefeitura em tese, pois é claro que não é a Prefeitura que irá realizar a demarcação, entretanto, a mesma tem obrigação de cobrar o quanto antes esta devida demarcação. É curioso, votamos em uma Prefeita e quem manda é o Prefeito.
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